terça-feira, 14 de agosto de 2012

Em boca fechada não entra mosca

O São Paulo Futebol Clube (sétimo colocado no Campeonato Brasileiro, desde dezembro de 2008 sem levantar uma taça, fora da Copa do Mundo e alijado da disputa da Libertadores desde 2010) continua agindo e acreditando no seu próprio apelido: Soberano. Prova disso são as mais recentes declarações do seu diretor João Paulo Jesus Lopes, pedindo a cabeça de Mano Menezes à frente da seleção brasileira e disfarçadamente acusando o diretor de seleções da CBF, Andres Sanchez, de tentar prejudicar o clube na negociação envolvendo o atleta Lucas. A argumentação do São Paulo é que Andres dificultou a assinatura do contrato de transferência de Lucas para o PSG durante o período olímpico. Mais: que teria deixado Lucas propositalmente na reserva. A nenhuma das afirmações é apresentada prova. São versões testemunhais. Não se conhece a visão dos pretensos acusados. Talvez nem eles queiram gastar tempo com isso. Que Andres ainda deve muita explicação pública, é fato. Edição da revista Época mostrando a trama que resultou na construção do estádio Itaquerão ainda deixa amargas perguntas sem respostas para a sociedade. Porém, se barrou uma negociata nos corredores do hotel da seleção, Andres merece elogios, não críticas. Essas devem ser endereçadas a quem queria utilizar a seleção brasileira como trampolim para seus próprios negócios. A cifra absurda de R$ 108 milhões obtida pelo São Paulo só foi possível graças às constantes convocações de Lucas para o selecionado _incluindo a sub-23 e a principal. Não consta nenhuma jornada genial do meia (?)/atacante (?) tricolor, todavia. A cúpula tricolor deveria agradecer à vitrine gratuita, que vai preencher o espaço de publicidade que está vago desde janeiro deste ano na camisa do outroa maior clube brasileiro. De mais a mais, para cobrar probidade e conduta ética é preciso dar o exemplo. Aos mandatários que rasgaram o estatuto do clube por duas vezes, aumentando o mandato de dois para três anos e consagrando uma reeleição indevida, não cabe adágio melhor do que esse: em boca fechada, não entra mosca.