terça-feira, 28 de dezembro de 2010

vai ver se eu estou lá na esquina

Quem vai colocar dinheiro no Fielzão? Quem vai pagar a conta? Quem vai reformar aeorporto? Quem vai cuidar do transporte público? Quantas arenas afinal estarão aptas para a Copa? Faltando três anos para o Mundial, tudo parece frágil demais.
Mas ninguém parece muito preocupado com isso.

Rapidinha

1. Sim, o Santos vai montando um time de enorme respeito, para uma Libertadores em que todos os outros parecem meia-boca. Charles, Arouca, Elano e Ganso é um meio-de-campo para ninguém botar defeito. Jonathan na lateral é uma vantagem competitiva enorme. Neymar no ataque é desequilíbrio na certa. Se Keirrison voltar a jogar bola, então... Está faltando um bom zagueiro, porém.

2. Talvez o Corinthians ainda consiga trazer Adriano, mas imaginar que ele sozinho é a solução de todos os problemas é tapar o sol com a peneira. Roberto Carlos e Ronaldo não fazem outra coisa senão ficarem mais velhos (dããã), William parou, Elias se foi e as peças de reposição não chegam. Tite é uma incógnita.

3. Não, Palmeiras e São Paulo não parecem dar boas perspectivas para seus torcedores. O alviverde parece ainda pior, uma vez que está há muito tempo sem títulos relevante (foi a década perdida), machucado pela inglória eliminação da Sul-Americana, vendo uma disputa política com ares de pastelão. O São Paulo tem suas limitações que são amplamente conhecidas. A diferença é que está paralisado. Irá conseguir alguma coisa? Bom, quando o clube mais vitorioso do Brasil vira segunda opção para o lateral Juan, alguma coisa está muito errada.

Law and Order

O ano vai virar sem que o torcedor do São Paulo tenha a mínima pista de como se dará o processo sucessório de abril. Um papelão para um clube que sempre se posicionou como "diferenciado".

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Faça-me o favor

É forte, decidida, inteligente, convicta e deveria ser aclamada por todos os torcedores são-paulinos a posição do vice-presidente do clube paulista, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
Sobre os disparates de Milton Cruz, o auxiliar técnico que tirou Ricardo Oliveira do Morumbi e convidou Beckham para o meio-campo, Leco vaticinou: tem gente que não sabe o que está falando.
É correta a posição do vice-presidente. Milton Cruz tem uma aura de intocável criada a partir do suposto sucesso na montagem do time campeão do mundo em 2005. Se deixa se embriagar pelos louros da fama, deveria dividir também as dores dos fracassos. Nunca foi ouvida uma palavra sequer de Milton Cruz sobre as contratações erradas na temporada 2010 _e nas anteriores. Do caderninho mágico de Milton Cruz devem estar faltando as páginas de lateral-direito e a do meio-campo, pois o Tricolor anda carente destas posições não é de hoje. Ou talvez elas estejam recheadas de nomes como o do ex-jogador em atividade Beckham.
Se era uma brincadeira, Milton Cruz deveria ser alertado que a torcida do São Paulo tem paciência, mas uma hora ela estoura. Não se brinca com coisa séria.
Se fez um convite para Beckham e ouviu um "não", deveria ter ficado calado.
Ao criticar Milton Cruz, Leco não defende seu cargo. Defende a honra do São Paulo Futebol Clube.

PS: E até agora, Juvenal Juvêncio ainda não se pronunciou sobre a eleição de abril. Perto dessa atitude antidemocrática, a fala de Milton Cruz fica menor.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mercado parado

O mercado da bola está estranhamente paralisado neste ano, diferentemente do ocorrido em 2009 e 2008.
Isso enquanto todos os clubes jactam-se de patrocínios nunca antes celebrados para suas agremiações.
Estranho, muito estranho.

Chatice

Vai, bolinha, volta a rolar logo. Só assim ficaremos livres destes pseudodilemas. Na boa, Valdivia brigou com o Felipão? Porque não quis assinar um documento dizendo que não ia fazer esforço físico durante as férias? Mas, em primeiro lugar, quem teve a ideia de jerico de propor tal documento? E se ele assinar, significa o quê?
O fato é que o clube é que tem que tomar uma decisão. Se não confia no atleta e acha que ele está de brincadeira, manda embora.
Mas piada pior é esta dos dirigentes do Inter que querem convocar uma coletiva em São Paulo para reclamar do assédio ao Guiñazu, o volante que levou um drible desmoralizante do jogador do Mazembe (fala sério).
Até onde se sabe, é simples assim: se tiver contrato, paga a multa e leva o jogador. Não precisa falar com o clube. Se não tiver, acerta o salário e leva o atleta.
Ponto final.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Roth, herói ou vilão

Quando a Copa do Mundo impôs uma pausa no calendário futebolístico, os colorados respiraram aliviados. O time estava recheado de bons jogadores, mas capenga. Dizia-se que os comandados não entendiam o técnico Fossati, pelo fato de ele ser estrangeiro. Naquele momento, a sensação (e era só isso, pois nunca saberemos) era a de que, fosse feito o confronto com o São Paulo, o time paulista chegaria até facilmente à sua sétima edição.
Após a Copa, o Inter fez quatro jogos pela Libertadores. Três vitórias e uma derrota. Ganhou do São Paulo pelo placar agregado. Apareceram aqueles que diziam que toda a diferença do mundo estava em Celso Roth. O treinador teria dado um choque no time, teria feito a diferença. Sim, até aqui frequentou-se a tese de que uma mexida no comando técnico havia feito bem ao Inter _e cobrada coragem semelhante à diretoria tricolor, que na época demorou para mexer no claudicante Ricardo Gomes (detalhe: pouco depois, colocou um semitreinador em seu lugar).
Verdade seja dita. Por mais méritos que Roth possa ter tido _e teve_, não foi só dele aquela vitória. Foi da circunstância. Foi do fato de o Sâo Paulo ter sido um time covarde, de a bola ter desviado em um jogador antes de entrar no gol do Rogério, de o time mexicano na final ter sido muito fraco...
Mas não podem os que endeuseram Roth agora o criticar como se fosse culpado único pela derrota em Dubai. Não é.
E, se for, se ele é um treinador inepto, que teve quatro meses para preparar o time e não conseguiu, então faltou agora ao Inter a mesma coragem que teve no meio do ano de identificar o problema e tentar saná-lo.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Se a moda pega...

Já que estão chamando urubu de papagaio, poderiam reconhecer a Taça dos Mundialitos de 52 a 63. Com isso, o São Paulo seria pentacampeão mundial.

Adriano no Corinthians

Muitos gols, principalmente contra time baba.
Descontração e entrevistas dizendo como "está alegre".
Finais de semana longos no Rio.
Contusões aparecerão.
Uma ou outra crise com a torcida, depois de sumir em um jogo importante.
Apoio incondicional de Ronaldo.
Este será Adriano no Corinthians. Se vier.

Mais uma falta de lógica

Juvenal Juvêncio diz que fará diferente, mas que aceita dinheiro do patrocinador para reforçar o clube. Mudar é bom. Mas precisa sempre fustigar os demais e se achar tão melhor?
Enquanto isso, Ricardo Oliveira está mesmo indo embora, Juan faz doce e a diretoria brinca com os sentimentos da torcida ventilando a possibilidade de compra de Paulo Henrique Ganso. Fala sério!

Cadê a bola?

O que tinha para ser dito sobre a derrota do Inter, ontem (14/12), na semifinal do Mundial interclubes, meio que já foi dito. O time perdeu uma penca de gols, os nervos estavam à flor da pele, o folclórico Kidiaba fechou o gol, Celso Roth nitidamente escalou a equipe de maneira cautelosa demais...
O que falta falar é que por mais que o discurso seja o contrário, os jogadores do Internacional (E A IMPRENSA) menosprezaram o adversário.
Ninguém sabia ao certo o que era aquele time, como ele jogava.
Parecia um bando de exóticos, uma zebra. E era um time bem bonzinho, que jogou da única maneira que podia: no contragolpe.
O Inter fez promoção, despedida no estádio, divulgou que queria ser igual ao São Paulo de Telê e esqueceu de jogar bola.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Jogador de grupo

Dagoberto chegou ao São Paulo em 2007, ano em que foi campeão brasileiro. Marcou um gol no jogo que valeu a taça. Seu tento contra o Vasco, em São Januário, é uma pintura.
Dagoberto fez um bom Brasileiro em 2008. Com um gol antológico, contra o Inter, no Morumbi.
Em 2010, Dagoberto (e o São Paulo) não ganharam nada. O atacante é mais lembrado pelo chute bizarro e malcriado dado na Vila Belmiro, depois do passeio que o São Paulo levou do Santos.
Dagoberto quase saiu do São Paulo. Ficou encostado. Foi alcunhado de jogador nada bem quisto pelo grupo. Quase não jogou.
E agora Dagoberto diz que 2010 foi o melhor ano de sua carreira no São Paulo.
Ou está fazendo humor ou está tentando se valorizar para seguir no São Paulo.
Ou não sabe nada de nada.

Casuísmo

Torneio mata-mata. Competição em que a equipe já entra na semifinal. Valia de tudo antes do Brasileirão ser instituído em 1971. Agora, para a CBF, porém, tudo é farinha do mesmo saco. Conta tudo, conta qualquer coisa.
Não é de surpreender. Depois da palhaçada da inclusão da Sul-Americana como classificatória para a Libertadores e dos diversos casuísmos, esse seria só mais um deles.
O triste é tirarem de Telê Santana a alcunha de primeiro campeão nacional da história.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Torturando números

Então hoje há um estudo dizendo que o Corinthians tem potencial de retorno de marca de R$ 750 milhões, sendo a marca mais valiosa do país em termos de futebol. Uma mistureba de indicadores, que incluem dados financeiros dos clubes e potencial comprador dos torcedores, ajudaria a explicar esta cifra com carinha de chute.
Porque os números de clube nenhum do Brasil parecem muito santos. E porque este negócio de potencial de compras é infinito. O fato é: quanto disso vira, de fato, recurso para o clube?
Quantas camisas o clube vende? Quantas memorabilia? Quantos torcedores são sócios e compram carnê?
O jornal que publica isso faz um serviço no meio do caminho, ao não questionar os dados. O potencial do Corinthians é de R$ 750 milhões. Sua torcida, segundo o Ibope, é formada por 26 milhões de brasileiros. O potencial de imagem é de R$ 28,84 por cidadão corinthiano.
O São Paulo é o segundo na lista. Seu potencial (com Morumbi, loja da Reebok e o diabo a quatro) é de R$ 660 milhões. Sua torcida é de 17 milhões. O potencial de imagem é de R$ 38,82 por torcedor _35% a mais que o Corinthians.
Por esta lógica, não vale a pena crescer a torcida? Ou a qualidade do potencial de marketing do São Paulo é muito superior à do Corinthians?
Aparecer um estudo assim e ser tratado de maneira acrítica só deve interessar neste momento a quem está querendo negociar os naming rights do estádio.

Camisa limpa

Caiu como uma bomba o anúncio, na última semana, de que uma empresa do Qatar conseguiu o que muitos julgavam impossível: colocar um anúncio na camisa do Barcelona.
Nem mesmo um dos melhores times e um dos maiores clubes esportivos do mundo estaria passando incólume pela crise econômica europeia e pela diminuição da circulação de riqueza. Pelo anúncio, a empresa vai pagar a bagatela de R$ 67,8 milhões ao ano.
Parece pouco. Muito pouco.
Compare o Barcelona. O estádio que tem. O nome que tem. Quem é. O que vende de camisa, o que é conhecido. Visite a sala de troféus. Conheça o centro de treinamento, o centro de formação de atletas. Veja que ele está vendendo apenas um patrocínio (o que torna o produto mais caro). Faz sentido que ele seja apenas 1,78 vez maior que o do Corinthians (que é apenas usado como referência por se jactar de ter o maior patrocinador individual do país).

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Prestação de contas

Uma empresa de capital aberto tem milhares de acionistas. Quando o desempenho não é o esperado (ou seja, as ações não dão o retorno pretendido), os responsáveis são cobrados. Não significa que não tenham feito a coisa certa. Diversos fatores (mercado externo, crise, problema de última hora, reinvestimento, novo ambiente competitivo) podem explicar um eventual resultado ruim. Mas, caso não haja justificativa plausível, o mercado é implacável: os executivos perdem seus postos (salários, bônus, benefícios, benesses). Não há almoço grátis.

Um clube de futebol tem milhões de acionistas _seus torcedores. Os presidentes e conselhos deveriam prestar contas a eles.

O Palmeiras precisaria esclarecer os gastos e a parceria para reforma do estádio. As multas pagas aos treinadores demitidos. Os valores reais pagos a Scolari. A engenharia que trouxe Valdivia de volta ao clube. O real endividamento contraído. As diversas contratações que incharam a folha de pagamento.

O Corinthians precisaria esclarecer os altos salários pagos a jogadores encostados. A falta de reservas para posições carentes e o excesso de ofertas em postos já bem ocupados. O custo da "aventura Adilson Batista". Os reais valores (e quem paga) envolvendo o estádio. O aumento do seu endividamento.

