domingo, 16 de maio de 2010

Congrats, calendário

Flamengo (na Libertadores) e Vitória (na Copa do Brasil) só patinam. Grêmio (Copa do Brasil) perde em casa, assim como o São Paulo (Libertadores). O badalado Santos (Copa do Brasil) não sai do empate. E tem time já cinco, seis pontos atrás do líder, logo na segunda rodada. Dá para tirar, o Campeonato é longo. Mas no final, o Corinthians pode se aproveitar da bagunça do calendário e de sua eliminação precoce da Libertadores para, quem sabe, obter algum troféu no ano do centenário.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Bola de cristal furada

Publicada em 12 de março, por um grande jornal de São Paulo:
Auxiliares. O técnico Jorginho, do Goiás, tem elogiado o atacante Fernandão e o goleiro Harley. Diz que os dois têm lhe ajudado muito a conduzir o time esmeraldino. Fernandão vai para o Palmeiras após o Goiano.

A verdade é que houve muita fumaça, muito diz que me diz nesta transação e no final o Fernandão saiu mesmo do Goiás, de onde não queria ficar (então por que foi para lá?), deixando o clube do Centro-Oeste R$ 800 mil mais rico e livre de uma dor de cabeça.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Porque perdeu, perdeu por quê?

Nenhuma análise hoje terá profundidade o suficiente para traduzir o que foi o jogo de ontem, um dos melhores da temporada. Um duelo de gigantes, para ficar em apenas um chavão. O Corinthians foi muito melhor no primeiro tempo, sentiu demais o gol no começo do segundo, cansou ao decorrer da partida (fruto da entrega nos 45 minutos iniciais), viu em Bruno um gigantesco obstáculo e enfrentou o dilema comum a todos os times nesta fase apertada da Libertadores: se mandar para a frente e correr o risco de levar um segundo gol e o jogo acabar ou tentar cadenciar a bola e se expor pouco, mesmo sob o risco de não conseguir ser tão agudo em busca do resultado?

Se Ronaldo nem de longe mostrou mobilidade, por outro deixou nítido que é dono de uma grande técnica e senso de oportunidade. Pelo peso e pela idade, é difícil imaginar que haverá outra chance de disputa de Libertadores do camisa nove. Ele, porém, é mestre em se reinventar.

O Flamengo mostrou ser um time com bons valores, com um técnico inexperiente e que flertou com a desclassificação o tempo todo. De virtualmente desclassificado a equipe que tira da competição o até então melhor time, o Flamengo é isso: oscilante e que ninguém sabe onde pode chegar. Pode surpreender, como fez em 2009, e levar o título? Claro. Mas é improvável.

O Corinthians se planejou como nunca para ganhar a Libertadores. Andres Sanchez comprou jogador, endividou o clube, se aproximou da CBF, brigou com outras agremiações. Inflou tanto o preço, que agora vê uma conta gigantesca e amarga para pagar.

E o Corinthians lutou e protagonizou, talvez, uma de suas despedidas mais dignas da Libertadores. Para o torcedor, porém, hoje será o dia de amargar as mesmas e velhas piadas de sempre. A mais nova na praça é o ano do "sem ter nada".

A bola pune




Dezembro de 2009. Vindos da Série B do Brasileiro, os corinthianos mostravam indisfarçável orgulho de terem conquistado o combalido e mixurica Paulista e a Copa do Brasil _torneio que vale muito por classificar para a Libertadores, mas que não conta com as equipes mais fortes do Brasil, envolvidas justamente na disputa do torneio continental. Apesar de claudicantes no Brasileirão, os corinthianos acreditavam piamente que o destino lhes proporcionaria grandes conquistas.

Ao Corinthians, coube papel fundamental na reta final do campeonato. Iria jogar com o Flamengo. Ganhasse, poderia tirar do time rubro-negro o título. Mas o provável campeão, pela quarta vez seguida, seria o rival São Paulo. Perder significaria poder barrar o clube mais odiado pela diretoria alvinegra do sonho de mais um título brasileiro.

Os gigantes do futebol brasileiro nem sequer pensam em perder. Mas o Corinthians só tinha isso em mente. Da escolha do campo de jogo _na neutra cidade de Campinas_, à saída prematura de Ronaldo de campo, passando pela postura da equipe dentro das quatro linhas, não havia motivo algum para acreditar que o Corinthians desejasse cumprir seu papel, honrar sua camisa e tentar, ao menos tentar, ganhar o jogo.

Em 2004, o São Paulo poderia ter feito coisa muito pior com o Corinthians. Bastava perder o jogo para o Juventus que a equipe do Morumbi ainda estaria classificada para as finais do Paulista e, de quebra, empurraria o alvinegro para a segunda divisão. Mas gigantes não flertam com a derrota. Não a aceitam como parte da vida. Repudiam-na, evitam-na, fogem dela. A camisa que já foi envergada por Rui, Bauer, Noronha, Bellini, Leônidas, Gérson, Roberto Dias, Dario Pereyra, Lugano, Raí e outros deuses não aceitaria como natural a mancha de uma derrota, qualquer derrota. Era necessária vendê-la cara. Grafite incorporou este espírito, honrou as três cores e preveniu os corinthianos do desastre.