O São Paulo deveria explicar por que gastou tanto em tantas contratações duvidosas. E também qual é o tamanho do prejuízo inercial (quantos salários ainda estão sendo pagos por jogadores que não estão mais a disposição). Precisaria explicar quais os ganhos que teve ao apoiar um candidato de oposição ao Clube dos 13. Deveria explicar como foi a negociação tão demorada e que gerou tanto prejuízo ao clube por ter ficado quase um ano sem patrocínio. Deveria dar explicações ainda sobre quem foi o condutor da negociação para a Copa do Mundo, quanto foi gasto nesta brincadeira e quais foram as falhas reais -além de posicionar os seus acionistas sobre se afinal os planos seguirão em frente ou não. Deveria ainda se adiantar e esclarecer os critérios da eleição de 2011.

E dependendo das explicações os três presidentes deveriam deixar seus postos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Papelão

A festa de encerramento do Campeonato Brasileiro, na noite de ontem (6/12), teve momentos de extremo embaraço. Quase todos protagonizados pelo presidente do Corinthians, Andres Sanchez.
O presidente já havia dados sinais de não ter engolido a derrota de um Brasileiro que se avizinhava fácil ao time de Parque São Jorge, ao tentar explicar o comportamento do Corinthians no campeonato de 2009. Na ocasião, o time paulista perdeu para o Flamengo por 2 a 0. O time carioca pulou para a frente da tabela e, ao final do torneio, seria campeão, desbancando o São Paulo.
Sempre se debateu se o Corinthians havia "entregado" o jogo ou não. A dívida se dissipou. Andres disse que o Corinthians, não. Mas o goleiro Felipe, sim. Se o fez, foi com uma conivência da diretoria. Afinal, depois daquela, Felipe ainda fez mais 50 partidas pelo clube, sem punição.
Na festa da CBF, Andres foi deselegante com o Fluminense. Saiu do palco sob vaias. Tentou colocar o seu Corinthians como símbolo de dignidade, ao voltar para o Campeonato Brasileiro pela "porta da frente" _diferentemente do Fluminense, beneficiado por uma virada de mesa, subentende-se.
Sobre as denúncias envolvendo a MSI e a mancha do Brasileiro-2005, quando o Corinthians ganhou pelas portas do fundo, nenhuma palavra.
Andres teve dinheiro de patrocinadores, benfeitorias da CBF, complacência dos credores e tudo o que podia desejar vindo da Presidência da República.Mas seu clube perdeu na bola.
E Andres provou que não sabe perder.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Olhar para frente

1. O futuro de Palmeiras e São Paulo é turbulento. Ambos passam por movimentados processos políticos, cujo final não está claro. Ambos lidam com reformas difíceis em seus estádios, na vã esperança de conseguirem uma sobrinha da Copa de 2014. Ambos têm dificuldades de receita, que não tendem a diminuir com uma temporada sem grandes atrações. Ambos têm times que precisam de peças de reposição, mas não contam com boas perspectivas. Mais provável perderem o que têm, sem conseguirem colocar nomes melhores no lugar. Uma dose de sorte (safra talentosa de garotos, um time operário que se encaixe bem) pode ocorrer, mas o mais provável, até o momento, é terem outra temporada no meio do caminho.

2. Tentar entender os caminhos do Corinthians é fazer uma reflexão sobre o ano de 2010. Para parte da torcida, há a frustração de nenhum título conquistado, diferentemente de 2009. Para outra parte, porém, o clube conseguiu se reafirmar como protagonista, gigante do futebol nacional, provando que a queda de 2007 foi um problema passageiro. Na Libertadores, foi o melhor da primeira fase e caiu mais por circunstâncias do campeonato (jogo pesado no Maracanã, gol fortuito no Pacaembu). No Brasileiro, a perda de pontos para times medianos custou o torneio. Mas disputou cabeça a cabeça o torneio inteiro. Para 2011, provavelmente não terá o cérebro Elias no meio. Roberto Carlos estará um ano mais velho (bom, todos estarão, mas o sentido desta frase é que para ele pode pesar mais). Ronaldo dificilmente fará uma temporada melhor (e esta não foi grandes coisas). William vai parar. Ralf e Jucilei também parecem ter propostas. Quais serão as peças de reposição? Como será o trabalho de Tite desde a pré-temporada? Há um grande ponto de interrogação pairando sobre o alvinegro.

3. A apresentação de Elano, a possibilidade da chegada de um grande zagueiro, a possibilidade de levar Ricardo Oliveira, a volta de Ganso, a chegada de Adilson Batista. As perspectivas são tão, mas tão boas para o Santos que numa dessas dá tudo errado. Mas não é essa a lógica.

4. O Fluminense campeão brasileiro precisará se reciclar. O time foi campeão, mas seu segundo turno foi muito ruim. Desgastado. Isso não desmerece o título que conquistou em campo, mas alerta para as perspectivas futuras. Agora, se mantiver Conca, percorre-se um bom caminho para seguir entre os protagonistas.

5. De mansinho, de mansinho, o Cruzeiro vai se preparando para uma nova safra, que pode ser de muitas conquistas. Oscilou durante boa parte do campeonato, até deslanchar na segunda fase do Brasileiro. Apesar da choradeira, faltou um algo mais a conquista do Brasileiro. Não esquecendo que Cuca é hoje o melhor montador de times do futebol brasileiro, as perspectivas são boas para o time mineiro.

6. O Inter disputa o seu segundo título mundial e pensar no futuro é um tanto oblíquo quando o que importa está a poucos dias de ser alcançado. Com o elenco que tem e como provou ter valor em 2010, o Inter terá no ano que vem apenas que se remontar, lidar melhor com as peças de reposição. Se seguir com a política deste ano (contratações efetivas, apoio da torcida, decisões corretas na hora certa), periga o Inter montar uma hegemonia sul-americana.

CAMPEÃO

Em 2009, intervalo do jogo entre Cruzeiro e Fluminense. O time carioca perdia por 2 a 0. O comentarista da rádio fez o que comentaristas de rádio costumam fazer de melhor: falou o óbvio. Que o Fluminense não era de nada, jogava uma bolinha de dar dó, que aquele jogo era mais do mesmo e que seu destino era a segunda divisão.
Sabe-se lá de onde, porém, o Fluminense tirou forças e virou aquela partida em pleno Mineirão. Raça, vontade. Entrega absurda. A virada empurrou o time. As vitórias, improváveis, se sucederam. O Fluminense estava destinado a cair. Mas ficou.
E a sobrevivência lhe deu o que havia faltado em 2009. Gana. Olhar para o alto. Espírito de grandeza. Contratações vieram. Falhas ocorreram. Problemas existem. Mas não retiram o fato de que o campeonato está nas mãos de quem mais o mereceu durante todo o ano.
Fluminense, legítimo campeão brasileiro.

sábado, 4 de dezembro de 2010

É, Muricy!

Se campeão brasileiro, qual o caminho mais provável da entrevista de Muricy?
Meus palpites:
* Dizer que trabalhou muito por este título;
* Reforçar a posição de vítima ao não assumir a seleção brasileira ("fiz algo doloroso, que poucos fariam, mas eu sou assim, cumpro meus contratos");
* Pedir desculpas por algo mínimo;
* Dar estocadas no São Paulo ("o futebol é assim, não adianta nada, eu posso ganhar três títulos seguidos e depois ser mandado embora").

Muricy tende a ignorar o fato de que seu estilo de jogo é manjado e que não consegue, mesmo com excelentes atletas, formar times que joguem bem e bonito.

Por outro lado, é excesso de crítica diminuir um treinador que ganhou moralmente o campeonato brasileiro de 2005, conquistou na bola os de 2006, 2007 e 2008 e está prestes a ser campeão novamente.

Abril despedaçado

As eleições presidenciais no São Paulo são em abril e até o momento não se sabe quais serão os candidatos de situação e de oposição. Isso num clube que até outro dia era considerado paradigma de administração.

Balança desregulada

Ok, o Corinthians ofereceu mala branca ao Guarani, aparentemente e a despeito do que diz o presidente Andres Sanchez.
Mas será que ninguém desconfia de que o Fluminense possa estar fazendo a mesma coisa? Ou o Cruzeiro?
Por que esta obsessão para com o time paulista, como se todos os demais fossem santos?

Quanto pior, melhor

De novo, a melhor informação de bastidor é trazida pelo jornalista Ricardo Perrone em seu blog. A demissão de Carlinhos Neves seria uma forma de o São Paulo constranger a CBF.
Os cartolas do Morumbi (na verdade, "o" cartola" do Morumbi) deve estar se achando genial. Após não ter vencido nada no ano e ter sido ultrapassado na escolha do estádio para o Mundial-2014, essa teria sua forma de se vingar.
Pois nem Carlinhos Neves deve ficar sem clube _ou seja, o São Paulo abre mão de um grande profissional e fortalece algum rival_, nem o São Paulo deve achar um preparador físico tão bom quanto ele.
Quem rirá por último desta história?
Aposto minhas fichas de que será a CBF.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

It´s the economy, stupid

Onde estão alguns dos melhores campeonatos de futebol do mundo? Onde estão alguns dos maiores craques do planeta bola? Na Espanha. Em Portugal. Na Inglaterra. Pois estes países todos foram eliminados na disputa, ontem, pela primazia de sedir uma Copa do Mundo.
Sob o falso argumento de que busca mercados emergentes, os delegados da Fifa (envoltos em um mar de suspeitas de corrupção) escolheram a Rússia e o Qatar. A Rússia tem quase nenhuma tradição no esporte _até porque sua prática é severamente restringida vários meses ao ano, por condições climáticas. O Qatar consegue ter menos ainda _também por problemas climáticos, só que inverso: muito calor.
São mercados que não empolgam. Provavelmente nunca o farão. Com raras exceções, os petrodólares destes mercados só conseguem atrair jogadores estrangeiros de pouca expressão. Não será a Copa a impulsionar um novo fanatismo. Assim como o Mundial não foi capaz de colocar os EUA na vitrine do mundo da bola depois de 94. Não o fará com a África do Sul.
Só os países "tradicionais" podem receber a Copa? Não, certamente que não. O Mundial é uma festa, que merece ser itinerante.
Mas isso não significa que esses devam ser automaticamente excluídos das disputas.
E talvez seja sintomática a forma de escolha da Fifa. Lugares com estruturas prontas (transporte, hospedagem, estádios) são sistematicamente descartados.
Para a Fifa e seus parceiros, parece interessar muito este modelo de negócio em que tudo precisa ser erguido do zero. E tome bilhões de dólares para lá e para cá.
Isso talvez ajude a entender o modo de operação no Brasil. Onde não se vê esforço nenhum para discutir os gargalos sérios, mas toda uma mobilização para excluir o Morumbi e construir, do nada, um estádio na zona Leste da cidade.
O que vale, afinal, é girar o capital.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Falha de comunicação

Então o São Paulo diz que seu preparador físico deve ser dispensado, porque não conseguiria conciliar a seleção com o clube. Mas outro profissional de fisioterapia pode fazer a dupla jornada. O mesmo clube que mandou embora Turíbio Leite.
As informações prestadas pelo clube do Morumbi para seu torcedor não são claras nem racionais.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Opostos

A virada do ano deve viver um período excepcional de movimentação no mercado paulista. Palmeiras e São Paulo devem fazer grandes mudanças em seus elencos. Enxugando, dispensando. Mas provavelmente não contratando.
Corinthians e Santos despontam na tentativa de montar supertimes para a temporada 2011. Do lado praiano, especula-se, entre outros, com as voltas de Elano e Zé Roberto. Do lado corinthiano, fala-se em Luisão e Forlan, além de Adriano.
No início dos anos 90, eram São Paulo (com o time que ganhou tudo) e o Palmeiras (com os recursos da Parmalat) que disputavam a primazia do futebol nacional. Duas décadas depois, estão na posição inversa.

Follow the money

O Corinthians aumentou sua dívida em quase 25% em apenas um ano. Acresceu cerca de R$ 23 milhões a um papagaio de mais de R$ 100 milhões que roda na praça. Não ganhou nenhum título que significasse um acréscimo substancial de recursos. Fez ações de marketing importantes, mas boa parte destes recursos foi canalizada para os bolsos de um atacante _tudo dentro do acordo feito, ressalte-se. Não tem uma arena própria, portanto paga para jogar. Abriu mão de disputar suas partidas no Morumbi, optando pelo mais acanhado e aconchegante estádio do Pacaembu.
Ainda assim, o Corinthians oferece R$ 2,5 milhões de mala branca ao Guarani (capa do Agora), oferta salário milionário ao atacante Adriano (capa do Lance), banca a construção de um estádio em Itaquera (com recursos privados, ressalta o presidente corinthiano). A conta não fecha.
Ou bem o futuro reserva um enorme endividamento ao Corinthians ou bem a origem desta riqueza toda não está bem explicada.
No meio disso tudo, assusta a passividade da imprensa.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Falta de lógica

A cada Brasileiro volta a velha discussão sobre mala branca, incentivo, falta de competitividade, etc e etc. Os detratores da fórmula de pontos corridos chegam a dizer que o mata-mata era mais "justo". Bobagem.
O mata-mata premiava equipes boas, que mereciam o título de campeão. Mas nenhum campeão brasileiro nos pontos corridos conseguiu o título de maneira não merecida. Do Cruzeiro de 2003, ao Flamengo de 2009, todos mostraram características de campeão.
Já a teorização da mala branca esconde uma absurda falta de lógica. Tudo bem, uma graninha extra sempre pode motivar um ou outro. Mas resta dinheiro para que o Guarani ou o Goiás, já rebaixados, possam fazer frente a Fluminense ou Corinthians, que disputam o título? Não faz sentido, não é?

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Copa vai pegar você

O Mundial está logo ali, dobrando a esquina. Faltam agora três anos cheios (2011, 2012 e 2013) e metade de outro. Para construir tudo. Estádio, aeroporto, metrô, hotel. Não vai dar.
Vai dar é para fazer aquela maquiagem básica. Cercear o direito de ir e vir do cidadão. Fantasiar as ruas e os brasileiros. Exaltar aquelas qualidades as vezes deploráveis da nossa própria gente.
E até lá vão tratar como normal a onda de violência no Rio, o caos de gerenciamento em São Paulo, as enchentes em Belo Horizonte, a falta completa de estrutura no Nordeste...
E o presidente se propõe a falar em arranjo de resultado, ao invés de responder sobre a falta de arranjo do seu próprio governo.

Agradecimento dos Pampas

Que ninguém menospreze a capacidade de surpreender do Goiás, mas que os gremistas devem ter ficado muito contente com o caminho da Sul-Americana, ah, isso devem.

Aos fatos, pois

O torcedor palmeirense tem todo o direito de acordar hoje com a boca seca, com aquela sensação de triste ressaca depois do ocorrido na noite de ontem (24/11), no Pacaembu, quando foi derrotado de virada pelo Goiás, por 2 a 1, em pleno Pacaembu, sendo alijado da disputa do título da Sul-Americana.
Só não pode acreditar em demasia no poder deste time, que sempre foi fraco. Fez pífias campanhas no Paulista, quando nem chegou às semifinais, e na Copa do Brasil. Fez um Brasileiro cheio de oscilações e está na parte do meio da tabela. Não brilhou em praticamente nenhum momento.
A Sul-Americana é um torneio secundário. Para dar um pouco de brilho, criaram esta vaga para a Libertadores. No meio do caminho, rasgando o acertado anteriormente.
Isso, porém, não tornou a competição maior automaticamente. Os times que lá estavam eram os que não haviam conseguido fazer coisa melhor em 2009 e foram empurrados para o torneio secundário. Qual a trajetória do Palmeiras? Bater o Vitória? Os reservas do Atlético-MG? O Un. Sucre?
Esqueça o fato de o Goiás estar na segunda divisão do campeonato brasileiro. Na Copa do Brasil, isso também acontece. Já houve time campeão assim. O mata-mata permite este tipo de aberração.
O que o palmeirense tem que olhar e respeitar é o fato de que o seu time, assim como outros tantos, é ruim. E torcer _e cobrar_ para que as coisas sejam substancialmente diferentes em 2011.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Não é coincidência

O Internacional precisava que seu rival, Grêmio, tirasse pontos do Flamengo em 2009, na última rodada, para poder ser campeão. O tricolor gaúcho, porém, foi facilmente dominado pelo time carioca, que venceu a partida e se sagrou campeão.
No último domingo, o Internacional poderia dar o troco. Teria até motivos fortes para isso. Sem chances no campeonato, precisava (e o fez) poupar titulares, com o objetivo de evitar baixas para a disputa do Mundial de clubes. Assim, uma derrota para o Botafogo, na ponta de cima da tabela, no Rio de Janeiro, seria natural.
Melhor: prejudicaria, e muito, a vida do Grêmio.
Mas o Inter jogou com raça, precisão. Ganhou o jogo.
Ajudou o Grêmio. Mas isso é o de menos. Fez o que dele se esperava como clube.
Sua vocação é vencer. E assim o fez. Não é coincidência que seja, nos últimos anos, um dos clubes mais bem sucedidos do futebol brasileiro. Não é coincidência que tenha conquistado a Libertadores deste ano.
Põe para pensar todos os presidentes de clube que se satisfazem hoje com derrotas.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Queda livre

E o Goiás vai para a segunda divisão. Com a qual tinha flertado já várias vezes nos últimos anos. E pensar que recentemente chegou a disputar uma Libertadores. No ano passado, montou um time cotado para ser campeão. Sim. Uma temporada pode causar manchas irreparáveis para uma agremiação.

Das duas, uma

Ou o São Paulo tem um time tão fraco, mas tão fraco, que mesmo diante de toda a suposta vontade, bronca do presidente e discurso de moralidade, apanhou feio do Fluminense. Em casa. Metade do time deveria ser sumariamente dispensado nesta segunda-feira, tendo em vista que o Campeonato acabou e o tricolor nada mais almeja.
Ou bem o time pode muito mais. E ontem simplesmente não jogou, movido sabe-se lá por qual interesse _talvez o mais prosaico, de evitar ajuda ao rival Corinthians. Em sendo essa hipótese, seria uma das maiores vergonhas da história do clube.
Por outro lado, para não ficar só no discurso raso, vale fazer julgamentos esportivos, quando se sabe que este momento tem sido de condutas não tão esportivas assim? Com ajudas suspeitas dentro e fora de campo?
No fundo, a rodada de domingo é sintoma, não causa da doença.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

GOLPE

Em letras garrafais.
O blog do jornalista Ricardo Perrone diz que Juvenal Juvêncio pode usar de um expediente malandro para tentar se manter no poder. O estatuto do São Paulo foi alterado, alargando o mandato presidencial de dois para três anos. Um minigolpe, tendo em vista que JJ já era presidente e já cumpria seu primeiro mandato.
Há uma conveniente leitura sendo feita agora de que, em tendo a regra mudado, ele estaria cumprido agora o primeiro triênio dentro do novo estatuto. O mandato anterior, portanto, "não contaria".
Juvenal não confirma nem desmente os rumores. No entendimento de Perrone, isso tem um gestual político: ainda estaria avaliando, pois, a hipótese.
Não deveria.
O mesmo presidente que aparece dizendo que o time não pode entregar o jogo para o Fluminense sob o mantra de ser diferenciado não deveria sequer compactuar com as especulações. A ele caberia ser o primeiro a defender o legalismo e o cumprimento claro das regras.
Pois o contrário tem um só nome: GOLPE!

Tricolor 2011

E dizem que o São Paulo flerta com Breno para voltar ao Brasil, enquanto a diretoria se mexe para tentar trazer Branquinho do Atlético-PR, além de promover a volta de Wagner Diniz.
Ninguém pode reclamar dos nomes. O time terá que se adaptar à disputa da Copa do Brasil e assistirá de camarote ao domínio por parte de equipes mais fortes.

Bola e caneta

A colocação de Andres Sanchez como pré-candidato a Prefeitura de São Paulo pode ser um balão de ensaio, mas não foi negada oficialmente por ninguém do PT, nem pelo próprio (ao contrário). Andres estaria, segundo informações publicadas pela imprensa, tentando pavimentar seu caminho para ser presidente da CBF. Caso contrário, deixaria uma porta aberta na política. O que poderia explicar tantas benesses conseguidas para o clube de Parque São Jorge. Financiar com dinheiro público um clube de futebol de olho em benefício político. Se isso for verdade, o mensalão terá apenas mudado de nome. Pelo menos, terá sido escancarado.

Garrafa para vender

O técnico Mano Menezes diz que o gol de Messi foi um acidente de percurso. Com inteligência, tira o peso da derrota no amistoso de quarta-feira (17/11), em Dubai. O estranho é não ser cobrado pela frase. Que poderia entrar na antologia ao lado de "o gol é apenas um detalhe". Quando Dunga declarou coisa parecida, o mundo caiu sobre sua cabeça. Lógico que devem ser dadas as devidas proporções: o trabalho está apenas começando, nem se compara a importância de um e outro jogo etc e etc.
Mas é fato que o Brasil falhou em seu primeiro amistoso de validade.
E que está com imensas dificuldades de enfrentar adversários de verdade.
Corre o risco de ficar enfrentando Irãs e Estados Unidos da vida daqui até 2014 e se ufanando de resultados mascarados.
Esse é o percurso que Mano deve evitar, para prevenir-se de acidentes maiores.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Hipocrisia

O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, xingou o árbitro e o responsabilizou pela derrota do time ante o Corinthians. A Folha hoje (16/11) informa que o próprio time mineiro pressionou pela escolha de Sandro Ricci como apitador da peleja.
O dirigente fez uma carta aberta aos torcedores, onde volta a espinafrar a arbitragem e a CBF. Cala-se sobre o bastidor. Também não menciona uma palavra sobre ser chefe da delegação da seleção no Qatar.
Se quer dar ares de moralidade, Perrella deveria ter ficado no Brasil e explicado aos torcedores como é a escolha de um árbitro para um jogo, como os clubes influenciam esta escolha e por que ele quebrou a cara pressionando por Sandro Ricci. Deveria ter eleito isso como prioridade, e declinado o convite da CBF.
Mas quem haverá de comprar briga com a entidade?
O que leva a acreditar que no fundo, no fundo, é tudo conversa para boi dormir.

domingo, 14 de novembro de 2010

Quem disse que não tem final?

Do jeito que as coisas vão, Grêmio x Botafogo, na última rodada, será uma legítima decisão de quem vai para a Libertadores. A melhor história de redenção do Brasileirão contra o time mais estável do torneio.

Um Goiás no meio do caminho

Em 2008, ele podia ter vencido o São Paulo e dado o título para o Grêmio, mas não conseguiu. De qualquer forma, foi protagonista.
Em 2009, na reta final, ele chegou a empatar com o Flamengo e ganhou as manchetes. Mas depois, ao bater o São Paulo por 4 a 2 (com até um gol de Leo Lima), foi fator de desequilíbrio e ajudou a decidir o título.
Agora, roubou pontos preciosos do Fluminense no Rio. E pode, só pode, decidir seu futuro contra o Corinthians. Se ganhar, pode tirar do alvinegro o campeonato.
Aos supersticiosos: o último brasileiro corinthiano veio em cima do Goiás (2005). Seria ainda a vingança da equipe que o jogou para a segunda divisão em 2007.

Ovo ou a galinha

Preste atenção. Está nos documentários. Está no filme "Soberano".
Quando o São Paulo vencia, Muricy sempre falava "eu". "Eu peguei este time...", "eu vi que algo precisava ser feito...", "eu chamei os atletas...", "eu trabalho demais...".
Quando o São Paulo perdia, Muricy sempre falava "vocês". "Vocês não entendem...", "vocês só querem saber de conversinha".
Durante muito tempo, Muricy destratou os demais com os três títulos conquistados pelo São Paulo. É fato que depois que deixou o Morumbi, a equipe se esfacelou. De campeã brasileira de 2008 a nem classificada para a Libertadores. Mas a ausência de Muricy isolada não explica isso. Pelo contrário. Talvez a justifique. O São Paulo não se renovou, não achou formas novas de jogar, não criou alternativas, viciou o elenco. Paga um preço alto por isso.
Muricy fez boas escolhas na carreira. Em 2009, invocou o fato de seu pai ter boas amizades com jogadores do Palmeiras, no passado, como a justificar um laço de amizade entre o clube e ele mesmo. O próprio, que chamava o Morumbi de casa. Não deu certo. O vexame foi grande. Nem para a Libertadores foi.
Muricy neste ano tinha tudo. Apoio da torcida, dos dirigentes. Se o time não era ótimo, o clube não poupou esforços para dar a ele o que de melhor tinha. Ele, que sempre reclamou da ausência de meias, tem a sua disposição Conca e Deco. Tem Washington. Tem Fred.
A Muricy cabia levar o time a quatro vitórias. Contra o quase rebaixado Goiás. Contra os desmotivados Sâo Paulo e Palmeiras. Parecia fácil.
Mas Muricy tem medo. Muito medo.
Colocou volantes. Tirou atacantes. Jogou no erro do adversário. Que praticamente não errou.
E neste domingo, em casa, empurrado por uma massa de 36 mil torcedores, o Fluminense não saiu de um empate com o Goiás.
Muricy caminha para ser o grande fiasco do futebol brasileiro em 2010.

Centenário

Que ano para o Corinthians.
Tudo bem, a Libertadores não veio.
Mas seu técnico se transformou em treinador da seleção brasileira. Tá certo que era a segunda escolha, mas está lá...
Seu presidente foi chefe da delegação que viajou para a Copa do Mundo. Tudo bem que a Copa foi uma bagunça e que o presidente da CBF espinafrou a preparação, que os jornalistas foram xingados, que o nível foi baixo...
O clube irá ganhar um estádio. O terreno é cessão da prefeitura. Tem ai um promotor dizendo que é preciso investigar, tem gente dizendo que o terreno passa por cima de um gaseoduto, mas deve ser intriga da oposição...
O time deve R$ 100 milhões na praça, mas mesmo assim, a torcida terá um estádio para abrir a Copa. Os mais chatos ficam cobrando explicação boba, tipo "quem vai pagar", como uma empreiteira topa uma obra de R$ 400 milhões sem garantias, como a Fifa escolhe um estádio para abrir a Copa se o próprio construtor reconhece que nem sequer abriu o caderno de encargos, por que o BNDES topou emprestar a grana, de onde virão os R$ 250 milhões extras para aumentar a capacidade"... Mas isso é coisa de gente chata.
E a equipe marcha para ser campeã brasileira. E sempre haverá aquele que vai lembrar do pênalti inventado no Pacaembu, contra o Cruzeiro.
Poxa, não deixam nem o Corinthians comemorar em paz.