Em 2009, porém, o Corinthians não fez o mesmo. Sua torcida comemorou a "doce derrota" para o Flamengo.

Tivesse ganho, talvez o Flamengo não tivesse forças para superar o Grêmio adiante. Talvez nem se classificasse para a Libertadores. Talvez entrasse em crise. Talvez houvesse uma reformulação no elenco. Talvez, sem o prêmio pela conquista do Brasileiro, não tivesse bala para contratar Vágner Love. Com certeza, o Flamengo cairia em outro grupo da Libertadores. Provavelmente, na noite de ontem, o Corinthians estivesse enfrentando um time do Peru, da Venezuela, do Chile. As coisas teriam sido diferentes.

Os torcedores corinthianos que penduraram suas bandeiras do Flamengo na janela pagam hoje o preço da covardia de ontem. Que sirva de lição para os próximos cem anos.

(MARCELO DIEGO)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Por que o Corinthians deve ganhar?

1. Porque reverter o placar de 1 a 0 não é um bicho de sete cabeças.
2. Porque os jogadores estão mordidos.
3. Porque o time é bom, Mano é excelente estrategista.
4. Porque o elenco corinthiano é melhor que o rubro-negro.
5. Porque Ronaldo já mostrou na vida que superação é com ele mesmo.
6. Porque Roberto Carlos superou as expectativas e está batendo um bolão.
7. Porque os preços mais altos dos ingressos mudaram o perfil da torcida que vai ao estádio; o Pacaembu estará cheio, mas sem o rancor e a cobrança de Libertadores passadas.
8. Porque o time tem jogadores que são capazes de fazer algo diferente, como Dentinho e Danilo.
9. Porque o técnico do Flamengo é uma experiência e isso conta em momentos decisivos.
10. Porque há todo um esforço publicitário para que este time vingue no ano de seu centenário _e essas forças não são desprezíveis no futebol.

Onde está a verdade?

A leitura do jogo do São Paulo permite duas interpretações diferentes.

De um lado, talvez o mais pessimista, há a leitura de que o time não tem padrão tática (ainda), que é mal escalado, que os jogadores não rendem o esperado, que há uma limitação técnica, que faltam craques decisivos, que é inconcebível haver ainda jogadores que não aguentam 90 minutos de jogo, que o grupo está rachado e que a eliminação da Libertadores é questão de tempo _15 dias para ser mais exato.

De outro, talvez otimista em excesso, há a visão de que o time sufocou o adversário, que as bolas teimosamente não entraram, que a equipe está entre as oito melhores da Libertadores _coisa que não conseguiu em edições anteriores_, que o grupo tem ótimos jogadores e encaixar todas as peças é difícil mesmo, mas que Ricardo Gomes conta com o aval do grupo e o seu respeito.



Como sempre, a verdade (se é que existe) deve estar em algum lugar entre esses dois extremos. O São Paulo do primeiro jogo da semifinal contra o Santos é um time capaz de jogar competitivamente a Libertadores e passar pelo Cruzeiro, se ele confirmar o favoritismo diante do Nacional do Uruguai. O São Paulo de ontem, contra o Universitário, será eliminado com duas derrotas frente ao time mineiro.

Qual é o São Paulo que entra em campo é uma grande incógnita. E por que este time oscila tanto é uma questão maior ainda.

domingo, 2 de maio de 2010

O Santos é o novo campeão

O Santos mereceu ganhar o Campeonato Paulista.
Ganhou clássicos contra Corinthians e São Paulo (três vezes). Perdeu para o Palmeiras em uma partida aberta _qualquer resultado era possível.
Lançou-se ao ataque, goleou impiedosamente alguns rivais.
Mas não se justifica o oba-oba feito nas transmissões de TV no jogo de hoje.
O Santo André jogou melhor que o Santos em 2/3 das finais. Ao apito do árbitro, o campeonato foi decidido pela campanha anterior. Fosse uma disputa meramente na bola, o time do ABC mereceria mais.
Se Neymar marcou dois gols, prejudicou sua equipe na semana passada ao se jogar no chão (como rotineiramente faz) e machucar o olho. Se Robinho deu um passe maravilhoso de letra, não é nem sombra do jogador que já foi. Se a torcida reclama do seu treinador, é de imaginar o que seria este mesmo time nas mãos de outro que não o Dorival _foi ele quem levou os atletas até a final. Se o time se proclama escolado e maduro, o que explica três expulsões numa final?
O Santo André esteve muito perto de comemorar um titulo nesta tarde.
A verdade é que o Santos chegou ao Pacaembu para fazer festa _tanto que deu a camisa dez para o Giovanni_ e saiu de lá em sua dimensão real: um grande time, mas ainda cheio de falhas.

Ufa!

Ufa.
Terminou o Campeonato Paulista. E o carioca. E o gaúcho. E o mineiro.
Ufa.
A Copa do Brasil e a Libertadores entraram em fases emocionantes.
Ufa.
Vai começar o Brasileiro, com a nata do futebol por aqui, em que todos os jogos valem o título.
Ufa.