Redenção do Esporte

Ver Sebastian Vettel campeão da F-1, um final de semana após assistir ao documentário "Senna", é acreditar que de vez em quando, e só de vez em quando, os deuses do esporte, ou destino, ou seja como lá como queiram chamar, agem de maneira correta.
Pois a Ferrari queria ensinar a todos o que é o mundo do esporte. Que o que vale é ganhar a qualquer custo e que se engana quem pensa que o mundo é diferente.
Os comentaristas de F-1 mesmo, todos, fingiam adorar esta história de independência da RBR, mas se escudavam nos mesmos argumentos econômicos e financeiros. Seriam os primeiros a atirar pedras disfarçadas na vidraça da escuderia e a dizer que, ao não privilegiar ninguém, a equipe jogou por ar um campeonato fácil. Alonso teria fama de estrategista. A Ferrari, de calculista.
Pois Vettel colocou as coisas em seu devido lugar. Arrojado, lutou pela vitória. Perdeu pontos pelo caminho, mas não abaixou a cabeça. Como ensinava Senna, se você está num esporte é para tentar vencer. Sempre. O resto é consequência.
Seu título mundial é uma consequência.
Sem manchas, sem nódulos, sem concessões, sem perguntas incômodas.
Como seria bom se isso fosse possível em outros esportes.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Grandeza

Da mesma forma como o Corinthians poderia e/ou deveria ter preservado sua história no jogo contra o Flamengo no ano passado, São Paulo e Palmeiras deveriam tentar ganhar do Fluminense neste. A moralidade deve começar por algum lugar. Neste país, isso ainda é ser visto como trouxa, porém.

Piada

É inacreditável. Um estelionato.
Durante a campanha eleitoral, os candidatos fugiram do tema CPMF como o diabo foge da cruz. No primeiro dia pós-eleição, governadores e presidente eleita já começam a fazer a cama para a volta do tributo. Com o frágil argumento de que é preciso sacríficio em nome do social. A mão que gasta de maneira desenfreada com pessoal, com subsídios escusos é a mesma que pede mais dinheiro ao já sufocado contribuinte, que não consegue escapar dos impostos e ainda tem que arcar com despesas privadas de educação e saúde e com um falido sistema de segurança pública.
Este mesmo cenário de faz-de-conta contaminou o ambiente ontem no lançamento do Itaquerão, Fielzão ou qualquer que seja o nome do novo estádio do Corinthians.
Um clube que está sob investigação do Ministério Público sob suspeita de lavagem de dinheiro. Cujas ligações com fundos internacionais é vista como suspeita. Um clube que é um dos maiores devedores do INSS.
Uma empreiteira que multiplicou seus valores com obras no governo federal diz que vai tomar empréstimos e erguer um estádio. Não diz como vai receber o dinheiro de volta. Tenta enganar a opinião pública afirmando que será com exploração de camarotes e naming rights. Olhe para os exemplos no Brasil. È conversa para boi dormir.
Agora, o estádio é escolhido para ser a abertura da Copa. Projeto mal existe. Dinheiro, dizem todos, não há. Mesmo assim, é escolhido.
Por muito menos, o Morumbi foi preterido. Do São Paulo, desconfiaram da capacidade de pagamento (embora já tivessem um bem físico para dar como colateral). Visualizaram a reforma e não a aprovaram, ao contrário de uma maquete corinthiana.
É um teatro. Ridículo. E retratado de forma acritica e despolitizada pelos meios de comunicação.
O contribuinte merecia mais. Inclusive o corinthiano.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Para 2011

O Santos já se movimenta e busca repatriar Lucas, do futebol inglês, Zé Roberto, do Alemão, e Elano, da Ucrânia. Além de manter Ganso e Neymar.
O Palmeiras tenta se reforçar com atletas do Atlético-PR e trazer de volta Alex.
O Corinthians promete dobrar esforços para a conquista da primeir aLibertadores.
O Inter fala em buscar Grafite na Alemanha.
No Morumbi, só se fala em dispensas.

Rodada ao avesso

Tinha tudo para encurtar a distância entre líderes e o pelotão de trás. Mas, jogando fora, Cruzeiro e Corinthians tiveram vitórias difíceis, mas não prováveis (antes do início da rodada). O Fluminense saiu do marasmo das últimas rodadas.
O time fluminense, porém, oscila demais e não leva segurança aos seus seguidores. O mineiro tem um ótimo time titular, mas poucas peças de reposição. O alvinegro paulista parece mais inteiro neste momento.

Amigo é pra essas coisas 2

O São Paulo não só perdeu do Corinthians como ganhou do Cruzeiro. Para completar o serviço, basta atrapalhar o Fluminense.

Amigo é para essas coisas

O título deste post poderia ser "Quem muito fala...". Pois o São Paulo falou muito. Em chegar à Libertadores, mas, principalmente, em atrapalhar o Corinthians na sua disputa pelo quinto título nacional. Na hora do vamos ver, porém, foi o rival quem fez a festa. Para variar. Uma constante que se repete desde 2007.
Pode-se argumentar que desta vez foi muito diferente do que aconteceu no primeiro turno. Naquela ocasião, o São Paulo não viu a cor da bola, apanhou de 3 a 0 e ficou barato. O melhor jogador tricolor na ocasião, apesar do placar, foi o goleiro Rogério Ceni. Agora, os 2 a 0 não necessariamente refletem a dinâmica e as chances de gol desperdiçadas. Nada disso, porém, escusa o fato de que há uma distância técnica e psicológica entre as duas equipes.
Sobrepujado seu adversário tradicional, o Corinthians encontra apenas um grande obstáculo frente ao título: o Cruzeiro. A atenuante é que o jogo será no Pacaembu, onde a equipe paulista reina soberana neste ano.
O título ganha contornos alvinegros.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Deixa que eu deixo

Cruzeiro se distanciou do pelotão da frente, Fluminense se contenta em empatar e o Corinthians tem o caminho mais fácil para chegar a 69 pontos e conquistar o título.

Tristeza ou alegria

Lembrar de Sérgio Baresi como treinador pode fazer o torcedor são-paulino agradecer a quem teve coragem de lançar Lucas no time principal. Ou lembrar o pífio desempenho dos treinadores que antecederam Carpegiani e alijaram o time da disputa pelo título.

domingo, 31 de outubro de 2010

Impecável

O comentário de Victor Birner sobre a não-convocação de Hernanes. Não é porque ele é o destaque da Lazio que passou a ser um jogador fora de série. Aliás, talvez ele só esteja se destacando por ser a Lazio. Para alguns, é mais fácil ser um peixe grande num lago pequeno do que um peixe pequeno numa lagoa grande.

Palpite

Se fosse bom, vendia-se, não se dava.
Mas na reta final do Brasileiro fica mais fácil brincar no simulador de resultados. E hoje ele combina os resultados de forma a mostrar que o título tende a ficar entre Cruzeiro e Corinthians; que o campeão deve fechar o ano com 68 pontos; que os dois e o Fluminense estarão na Libertadores e que se quarta vaga houver ela caberá ao Grêmio, coroando a melhor história de ressurreição do ano.

A culpa é do árbitro

Tudo bem, a bola parece que entrou e o bandeirinha estava mal posicionado. Na dúvida, pró-atacante. Mas esse não foi nem de longe o pior lance do campeonato. E querer creditar a esse erro de arbitragem as chances diminutas de o Santos ser campeão é mascarar a realidade. Este mesmo discurso não deveria, pois, ter permeado a crítica esportiva após a bisonha virada para o lanterna do campeonato, Grêmio Prudente, na semana passada?

Rave da democracia

E as eleições acabam sem que temas esportivos tenham participado da agenda dos candidatos. Bolinhas de papel, balões de água e encíclicas papais tiveram muito mais espaço do que discussões sérias sobre os preparativos para a Copa e para a Olimpíada. Fala sério.

Amor com amor se paga

Em 2009, o Corinthians deixou o seu coração falar mais alto e, numa atitude popularesca, comemorou a derrota de 2 a 0 para o Flamengo nas rodadas finais do Brasileiro. Comemorou sim. O título do jornal oficial dos corinthianos classificou o resultado de "Doce Derrota". Os três pontos foram cruciais para que o Flamengo tirasse do São Paulo a possibilidade do quarto título nacional consecutivo.
O mesmo Flamengo acabou eliminando o time alvinegro da Libertadores deste ano, como a querer provar que o futebol dá, o futebol tira.
Agora, corinthianos sabem que o futuro do campeonato não mais depende só deles. O Cruzeiro por exemplo fecha sua participação contra o Palmeiras.
Mas ninguém tem tantas possibilidades de atrapalhar ou ajudar, mesmo que de maneira indireta, o Corinthians do que o próprio São Paulo. Joga com Cruzeiro (fora), Fluminense e com o próprio rival paulista no Morumbi. Se perder para os dois rivais e ganhar do Corinthians, pode tirar o time paulista da disputa. Se acontecer o contrário, pode empurrar o quinto título brasileiro para o Parque São Jorge.
As teorias da conspiração já começaram a pulular. E torcedores do Corinthians agora cobram de terceiros um profissionalismo que a rigor não tiveram.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Empate é um bom resultado?

Sim. Se o time estiver em um jogo difícil, em condições adversas e a derrota for provável, empate pode ter sabor de vitória.
Sim. Se estiver jogando fora, se o seu time estiver muito desfalcado.
Sim. Se pela frente você tiver adversários teoricamente mais fáceis do que seus adversários.
Não. Em um campeonato em que vitória vale três pontos e que cada resultado conta, abrir mão da tentativa de sobrepujar o adversário é poder jogar fora a chance de ser campeão.
Não. O objetivo do jogo é vencer. Empatar é uma anomalia.
Se é bom ou ruim, como pode-se ver, depende do ponto de vista. Uma coisa, porém, é fato: o Corinthians ontem optou por empatar com o Flamengo, abdicando da vontade de vencer. Se vai fazer falta ou não, óbvio, só o final do campeonato dirá.

Falta de senso

Nota no jornal "O Estado de S.Paulo" desta quinta-feira (28/10) indica que uma suposta oposição no Santos estaria vetando o nome de Adilson Batista como treinador da equipe. Motivo: se ele não serviu para o Corinthians, serviria menos ainda ao alvinegro praiano. Primeira dúvida é identificar quem seria esta oposição santista. Se for a mesma que está penhorando todos os bens do clube na Justiça, talvez mereça apenas o silêncio como resposta. E publicar uma nota no jornal serviria apenas para criar confusão. Se a moda pega, técnico nenhum poderia ser contratado. Cuca, Muricy e Tite, líderes do campeonato neste instante, em algum instante já não serviram para clubes brasileiros.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Perguntas incovenientes

1. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, quer trazer para São Paulo o centro de mídia, tirando-a do Rio de Janeiro. Para isso, informa o Estadão de 26/10, trabalha nos bastidores. Com a mesma eficiência com que tem trabalhado para trazer jogos da Copa para São Paulo?

2. Valdivia está ou não está machucado?

3. O técnico Paulo Cesar Carpegianni havia dito que Richarlyson poderia ser punido pela expulsão infantil no jogo contra o Santos. Agora, o jogador pode voltar a ser titular. A suspensão automática será sua punição?

4. Quem controla o que o jogador toma? Quem deveria controlar?

5. Abel Braga teria desistido de ir ao Santos. Ele não tinha feito todo um discurso de que não estava feliz e que pagaria do próprio bolso a multa? Qual o empecilho então?

6. Se Abel desistiu, os supostos planos e palpites dele para a montagem do Santos de 2011 serão revistos? Ou esta conversa era balela?

7. Como está a recuperação de Fred? O fato de outros jogadores do Fluminense estarem de molho não indica que pode haver algo de errado mesmo no departamento médico?

8. Por que Hernanes consegue jogar na Lazio como meia-atacante e no Brasil não conseguia?

9. Dorival Junior afinal, que acompanhava os treinamentos, tinha razão ao não deixar Neymar bater pênaltis?

domingo, 17 de outubro de 2010

Deixa que eu deixo

Cruzeiro perdeu, Corinthians e Fluminense só empataram. Segue a gincana dos que não querem ganhar o campeonato. No caso do time paulista, são sete partidas sem vitória.

Jogo do ano

É chavão, é batido, é lugar comum. Mas qual a melhor definição de São Paulo x Santos do que o jogo do ano para a equipe tricolor? As duas vitórias contra o Cruzeiro na Libertadores foram, àquele momento, mais importantes. A segunda partida contra o Internacional deixou o gosto de que o time até teria condições de se classificar, não fosse a covardia do jogo de ida. Mas nenhum contou com tanta carga de dramaticidade e bom futebol como o visto no Morumbi, com o placar final de 4 a 3 para a equipe do São Paulo. Aos que preferirem ver os defeitos de defesa, óbvios, cabe o argumento de que eles também existiam antes, só que não havia a coragem tática de se lançar ao ataque e construir o resultado.
O São Paulo provavelmente não irá se classificar para a Libertadores _principalmente se a vaga seguir apenas para os três primeiros colocados, numa mudança de regra ridícula imposta pela Conmebol e aceita pela CBF. E a culpa será da diretoria e da presidência, que demoraram uma eternidade para perceber o óbvio: não dá para uma grande equipe ficar sem técnico.
Carpegiani não é perfeito. Mas os trabalhos à frente do Atlético-PR e agora à frente do São Paulo mostram a sua importância, ainda, para o futebol.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Faltam quatro anos para a Copa

Não há nenhum estádio pronto, as grandes obras não saíram do papel, não existe um projeto concreto de construção de aeroporto, de fortalecimento de infra-estrutura, de incremento à segurança (o ex-presidente do STF foi assaltado enquanto caminhava numa das praias mais populares do Brasil). E o tema está ausente da discussão eleitoral. Isso diz muito sobre o Brasil.

Momento

Todos os grandes de São Paulo enfrentaram momentos de maior ou menor instabilidade. O Palmeiras não conseguiu paz nem no começo de Scolari, trocado após diversos problemas na passagem de Antonio Carlos. O Santos, que parecia imune neste ano a sacolejos, viu Dorival cair depois de brigar com Neymar. O São Paulo enfrentou um longo inverno e ainda não viu o calor voltar por total.
O Corinthians "escolhe" sua crise na pior hora possível.
A queda de rendimento do time é visível. A falta de comando se evidenciou ontem, calando os que acham que interino e treinador de ponta são a mesma coisa.
A sua sorte é ter um jogo não tanto complicado no domingo. Não vencer o Guarani, porém, significa praticamente dar adeus ao título. E elevar demais a temperatura de uma panela de pressão que vinha sendo mantida a fogo baixo.

Corinthians, 100, é 41%

Derrotas para o Vasco (2 a 0), Grêmio (1 a 0),Internacional (3 a 2), Atlético-MG (2 a 1) e Atlético-GO (4 a 3). Vitórias sobre o Goiás (5 a 1), Fluminense (2 a 1), Prudente (3 a 0), Santos (3 a 2). Empates com o Atlético-PR (1 a 1), Botafogo (1 a 1), Ceará (2 a 2). Desde que comemorou cem anos, o Corinthians disputou 12 partidas. Dos 36 pontos possíveis, fez 15. Centenário, seu aproveitamento é de 41%.

Vale mesmo?

Praticamente ninguém acompanhou a rodada da Sul-Americana ontem. Nem a Globo passou os jogos. Hein? Sul-Americana. Sim, Sul-Americana. O torneio que vale uma vaga para a Libertadores e que restringiu a competitividade do Brasileiro. Fala sério.

Fim do asterisco

Acabou o primeiro turno do Campeonato Brasileiro. No meio do segundo. O Corinthians se deu ao luxo de adiar uma partida para fazer festa e este jogo pode, no final das contas, ser decisivo para o resultado final do Campeonato.
Todas as equipes têm o mesmo número de jogos. A classificação fica mais coerente. Os grandes vencedores da rodada, por óbvio, são o Cruzeiro e o Santos. O primeiro tem uma vantagem de ao menos uma rodada sobre os seus adversários. Faltando apenas nove para o campeonato acabar, é considerável. O Santos está a seis pontos do líder. Ainda verá o confronto direto entre Cruzeiro e Corinthians da arquibancada. Joga a reta final sem a pressão de títulos ou de estar na Libertadores. O que poderia acontecer de ruim já aconteceu _perdeu Ganso, o técnico e viu o craque do time se desestabilizar.
A zona de degola ainda está muito parelha e só deve piorar. E a zona intermediária dificilmente vai mudar, com os times perdendo para os mais fortes e ganhando dos mais fracos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Craque do Brasileiro

Quem seria o supercraque deste Campeonato?

Supertécnicos

Por um lado, avaliar a trajetória do Santos permite se indagar se o técnico de fato fazia tanta diferença. O "interino" Marcelo tem aproveitamento melhor que o do experimentado Dorival Jr.
Por outro, avaliar os resultados e o futebol (principalmente do meio para frente) do São Paulo permite indagar o por quê de a diretoria ter demorado tanto para colocar alguém do ramo no banco de reservas.
De um ou outro ponto-de-vista só se permite deferir que o tempo é ainda muito curto para colocar a culpa ou a benção nas mãos de um ou outro treinador.

Cheiro de 2009

O time que lidera boa parte do campeonato vacila na reta final. A equipe de Muricy não consegue ter o fôlego suficiente para enfrentar a maratona decisiva. Um time dado como carta fora do baralho se aninha nas primeiras colocações no quarto final do torneio. Cinco ou seis equipes têm condições de serem campeãs até o final.
O Campeonato Brasileiro mostra uma saudável coincidência com o ano de 2009.

Razões que a razão desconhece

Falta um elemento essencial para entender a saída de Adilson Batista do comando técnico do Corinthians: informação.
Há duas teorias na praça. Uma é que o técnico pediu para sair, por motivos nada claros _pressão das torcidas organizadas, falta de comprometimento dos jogadores, ausência de apoio da diretoria. Mario Giobbi, o superdirigente do futebol corinthiano, conduz as informações por este caminho.
Outra é que o treinador foi demitido no calor dos acontecimentos, ainda nos vestiários. A interpretação da fala de Adilson leva por este rumo.
É essencial saber qual a versão correta. Essencial para o torcedor, para o acompanhante do futebol.
O Corinthians não está em uma boa jornada. Não conseguiu vencer os últimos cinco jogos. Foi derrotado pelo Atlético-GO em uma partida patética.
Mas é importante levar em consideração que:
- O time perdeu jogadores muito importantes, com contusão (Dentinho, Jorge Henrique)e outros por motivos diferentes (Elias na seleção, Roberto Carlos cansado).
- Há derrotas em que o time mostrou bom futebol (caso do segundo tempo do jogo contra o Inter e do primeiro tempo contra o Atlético-MG).
- O mesmo técnico conseguiu levar a equipe a importantes vitórias, como a contra o Fluminense fora de casa.
- Não havia tempo para uma decisão peremptória sobre a qualidade do treinador (resta lembrar que Mano Menezes fez um Campeonato Paulista muito ruim quando assumiu o Corinthians em 2008).

domingo, 3 de outubro de 2010

Cortesia

Quando Ricardo Gomes não teve seu contrato renovado, Cruzeiro e Atlético-MG acusaram o São Paulo de assediar seus treinadores. O clube paulista reagiu com veemência, apegando-se ao fato de ser diferenciado e, assim, não especular com quem tem contrato em vigência.
Este discurso caiu por terra, ao tirar Paulo Cesar Carpegianni do Atlético-PR.
Os técnicos, sempre tão corporativistas ao defender seus interesses, deveriam repudir esta atitude, que causa um transtorno enorme a um clube que estava em plena ascensão no campeonato.
Detalhe seja levado em consideração, porém: Emerson Leão e Paulo Autuori faziam bons serviços no São Paulo quando foram assediados por clubes do exterior.

O Brasileiro que ninguém quer ganhar

Empatar em casa com o Ceará, em 2 a 2. Empatar com o quase-certo rebaixado Prudente, em um estádio vazio. Empatar em casa com o Atlético-PR...
Se ao menos um deles tivesse vencido, caminharia com passos mais sólidos para ser campeão brasileiro. Mas Corinthians, Fluminense e Cruzeiro deram show de incompetência e não se mexeram na tabela. A sorte do trio é que o Internacional está distante (e inconstante) demais para esboçar reação mais sólida.
Não é de hoje que o Fluminense alterna mais momentos ruins do que bons. O Corinthians está numa maré de deixar seus torcedores preocupados, a despeito dos problemas com jogadores muito importantes. E o Cruzeiro demonstra que talvez não tenha fôlego para chegar.
Este parece ser o Brasileiro que ninguém quer ganhar.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Soberba 2

"Eu sei quanto alguns clubes pagaram para repatriar atletas. É nível Europa. Eu vejo aqui e acolá clubes de grande expressão atrasando salários. Isso não é bom. Ao observar quanto alguns técnicos ganham, faço uma reflexão. O meu ganha R$ 10 mil por mês. Mas está resolvendo o meu problema? Não está. Eu estou contente? Não estou. A verdade é que ele é interino, se não fosse interino poderiam me cobrar." (Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo)

1. Se os clubes pagam para repatriar atletas e eles funcionam, tudo bem. O custo do dinheiro é diferente. Os R$ 10 mil para Baresi são muito para o resultado que ele apresenta, não é mesmo?
2. O seu técnico não está resolvendo o problema. Culpa dele ou de quem colocou um iniciado para dirigir um clube gigante?
3. Descortesia total com o profissional que está "quebrando um galho" e é destratado publicamente.

Soberba 1

"No São Paulo, existem algumas coisas que não abrimos mão. O técnico cuida exclusivamente da parte do campo de jogo, só traz um auxiliar técnico porque trabalhamos com uma comissão permanente. E ainda temos uma postura diferenciada de contratações. São coisas que causariam incompatibilidade. Não tenho nada contra o profissional Vanderlei Luxemburgo, que é competente, boa pessoa e tem excepcional currículo" (dirigente do São Paulo).

1. Mudar postura conforme a situação significa corrigir rotas, rumos, arrumar o que está errado. Um comandante que não abre mão de mudar a rota do seu navio acaba batendo num iceberg e afundando.
2. O São Paulo hoje não tem um técnico que cuide do campo de jogo. Aliás, não tem faz tempo. E ainda quer passar recado.
3. A postura diferenciada de contratações levou ao São Paulo André Luis, Marcelinho Paraíba, Leo Lima, Joilson, Wagner Diniz, Renato Silva e tantas outras aquisições furadas.
4. Um profissional que é competente, boa pessoa e tem excepcional curriculum não pode ser contratado porque tem um jeito diferente de trabalhar? Já perguntaram a ele se toparia mudar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Era uma vez um time...

Que foi membro do G4 do Brasileiro no ano passado. Classificou-se para a Libertadores deste ano. Por isso, foi alijado da Copa do Brasil (as competições não podem ser disputadas de maneira simultânea). Tentou, mas não conseguiu ser campeão. Com um bom elenco, porém, vai disputar o Brasileiro, para ganhar. Pode ser que não ganhe, mas terá justificado o ano para seus torcedores e seus patrocinadores se conseguir voltar à Libertadores do ano que vem. Pois este mesmo time percebe agora que ficou muito difícil isso acontecer.
Já outro time, que foi mal no Brasileiro do ano passado, está mal no Brasileiro deste ano, poderá estar no principal torneio continental das Américas. Aliás, o caminho é até mais fácil, sob certos aspectos.
A mudança premia a quem? A quem se mantém na ponta ou a quem sempre se manteve mais para baixo?
A Libertadores do ano que vem ganharia mais com qual time participando?

A regra? Ora a regra

Era uma vez um campeonato caça-níquel que não valia de nada, a não ser preencher a grade de televisão nas quartas e dar um premiozinho mequetrefe aos seus campeões. Esta competição só tinha interesse para os grupos intermediários.
Mas eis que os patrocinadores resolveram, numa canetada só, assumir que este campeonato, a Sul-Americana, vale alguma coisa: um passaporte para a Libertadores.
Tudo bem. Até podia ser assim. Mas a canetada foi dada no final do ano, no meio da temporada. Casuísmo. Regra rasgada.
A CBF aceitou a desvalorização do seu campeonato. Não deveria. Os clubes brasileiros também não.
Um absurdo só comparável à decisão esdrúxula de refazer os jogos do Campeonato Brasileiro que poderiam ter sido tocados pela máfia do apito.
O Botafogo amanheceu na Libertadores e vai adormecer fora dele, sem nenhum jogo ter acontecido. Casuísmo maior não há.
Felizes só os clubes que ainda disputam a esvaziada Sul-Americana, como Palmeiras, Avaí e Atlético-MG.
O que gera outra distorção: todos estão na ponta de baixo da tabela.
Não será surpresa se algum membro do atual G4 ficar de fora da Libertadores. E algum rebaixado entrar.
Lógica? Para quê mesmo?

A Vila ferve

A demissão do técnico Dorival Junior é um daqueles acontecimentos jornalísticos únicos. Treinador demitido é a coisa mais normal do mundo. Não alguém que estivesse fazendo um bom trabalho, com resultados (nos últimos dois anos, o técnico foi campeão brasileiro da Série B com o Vasco e do Paulista e da Copa do Brasil com o Santos). A quem acha que esses torneios são paralelos ou menores, pode-se argumentar que foram estes exatos títulos que pavimentaram o caminho de Mano Menezes para a seleção.
Dorival foi o responsável pela formação deste time do Santos. Um ano atrás, Ganso era uma promessa que perdia dois pênaltis no Maracanã. Neymar era o filé de borboleta que alternava titularidade e reserva. Hoje, têm a badalação que têm.
Mas dizer que isso seria uma injustiça talvez seja simplificar demais.
A leitura de diversos blogs (Ricardo Perrone/UOL, Victor Birner/Lance, Juca Kfouri/UOL, G1) e jornais permite colocar algumas questões de difícil resposta:
1. Dorival foi firme ou intransigente?
2. O técnico estava preservando o clube e seu patrimônio, ao dar uma diretriz para Neymar, ou depreciando os dois?
3. Mais vale um jogador indisciplinado e bom em campo do que potencializar o risco de perder dois ou três pontos?
4. Qual é o recado que a diretoria passa aos jogadores e qual é o perfil do treinador que se pretende ter no futuro?
5. Dorival foi conivente com Neymar quando o problema era com os outros e só doeu quando sentiu o problema na pele?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Por trás das cortinas

1. Mano Menezes defende, no Roda Viva, os salários milionários de técnicos de futebol. Salário é algo que não se discute. Mas quem ganha salário tem que entregar resultado. Atacante que não faz gol, perde o emprego. Goleiro frangueiro, zagueiro perneta têm que ir para o olho da rua. Técnico que não ganha jogo, perde o cargo. Técnico quer ganhar muito e se esconder atrás da máxima de que "sem continuidade não há resultado".

2. E Neymar foi punido. Ou o Santos foi. Agora ele volta contra o Corinthians. Se fizer gol, arrebentar no jogo, vão dizer que foi por causa da punição?

3. A notícia mais estonteante do dia está meio sufocada no Painel FC da Folha. Diz que o arquiteto responsável pelas obras do Corinthians nem leu o caderno de encargos da Fifa. Ué, não era este o estádio que tinha salvado a Copa em SP?

4. Richarlyson diz que a presença de Juvenal Juvêncio no treino, semana passada, mexeu com a equipe. O dirigente estar no CT sem ser para apresentar jogador, diz o atleta, era sinal de que alguma coisa estava errada. Por temor, os atletas sabiam que tinham que ganhar do Palmeiras. Isso mostra o quanto Juvenal parece estar ausente do dia a dia do clube e como jogador pode ser mal acostumado. Se o presidente não aparecesse, os atletas do clube mais vezes campeão do Brasil, que recebem seu rico salário em dia não iriam se dedicar tanto?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Caindo na real

O São Paulo afastou o risco do rebaixamento. Já é grande coisa.
Deveria parar de pensar na Libertadores. A análise da tabela permite projetar que com alguma sorte o time ficará no mesmo oitavo lugar ao final do campeonato.

Uma ótima brincadeira

É usar o simulador de resultados do G1. Para quem tem tempo livre, claro.
Palpite? Corinthians e Cruzeiro chegam a dezembro com 72 pontos, mas o time paulista ganha na disputa por número de vitórias.

Uma ótima brincadeira

Para desocupados é brincar no simulador de resultados do G1 (www.g1.com.br). Os meus chutes deram Corinthians e Cruzeiro empatados na liderança com 72 pontos, com o time paulista sendo campeão pelo número de vitórias.

Prata da casa

E todos ressaltam a atuação do garoto Lucas, ex-Marcelinho, no clássico contra o Palmeiras. Bom ele é, na mesma proporção que errático. Colocar o peso do redesenho do São Paulo em seus ombros é dar um tiro desnecessário.

O São Paulo sempre foi bom em mesclar jovens com experientes. Mentira dizer que o time de 1985 era feito só de garotos. Ao lado de Muller e Silas estavam o experiente Falcão o já campeão brasileiro e titular da seleção Careca e o ex-garoto da Vila Pita.

Em 2002, a mais recente geração de sucesso do Morumbi mesclou os emergentes Kaká, Julio Baptista com os experientes Ricardinho e Rogério. A dupla de ataque tinha o mais novo Luis Fabiano e o mais rodado Reinaldo.

Pauta

E o iG destaca que o Juventude foi rebaixado para a série D do campeonato Brasileiro.

Em 2007, ele disputava a Série A. Em 2008, a B. Em 2010, a C. Em 2011, estará na D. Difícil lembrar de um clube que tenha tido caso de fracasso tão acentuado em tão pouco tempo.

Uma ótima história a ser contada pelos jornais.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Os males aparecem

Quando Muricy chegou ao Palmeiras, em 2009, parecia fadado a ser campeão brasileiro. O time estava folgado na liderança e o elenco parecia sólido.
Um pouco por problemas do técnico e muito pela falta de peças de reposição (e pela má fase de algumas de suas principais estrelas), o Palmeiras caiu tanto que a conquista do título virou pó. Nem à Libertadores chegou.
A história começa a se repetir. Com um agravante. Elenco, o Fluminense tem.

A queda dos cariocas

O Botafogo faz uma campanha empolgante, mas nitidamente lhe falta fôlego. Ah, e banco.
Já o Fluminense fez apenas sete pontos em seis jogos. Por esse rendimento, nem a Libertadores chega _prognóstico pessimista demais para o elenco que tem.
O Cruzeiro engrenou e dá luz alta.
E o Inter decide hoje se quer continuar brigando pelo título.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Explicações, por favor

O terreno de Itaquera, afinal, pode ou não receber um novo estádio?
Terá ou não dinheiro público?
Será ou não palco de jogos da Copa?
Vai ou não sair do papel?
Qual é o entrave concreto para a reforma da arena do Palmeiras?
O Morumbi será ou não renovado?

Rodada

O Corinthians foi o grande derrotado da rodada. Apesar da ascensão do Grêmio, o time paulista jogava em casa, apoiado por sua torcida e tinha que fazer a lição de casa. O fato de ter um jogo a menos não significa que fará mais três pontos, mas sim que poderá fazer. A parada no Rio na quarta será para lá de indigesta.
O grande vitorioso da rodada foi o Cruzeiro, com mais uma vitória. Futebol é momento e o atual é do clube celeste.
Quem também subiu foi o Botafogo, mas desse se esperava os três pontos. A parada do time mineiro era muito mais indigesta.
Quem parece estar querendo escrever um novo e triste capítulo na história do rebaixamento é o Flamengo.
E quem parece estar seguindo sua sina de lutar e não sair do lugar são o Palmeiras e o São Paulo.

De revirar o estômago

A foto do chefe da Fifa beijando o chefe da CBF.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Projeção matemática

Pelo simulador do site do G1, dá para imaginar que neste campeonato maluco serão necessários 71 pontos para ser campeão e 64 para chegar à Libertadores.
Pela sequência de jogos, os favoritos ao título são, nesta ordem, Corinthians e Fluminense.

Elevador direto ao céu

Até dez dias atrás, Baresi era o professor Pardal, que fazia DVDs e colagens ignoradas pelos jogadores. O interino era o treinador incompreensível, que tentou ganhar o elenco no grito (no melhor estilo Toninho "quem manda aqui sou eu" Cecílio) e, por isso, foi rejeitado.
Agora, ele é estrategista, os jogadores pedem sua efetivação, a torcida canta "o campeão voltou".
Pé no freio.
O São Paulo é um time inconstante. Nesta temporada já alternou momentos bons e outros nem tanto. Não é novidade a boa fase, mas também não será quando engrenar novas partidas sem vitórias. Nem é o time que gostaria de disputar o título, mas também passa longe de uma equipe prestes a ser rebaixada.
E Baresi é um técnico em formação, que erra na escalação da equipe, que substitui mal, mas que conta com uma dose grande de sorte e uma estrutura razoável, que faz o time andar sozinho.

Roupa suja se lava em casa

Teria Fred razão em explicitar as supostas mazelas do departamento médico do Fluminense? E se o médico do Fluminense expusesse também as mazelas dos jogadores?
Pode Kleber reclamar de maneira tão contundente dos seus colegas de Palmeiras? O fato de ser este jogador truculento o credencia a fazer isso? Não consta que seus colegas de Cruzeiro e Palmeiras tenham tido o mesmo comportamento nas inúmeras vezes em que o atacante foi infantilmente expulso, prejudicando suas equipes.
Pode o zagueiro do Santos Edu Dracena dizer que o individualismo prevalece sobre o coletivo, se isso acontecia durante todo o primeiro semestre e todo mundo achava bonito?

Deixem o melão rolar

Os homens da Fifa discutem fórmulas mirabolantes, como acabar com a prorrogação e voltar com o famigerado gol de ouro. Sobre o uso do spray para marcar a distância da barreira ou a utilização de tecnologia para ajudar os árbitros, nenhuma palavra.
Também não se debruçam sobre uma aberração: o gol "fora de casa". Em tempos de arbitragens tão ruins, premiar quem faz um tento fora dos seus domínios é ser conivente com a injustiça.
Imagine o seguinte. O time A joga fora de casa. Pressiona, atira quatro bolas na trave, domina a partida, mas não marca. Na semana seguinte, joga em casa. Mantém a pressão, é melhor. Faz um gol. No último minuto, um pênalti duvidoso ou um gol em impedimento dão o empate à equipe B. Ela se classifica. Não houve vencedores nos dois jogos, a equipe A foi nitidamente superior. Mas sai eliminada. Isso não é promoção do jogo, é distorção. Distorção que forja campeões.
Este esquema, infelizmente, foi adotado pelos grandes campeonatos em regime de mata-mata. Deveria ser imediatamente abolido.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Você viu a seleção ai?

Nem eu nem ninguém.
Não teria valido mais a pena um jogo comemorativo contra o centenário Corinthians, em um Pacaembu festivo? Quem sabe com Ronaldo meio tempo em cada?
realmente valeu a pena jogar com um bando de garotos do time B do Barcelona?
Como lembrou a equipe de esportes da rádio Transamérica, ontem, falta de adversário é que não foi. O Uruguai (quarto colocado na Copa) estava aqui do lado, dando uma sopa danada...

Alta temperatura

Santos e Botafogo têm tudo para ser um daqueles jogões. Os dois precisam da vitória para seguir sonhando.
Mesma situação encontrada por Internacional e Cruzeiro, dois times ascendentes no Campeonato.
Ninguém em sã consciência, porém, deixará de querer acompanhar o líder Corinthians, com Ronaldo, desafiando o Atlético-PR na Arena da Baixada (o nome do estádio é uma homenagem aos que acreditam que naming rights no Brasil poderia viabilizar uma obra de R$ 350 milhões). Atlético que ganhou quatro dos seus últimos cinco jogos.
Ao mesmo tempo em que o São Paulo tenta provar que está embalado e confiante e o Flamengo, melhor defesa, tenta evitar a aproximação do andar de baixo.
O Palmeiras também começa a se aproximar da zona do descenso e deve enfrentar a ira do Vitória, que quer se vingar da recente eliminação da Sul-Americana.
Sem contar o Flu, que só deseja fazer as pazes com a vitória.
O Grêmio querendo fugir do rebaixamento, o Atlético-MG pelo mesmo caminho.
É só a primeira rodada do segundo turno e todos os jogos parecem imperdíveis.

Saber perder

O presidente do Atlético-MG, segundo informações divulgadas pela imprensa, teria dado sinal verde à torcida para sentar a mão no jogador que for pego em baladas. Se o presidente não está satisfeito com os empregados, mais do que ninguém ele pode rescindir o contrato, dispensar, fazer o que julga necessário. Se acha que os atletas são válidos, tem que preservar não só a integridade física dos seus atletas, mas o patrimônio do clube, evitando que ele se desvalorize. Como mandatário do clube, precisa ainda cobrar explicações do seu departamento médico, do seu preparador físico, do seu treinador, dos seus diretores. Dele mesmo. Se ele for pego na balada, a torcida poderá fazer o quê?

A Fifa vem ai, olê, olê, olá

A dona Fifa vem aí. E começam a pipocar os "medos" dos elefantes brancos, de descumprimento de prazos, de falta de garantias. Teatrinho puro. Depois do que a dona Fifa e a dona CBF fizeram em São Paulo, tudo é possível, tudo é permitido.
E vão lá, restringindo as regras contábeis, afrouxando o endividamento, esticando a corda do BNDES. O descontrole já é grande.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pílulas

1. Editorial da Folha de hoje põe o dedo na ferida. Ok, o estádio de Itaquera será construído "sem dinheiro público" e "salvou a Copa", segundo os manda-chuvas. Sem dinheiro público uma pinoia. O financiamento será do BNDES (vá lá, tem que pagar de volta, tem o impacto social, movimenta a economia), mas o que não está explicado é o por quê da isenção fiscal de mais de R$ 60 milhões aos construtores. Isenção significa que enquanto você e eu pagamos os nossos impostos, eles não precisarão recolher este montante ao fisco. Vantagem competitiva. O seu, o meu, o nosso em jogo.

2. O Morumbi foi vetado pela Fifa, que reclamou haver projetos demais. O Fielzão foi aprovado pela CBF, sem ver o projeto.

3. Cosme Rimoli, em seu blog no R7, diz que Juvenal Juvêncio sabe que suas atitudes, ao comprar briga com todo mundo, afastaram o Morumbi da Copa.

4. No campo, o Fluminense vacila no pior momento. A semana foi toda de fatos positivos ao Corinthians (centenário, estádio), a tabela favorece o time paulista nesta rodada (jogo "em casa" contra o lanterna). O Corinthians deve se agigantar neste momento.

5. A discussão sobre se Neymar é desrespeitoso ou não é uma bobagem. E daí que ele disse que é milionário? Quem em sã consciência acha que zagueiro chama atacante de senhor é vice-versa.

6. Só uma imensa falta de estima mantém Baresi no comando do São Paulo. O treinador de fato se chama Rogério. A equipe de Morumbi sofre com o pior que há de estratégia e organização. Lembra muito o que aconteceu na passagem de Juvenal pelo clube no final dos anos 80 e que culminou com a ida do clube ao módulo verde do Paulistão.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Liquidação

E o São Paulo anuncia que iria vender Dagoberto e Miranda, mas ninguém se interessou. O zagueiro, tido como selecionável até o começo do ano, está livre para ir para QUALQUER time no final do ano, sem nem sequer o pagamento de multa.
A rádio Jovem Pan ainda informa que Jorge Wagner está no banco porque ousou assinar um pré-contrato com um time japonês sem avisar a direção do São Paulo. Se assim o fez é porque ninguém o teria procurado para reformular o contrato atual. De qualquer forma, a situação atual só é prejudicial ao atleta e ao clube.

sábado, 28 de agosto de 2010

Este é o Brasil

Movido por movimentos messiânicos e personalistas, ao arrepio do bom senso.

Vale o não dito

1. O Morumbi não podia ser palco da abertura da Copa porque o projeto não era adequado. O Corinthians foi escolhido sede sem que ninguém conheça o projeto.
2. O Morumbi não podia ser palco da Copa porque não teria garantias financeiras. O Corinthians diz que vai buscar empréstimos do BNDES sem colateral, pois a própria obra seria garantidora do retorno.
3. O Morumbi foi excluido porque não tinha estacionamento. O local do estádio do Corinthians é de densidade saturada e péssima infra-estrutura, revela a Folha.

1+2 = 3

1.
Em 2009, o atacante Ronaldo deu o caminho das pedras e disse que o presidente Lula indicava empreiteiras para o Corinthians poder construir seu Centro de Treinamento. "Ele [o presidente] está dando alguns contatos de empreiteiras que podem nos ajudar, não é financeiramente", revelou o atacante ao SporTV. "O presidente está sabendo de tudo [o que ocorre no clube e no futebol] e indica as empresas que podem nos ajudar."

2.
Reportagem do Estado de S.Paulo mostra que uma grande empreiteira brasileira gira negócios de R$ 38 bilhões ao ano atualmente _que deverão saltar para R$ 63 bilhões em 2012. Trecho da reportagem: Na opinião de um ex-executivo da empresa, o grupo não teria chegado aonde chegou não fosse o apoio maciço do governo. "O grupo desenvolveu uma extraordinária capacidade de relacionar-se com governos, tanto no Brasil quanto no exterior. Tem uma capacidade camaleônica de se adaptar", diz.

3.
Agora esta mesma empresa foi "convidada" para construir o estádio do Corinthians, um investimento a fundo perdido.

Este é o nosso Brasil. Por favor, só não venham com este papo de que o "estádio será construído sem um centavo de dinheiro público" que não é verdade.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Tudo junto e misturado

Há duas formas de ver o mundo.
1. A pessimista - São Paulo e Palmeiras fazem péssimas campanhas, dão desgosto a seus torcedores, têm times frágeis e estão muito próximos da zona de rebaixamento.
2. A otimista - Palmeiras está a quatro pontos e São Paulo a seis do G4.

O futebol apresentado diminui a possibilidade de os otimistas prevalecerem.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

7

Os sete pecados capitais do São Paulo nesta temporada.



1. Ira

O elenco teria queimado Dagoberto, que até agora se sente desrespeitado pelo São Paulo. O mesmo Dagoberto que, num gesto de raiva e desprezo, chutou a bola para a arquibancada no passeio de bola que o time levou na Vila Belmiro, pelo Paulistão. O garoto Oscar e outros tantos saíram brigados, na Justiça, com o clube. Marcelinho Paraíba não cumprimentou o técnico Ricardo Gomes em partida pelas oitavas-de-final da Libertadores. Jogador que atira o colete no chão, reclama pela imprensa. No São Paulo, os nervos estão, desde o começo do ano, à flor da pele.

2. Gula
O São Paulo só quis saber da Libertadores. Enafastiou-se com a competição. Eliminado, viu-se em um redemoinho do qual não consegue sair.
O São Paulo achava que poderia abocanhar tudo. Os campeonatos, a sede do Mundial da Copa-2014, as disputas com a CBF. Patrocínio de R$ 30 milhões? Tsc. Para o São Paulo, isso não é nada. Queria mais, mais, mais.
Acabou sem nada.


3. Orgulho
E prepotência. O que talvez melhor defina o pensamento atual do São Paulo é o seguinte. Diante de um resultado pífio frente ao Vasco, muito próximo de entrar na zona do rebaixamento (o que deve ocorrer no próximo final de semana), os diretores do São Paulo aparecem no jornal dizendo que "basta ganhar cinco partidas seguidas" que a equipe voltará a disputar o título (!).



4. Inveja
O presidente não debate seus passos com os diretores. Os diretores não querem ter exposição menor que o treinador. O time é um redemoinho de snetimentos mal-digeridos e brigas por posição e lugar cativo. A inveja predomina entre o elenco.

5. Avareza
O São Paulo não quis gastar para contratar um camisa dez. Não quis colocar a mão no bolso para achar uma saída para a lateral. O São Paulo não segurou seu principal jogador, Hernanes. O Sâo Paulo não fez bons contratos com seus jogadores de base. O São Paulo não aceita pagar o que bons técnicos querem receber.

6. Luxúria
E por outro lado, o São Paulo contrata dez jogadores medianos, com salários elevados, e os deixa no regime de engorda do CT. Desperdiça toneladas de dinheiro no CT de Cotia e não usa os egressos da categoria de base. Queima as reservas do clube.

7. Preguiça
Atávica. Generalizada. Preguiça de ir ao mercado buscar jogadores. Preguiça de lutar pelas mudanças necessárias ao Morumbi. Preguiça de conseguir um patrocínio. Preguiça de fazer promoções e aumentar a ida da torcida ao estádio. Preguiça de achar um técnico. Preguiça de contratar bons jogadores. Preguiça de equalizar custos. Preguiça dos jogadores em campo. Preguiça.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sem nada

Sem reforços. Sem patrocínio. Sem comando. Sem técnico. Sem time. Sem padrão tático.
O São Paulo também deve ficar sem estádio.
O presidente Juvenal Juvêncio quer levar adiante a empreitada de reforma do Morumbi, avisa o jornalista Victor Birner.
Ah, sim. Isso sem dinheiro.
O São Paulo vai demonstrando estar é sem rumo.

Timing errado

Parece um século atrás. Assistir ao trailer do filme Soberano, que estreia no próximo dia 17, remete a um tempo em que o São Paulo arrasava seus adversários, ganhava clássicos e ditava os rumos das coisas do futebol. Parece um passado longíquo. Nada. Foi ano retrasado.
Como o Corinthians de 2007 (rebaixado dois anos depois de ser campeão brasileiro), o São Paulo vive uma gangorra vertiginosa do céu ao inferno.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Galoucura

É inacreditável o que acontece com o Atlético-MG. O time até faz boas partidas, mas simplesmente não consegue vencer.

Arrogância

"Time grande não cai para a segunda divisão."
Frase de um diretor de São Paulo após o passeio de bola levado no Pacaembu.
Caro diretor. Time grande cai sim. Continue só falando e nada fazendo, que você verá.

Até quando...

O São Caetano havia acabado de dar um baile no Palmeiras em pleno Parque Antarctica. Foi quando um sinal soou na cabeça dos dirigentes palestrinos. Era lógico, matemático: contrataram o treinador da equipe do ABC. Se ele era capaz de fazer aquilo com um time capenga, imagine o que não faria com uma equipe mais incorpada.
Antonio Carlos, porém, se mostrou um desastre à frente da equipe alviverde.
Entre várias razões, por uma de destaque.
Há uma diferença muito grande entre treinar uma equipe mediana e uma gigante do futebol.
Só não percebe isso quem é cego ou louco.
Sérgio Baresi pode até ser um treinador promissor. Ninguém sabe.
Faz o que acha que tem que ser feito. Com um voluntarismo quase juvenil. Se expõe de maneira rídicula com seus pen drives e suas entrevistas rebuscadas. Tenta dizer que está pronto. Mas não está. Não tem peso, não tem experiência, não tem vivência, não tem malandragem nem jogo de cintura.
Sérgio Baresi e o comando do São Paulo insistem em querer levar o time para a segunda divisão.

Um abismo de diferença

Baile. Passeio. Humilhação. Jogo de um time só.
As frases ajudam a destacar o que foi a impiedosa participação do Corinthians na tarde-noite de ontem no Pacaembu.
O mesmo Corinthians que havia perdido havia uma semana para o Avaí...
O que falar sobre o jogo?
1. Adilson Baptista teve uma ótima leitura de jogo.
2. Qualquer time que tiver meio-de-campo irá ganhar do Sâo Paulo, equipe que não tem ninguém para aquela faixa de campo.
3. Ao São Paulo faltam qualidade técnica e vontade, além de comando.
4. Ao Corinthians, se falta refinamento, sobra aplicação tática-conjunto.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Parem o mundo, que eu quero descer

A seleção brasileira de futebol terá que fazer jogo-treino porque não conseguiu marcar amistosos para as datas da Fifa.
A seleção cinco vezes campeã do mundo. Que disputou sete finais. Essa não conseguiu fazer um amistoso.
Uma data Fifa. Os campeonatos do mundo inteiro estarão parados. Mas ninguém "quis" jogar com o Brasil.
A camisa amarela. Que todos dizem temer e respeitar. Mas ninguém teria manifestado interesse ou a honra de enfrentá-la.
O país que vai sediar a Copa do Mundo. O time a ser batido. Mas não tem adversário.
Não faz sentido nenhum.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Azedume

Teria o Inter conseguido se sagrar campeão se a regra do jogo não tivesse mudado?
Toda a festa e o merecimento a parte, é justo dizer que a equipe foi favorecida por uma mudança nos bastidores. Ah, mas o São Paulo também, pois escalou o Ricardo Oliveira... Um erro não anula o outro. Não deveria ter valido para ninguém.

Gigante

É quase uma Copa do Mundo. De quatro em quatro anos, o Inter consegue uma Libertadores. É lógico que uma série de fatores conta para isso. Um planejamento bem feito e bem executado, mas sem seguir estritamente a lógica do papel _a partir do momento em que perceberam que o plano iria afundar, houve reforço da equipe e troca de comando. A força de uma apaixonada torcida, que advoga para si o título de maior parceira do clube (o sócio-torcedor do Inter é o único bem-sucedido). Boa costura nos bastidores, com o acerto da sede para o Mundial, fazendo com que a diretoria não tivesse que perder tempo com estes conchavos, mas sim com o que interessava.
Mas é fato também que o futebol vê hoje a consolidação de um grande time. Mudaram muitos nomes, mas vários atletas foram bicampeões. De Rafael Sóbis, passando por Tinga, a Fabiano Eller, Índio, Bolívar. O Inter remontou em parte um esquadrão que tinha sido muito bem-sucedido. A eles foram acrescidos, na dose certa, novos valores revelados (Andrezinho, Taisson, Giuliano) e jogadores experientes e bom de bola (Alecsandro, D´Alessandro, Kleber).
Por onde se olhe, o Inter merece o título.
É o gigante do futebol brasileiro hoje.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Mesmo velho papo

Após vitória, jogadores do Grêmio exaltam Renato Gaúcho. Atletas do São Paulo dizem que time cresceu nas mãos do inexperiente Sérgio Baresi. A turma do Palmeiras diz que os gritos de Felipão mexeram com seus brios e a ele dedicam a vitória. Isso sem falar nos times que estão bem, tais quais o Corinthians de Adilson Baptista, o Fluminense de Muricy Ramalho e o Inter de Celso Roth.
O discurso no início do trabalho é sempre este mesmo. Empregado nenhum quer ficar mal com o novo chefe. Em poucas semanas, porém, aparece um descontente com a reserva, outro que joga o colete no chão, um cronista questionando métodos, alguém lembrando quanto aquele profissional ganha.
E daqui três, quatro meses, um deles, senão todos, será seriamente questionado até perder o emprego.

O pior momento do ano

Há uma rara e brava exceção: a torcida do Internacional. O time de Porto Alegre poderá, ou melhor, deverá, ou melhor ainda, será campeão da Libertadores amanhã a noite. Uma daquelas datas que ficarão marcada para sempre no imaginário e na lembrança de cada um dos seus torcedores. Numa campanha impecável e inesquecível, com as doses certas de emoção, sofrimento e redenção.

Há ainda os que vivem cada rodada com a esperança de dias felizes ao final da jornada, seja por uma conquista, seja pela manutenção do status quo.

Mas a verdade é que para a maioria dos torcedores o momento é de limbo. Não há aquela curiosidade que atiça os começos de temporada. Não há aquele frenesi dos jogos de mata-mata da Copa do Brasil, nem o desenrolar da Copa Libertadores que agitam o primeiro semestre. Não temos eliminatórias para a Copa, não temos uma Copa do Mundo em mente, nem uma mísera Copa América. Temos o Brasileirão, mas ainda na metade do primeiro turno, ainda sem aquela chama que começa a incendiar cada um dos torcedores a partir de sua metade final.

Tudo parado, tudo comportado. Tudo muito chato.

domingo, 15 de agosto de 2010

Constatação

E o Palmeiras só vence sem Felipão no banco.

Empate amargo

Não se deixe enganar pelo resultado, que foi muito ruim. Veja o jogo, a escalação, as alternativas criadas. O São Paulo fez uma partida bem diferente das modorrentas atuações dos últimos tempos. O técnico não inventou nada _aliás, fosse outro, com mais experiência, a equipe até teria ido melhor (no final, faltou perna para Cleber Santana marcar o gol da virada). O teste de verdade será na semana que vem.

Para o alto e avante

Lugar comum e clichê, mas vale ser ressaltado. O Fluminense não tem um elenco estelar. Só que quem tem, hoje, Inter e Santos, não precisam do Brasileiro _quer dizer, o Inter quase. O time carioca, então, tem o melhor elenco entre os emergentes e ainda se reforçou. Tem o técnico casca dura, que não empolga, mas segue aquela fórmula que já deu muito resultado no passado (não no recente).
Muricy e tricolores parecem combinar.
E o Fluminense começa a abrir uma vantagem que talvez mais ninguém consiga tirar no final.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O que foi que eu perdi?

A Folha não diz quando foi o tal jantar em que foi acertada a negociação com Neymar. Só pode ter sido na terça a noite _e na pressa, pois ontem os atletas já estavam de volta ao Brasil. Ou teria sido no sábado? Ou no domingo? Não sabemos.
Mas diz que o presidente do Santos estava presente à mesa.
O mesmo que hoje diz que não vai vender o atleta.
Se o Chelsea vai pagar a multa estabelecida e acertou tudo com o jogador, o que restaria ao presidente do Santos fazer?

Aposta igual, resultados distintos

Trocar de técnico. Chamar alguém que já tivesse treinado a equipe anteriormente. Trazer jogadores consagrados do passado.
A mesma fórmula foi utilizada por dois clubes diferentes. Os resultados não poderiam ser mais distintos.
O Inter deu adeus ao confuso e irado Jorge Fossati e trouxe de volta Celso Roth. Não, não foi só o técnico quem mudou as coisas. A diretoria seguiu atenta ao mercado e promoveu a volta de jogadores importantes como Tinga e Rafael Sóbis. Recuperou Taíson, que estava quase de saída. Seguiu apostando em D´Alessandro. Construiu um grande time em 2009, que está dando resultado em 2010, depois de beliscar o vice brasileiro.
E tem tudo para ser campeão da Libertadores. Pela segunda vez em quatro anos.
O Palmeiras fez igual. Buscou Felipão, Kléber, Valdivia. Mas tudo dá errado. Já faz seis partidas que não vence. A vitória sobre o Santos foi um suspiro.
A lição que fica?
Planejamento é a longo prazo. Mas os contornos e correções devem ser feitos prontamente.
Não há grandes times sem o uso de uma base sólida.
E quem se reforça com inteligência, não com emoção, tem maior chance de êxito.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Devagar e sempre

Juvenal não demorou nem 24 horas para contratar Ricardo Gomes para o lugar de Muricy Ramalho. A interpretação: a diretoria do São Paulo é ágil.
Juvenal não tem a mínima ideia de quem será, efetivamente, o próximo técnico da equipe. Interpretação: a diretoria do São Paulo é prudente.
Ok. Então não erram nunca?

Vai durar?

Qualquer análise começa por dizer que Mano Menezes não é Dunga, nunca foi. Enquanto Dunga foi um bom jogador, campeão mundial, Mano foi medíocre dentro das quatro linhas. Fora delas, porém, o atual treinador da seleção tem uma folha de bons serviços prestados, ao contrário do técnico que assumiu o comando brasileiro em 2006.

Isso posto, é necessário avançar para o segundo ponto: devagar com o andor.

Ok, ok. O torcedor quer a seleção para frente, é necessário viver cada dia de uma vez e o futebol precisa de alegria. Se o futuro a Deus pertence, por que não louvar e se entusiasmar com o presente, tendo em vista o futebol apresentado pelo selecionado ontem, diante da boa equipe americana?

Mas olhar para trás ainda é um remédio eficiente para evitar exageros e repetição de erros.

Na estreia de Dunga em 2006, contra a Noruega, os jornalistas de plantão decretavam: "acabou a moleza na seleção". O técnico ainda prometia deixar de lado "o estilo brigador" e que iria só "gritar quando fosse necessário".

A principal diferença do ontem para o hoje é que Dunga preferiu usar a base da Copa-2006. Em poucos jogos, porém, mudou a estrutura. Passou a convocar mais e mais novatos. Os experimentos foram feitos de todos os jeitos, até que se definisse, apenas em 2009, a equipe padrão do Brasil. Essa que acaba de naufragar na Copa.

Primeiro jogo não diz muito. A continuidade do trabalho é que poderá dizer se este time é o que promete. Mas o aperitivo foi muito bom.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O fim da era dos supertécnicos

O treinador nunca vai deixar de ser protagonista. Pelas suas mãos são burilados talentos, criadas alternativas, definido o padrão tático do time. O seu comportamento se reflete no campo. Dizem os mais sábios, como Tostão, que técnico não ganha jogo, mas ajuda a perder.
Há naturalmente uma transição na geração de treinadores. Lá atrás, sempre que um time tinha problemas, as soluções pensadas eram Rubens Minelli, Carlos Alberto Silva, Jair Picerni, Cilinho.
Nos anos 90, os treinadores foram catapultados à condição de primeira estrela do futebol. Muito disse se deve a quem mais rejeitava o rótulo: mestre Telê Santana.
Até o início de 1990, Telê tinha a injusta fama de pé frio. Com um campeonato brasileiro no curriculum, havia feito trabalhos excepcionais em vários clubes e na seleção brasileira, mas não levantava a taça.
Sua ida ao São Paulo quebrou o paradigma. Nos cinco anos no Morumbi, foi vice-campeão brasileiro (90), campeão brasileiro (91), campeão paulista (91, 92), campeão da Libertadores (92, 93), vice-campeão da Libertadores (94), campeão mundial (92, 93), campeão da Recopa Sul-Americana, campeão da Supercopa dos Campeões. Praticamente ganhou tudo o que disputou.
Em sua esteira, nasceram os técnicos que advogavam para si as vitórias do clube. Nasceram as "eras". A "era Luxemburgo" no Palmeiras e depois no Santos. A "era Muricy" no São Paulo. A "era Felipão". A "era Nelsinho" e outras tantas.
Pois agora tudo se renova, se reconstroi. As equipes têm imensas dificuldades em contratar treinadores. Falta inovação no mercado.
Os "velhos" nomes encontram dificuldades. Luxemburgo e seu bom elenco no Atlético-MG encontra dificuldades para fugir da zona do rebaixamento _e a cada rodada vai ficando pior. Felipão estreou no Palmeiras em 1997 acumulando seis partidas invicto _perdeu apenas uma nos dez primeiros jogos comandando a equipe na ocasião. Agora, não consegue ganhar. Muricy e Adilson, os treinadores na ponta do Brasileirão, fazem bons trabalhos, mas ainda têm sobre si as desconfianças geradas por maus resultados recentes em outros clubes.
E o São Paulo pena para conseguir achar um treinador, qualquer um.
A falta de nomes indica a pobreza do mercado.
(MARCELO DIEGO)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Rogério

Ele sabe que está prestes a se aposentar. Disse que talvez tenha mais dois anos competitivos.
Sabe que dificilmente terá outra chance como esta. Para medir o tamanho do desafio, por exemplo, é bem provável que seu time não consiga figurar entre os finalistas do Campeonato Brasileiro deste ano, classificando-se para a Libertadores do ano que vem.
Ele tem noção de que o time é fraco e está sem comando, tanto na parte técnica quanto diretiva.
Mas ele não foge.
Conclama os torcedores, evoca espírito guerreiro, chama a responsabilidade.
Diante do abismo técnico entre as duas equipes, pouco ou nada deve adiantar.
Mas qualquer que seja o resultado de hoje a noite, mesmo que signifique a última partida dele em um torneio de Libertadores, Rogério Ceni conseguirá sair maior do que entrou.

Qual a torcida mais feliz da década?

Quem mais celebrou títulos nos últimos dez anos em São Paulo?
Toda torcida no Estado terá uma boa dose de recordação (contando só os grandes torneios).

Corinthians
Campeão brasileiro 90, 98, 99, 2005
Campeão Copa do Brasil 95, 2002, 2009
Campeão paulista 95, 97, 99, 2001, 2003, 2009
Campeão Rio-SP 2002

14 títulos / 1,4 por ano

Palmeiras
Campeão brasileiro 93, 94
Campeão Copa do Brasil 98
Campeão Libertadores 99
Campeão Paulista 93, 94, 96, 2008
Campeão Rio-SP 93

9 títulos / 0,9 por ano

Santos
Campeão brasileiro 2002, 2004
Campeão Copa do Brasil 2009
Campeão Paulista 2006, 2007

5 títulos / 0,5 por ano

São Paulo
Campeão brasileiro 2006, 2007, 2008
Campeão Libertadores 92, 93, 2005
Campeão Mundial 92, 93, 2005
Campeão Rio-SP 2001
Campeão Paulista 91, 92, 98, 2000, 2005

15 títulos / 1,5 por ano

Título sim; maturidade não

O Santos é o novo campeão.
Merecido. Ganhou de quem apareceu pela frente.
Como no Campeonato Paulista, termina o torneio, porém, tendo que justificar uma derrota. Bobagem. Usar o regulamento serve exatamente para isso. A regra está ali, serve a todos, a derrotados e a vencedores.
Apregoam os repórteres que o time já sofre processo de desmanche. Uéslei, André e Robinho vão embora. O Santos faz o que tem que fazer. Ganhou dois títulos. Precisa reforçar seu caixa. Ninguém vence indefinidamente. Manter estes jogadores não significaria montar um esquadrão capaz de ganhar todos os títulos do mundo. O custo poderia ser alto para um resultado incerto.
Porque a verdade é que o Santos é campeão, mas de um campeonato que se transformou em coadjuvante. Em tese, os melhores do país estão na disputa da Libertadores no primeiro semestre. Em tese porque a classificação se dá em dezembro, sendo resultado do trabalho de um ano (o time pode ser ótimo no primeiro semestre, acumular muitos pontos, declinar no segundo, não ser campeão brasileiro e ainda assim se classificar para a Libertadores). E de dezembro a março, quando a Libertadores começa, há um hiato que pode despertar gigantes e adormecer a outros.
Mas é fato que times de tradição estão fora da Copa do Brasil. É uma espécie de fast track nacional. Mas o Santos não tem nada a ver com isso. O torneio deste ano tinha Palmeiras, Grêmio, Fluminense, Atlético-MG e Vitória. O Santos se qualificou em meio a todos eles.
A equipe do Santos, porém, mostra que os jogadores individualmente são ótimos, mas não formam um conjunto. Depois do vexame da visita a um orfanato mantido por entidade espírita, as imagens grotescas de uma transmissão de webcam mostraram que os títulos vieram, a maturidade não necessariamente.
É bom renovar, fará bem ao Santos. Talvez este caminho seja mais efetivo para que este bom time se transforme em ótimo.
Hoje, o Santos está ao lado do Internacional em um posto acima dos demais clubes brasileiros. Merece a faixa de campeão.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Os números

Ricardo Gomes, em um ano de clube, acumulou sua décima nona derrota em 70 jogos (27%). Ou seja, grosso modo, de cada 10 jogos que o SP faz, ele perde três sob o comando de Ricardo Gomes.

A chamada era Muricy produziu os seguintes números: 252 jogos, com 139 vitórias, 67 empates e 46 derrotas (18,25%). Ou seja, a cada dez partidas que o SP fazia com o antigo treinador, duas eram derrotas.

Houve um acréscimo de quase dez pontos percentuais no total de derrotas de um comandado para o outro. Com um detalhe: o material que Ricardo tem em mãos hoje é bem melhor do que o de um ano atrás, pelo menos em teoria.

Em qualquer empresa séria, Ricardo Gomes já estaria conversando com um headhunter.

O tamanho do desafio

Todas as seis vezes em que chegou à final da Libertadores, o São Paulo ganhou o primeiro jogo da semifinal. Isso não acontece agora.
O time precisará vencer a partida, coisa que não faz desde maio.
A equipe precisará marcar dois gols para evitar a decisão nos pênaltis. Não é a marca deste São Paulo.
O Inter não terá que marcar gols. Ele vem anotando em todos os jogos sob o comando de Celso Roth.
Não é apenas difícil. É missão impossível.

Falar é fácil

"Nosso primeiro tempo foi muito fraco."
"Ficamos reféns do contra-ataque."
"Time brigou, mas não jogou bem."
"Vamos ter que mudar para vencer no Morumbi."
Não é preciso ser um gênio para concordar com as frases acima. Basta ter assistido ao jogo semifinal de Libertadores, entre Internacional e São Paulo.
O que assusta é que elas foram proferidas pelo futuro ex-treinador da equipe paulista, Ricardo Gomes.
Cabem algumas perguntas ao comandante:
1. Por que o primeiro tempo foi fraco e se era essa sua observação por que só houve mexida no time depois de um gol sofrido?
2. De quem é a culpa por ficar refém do contra-ataque? Quem escalou um time com um volante na defesa, dois zagueiros, dois volantes e mais um volante improvisado na lateral? Quem não enxergou que Marlos, Dagoberto e Fernandão estavam inoperantes?
3. Time brigou, como disse que ia brigar. Mas não jogou bem. Por que não está jogando bem desde a volta da Copa?
4. Por que não mudou para empatar o jogo de ontem? Há algo que possa ser feito?