segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Curto e grosso - Rodada 5 do Paulista

Então vamos combinar que aquele papo de que os jogadores estão em começo de atividade e coisa e tal começa a fazer água. Tudo bem, jogando quarta e domingo fica mais difícil treinar, tem boleiro que demora mesmo para entrar em forma, ainda falta um mundo de gente para estrear.

Mas já dá para separar o joio do trigo. Fácil. Exemplo: o Palmeiras acertou a cozinha, a marcação (como sempre, nos times de Scolari) e voltou a fazer gol. Se o ataque não é nenhuma Brastemp, pelo menos tem um Kleber um pouco mais inspirado (e jogando como segundo atacante, onde rende mais). Cicinho tem tudo para se transformar em um grande atleta com a camisa alviverde.

O Santos se consolida como o time deste início do ano. Com a provável chegada de Ganso, Neymar e com a estreia de Diogo, tem tudo para se consolidar. E Elano parece ser "a" contratação do futebol brasileiro (aliás, não precisava enxergar muito longe para perceber isso).

O Corinthians vive baixos e baixos. Tudo pode mudar na quarta-feira. Deve se classificar frente ao Tolima e enfrentar uma fase durissima de grupo na Libertadores, abandonando de vez o Paulistinha (está certo). Ver um jogo com o São Bernardo e lembrar a qualidade de um Danilo, porém, faz questionar se o time joga tudo o que pode e se estão corretos os vaticínios de que o time não tem elenco.

O São Paulo tem um time pior que o de 2010, que já não era essas coisas. Perdeu na frente a qualidade de Ricardo Oliveira _e não é Fernandinho ou Fernandão, muito menos Dagoberto, que irá cobrir esta ausência. A defesa outrora forte agora baila. Mas não por culpa dos zagueiros e sim pela ausência de um volante, daqueles bons, mordedores. O São Paulo é o time do quase. Tem quase a defesa forte do Palmeiras, quase a qualidade do Corinthians, quase o ataque do Santos. Mas na hora do vamos ver, fica sempre no quase.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Curto e grosso - Rodada 4 do Paulista

E a pergunta provável que vai ficar, ao final do turno interminável, é: precisava colocar mata-mata com oito times?
Porque os times do interior de SP estão muito fracos, pouco competitivos. Ah, ok, a Ponte ganhou do São Paulo no Morumbi e da Lusa no Canindé. Mas a Ponte, o Botafogo são times com tradição. A verdade é que ao menos três dos grandes estarão lá, entre os quatro primeiros. Quem não estiver, que se coce.
O Palmeiras está subindo. O Corinthians está de olho e com a cabeça só no Tolima. O São Paulo aproveita-se dos times mais ou menos para tentar contornar a sua fragilidade. E o Santos treina bem.
A próxima rodada pelo menos terá um clássico. Em Barueri, sem grandes atrativos, mas clássico. As coisas podem melhorar.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Primeiro sinal

Rivaldo reluta em deixar o cargo de presidente do Mogi Mirim. O Sâo Paulo, dizem os jornais, incomoda-se com a situação, pois seria antiético.
De presidentes que relutam em deixar o cargo, porém, o São Paulo parece entender. Terá moral de cobrar o mesmo do mandatário do Mogi Mirim?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Campanha no ar

Cômica ou séria, vale a pena checar o blog contra a reeleição de Juvenal Juvêncio. Aqui.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Pergunta pertinente

Wanderley Nogueira, com a precisão de sempre, questionou no Mesa Redonda de ontem (23/01): qual a moral de Juvenal Juvêncio para falar de Marco Polo Del Nero, Ricardo Teixeira ou Nicolas Leoz?

Outras perguntas incômodas:
- O estatuto do São Paulo não foi alterado supostamente porque o presidente precisaria de tempo para viabilizar o Morumbi na Copa? Pois se não conseguiu deveria ser impedido de se reeleger por incompetência, não somente por uma interpretação escusa da lei.
- Quem será o diretor de futebol do São Paulo?
- Cadê a oposição, que rivaliza o trono presidencial até alguns anos atrás?

Curto e grosso - Rodada 3 do Paulista

Os mesmos críticos que hoje dizem que o Corinthians não está pronto para o Tolima vão apontar uma grande evolução do time e dizer que o jogador A ou o jogador B estava se poupando para a Libertadores quando (ou se) a equipe paulista vencer o jogo de quarta-feira.

Duvido que alguém esteja vendo os jogos do Tolima para formular tais conceitos. Sobre o Corinthians, não dá para fazer uma análise concreta ainda. O Corinthians perdeu Elias, o motorzinho do time. Nenhum time consegue contornar esse impacto a não ser jogando, testando. Pode ser que não dê certo, pode ser que dê.

Do mesmo jeito, parece precipitado dizer que o Santos é o time a ser batido. Pera lá. Que é um baita dum time, isso parece ser. Que está se reforçando do meio para frente, com certeza. Mas como este time vai reagir em momentos de grande tensão emocional _afinal, o primeiro semestre deste ano não se parecerá em nada com o do ano passado. Os times serão mais duros, as viagens mais desgastantes, o elenco já está cheio de estrelinha. Também é preciso um tempo.

O Palmeiras mudou o foco. O discurso é olhar para frente. Embora o time seja nota seis, é o tipo de armadilha que Luiz Felipe Scolari é mestre em montar. Elenco mais ou menos, vai consolidando a sua retranca de resultados e daqui a pouco ninguém mais consegue ganhar do Palmeiras. Excesso de otimismo? Talvez.

O São Paulo é uma incógnita. Embora seu torcedor tenha motivos para achar que pode dar em alguma coisa, os vícios e vicissitudes ainda de 2010 parecem criar uma trava. Com a volta dos garotos, a chegada do Rivaldo e tudo o mais, este ponto de questionamento deve continuar por pelo menos mais alguns meses. Ficará tarde demais para responder?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Retrocesso

O dia 20 de janeiro de 2011 está escrito nas páginas tristes do São Paulo Futebol Clube. Nesta noite, a história contará que Juvenal Juvêncio reuniou conselheiros do clube para convencê-los de que tem argumentos jurídicos para candidatar-se pela terceira vez seguida à presidência do clube. Recebeu aplausos, cumprimentos e um caminho livre de quem deveria zelar pelo padrão ético e patrimônio do São Paulo.

Folclórico, político, Juvenal ressurgiu no São Paulo no início dos anos 2000 como diretor de futebol. Brilhantemente, foi o primeiro a perceber as lacunas da Lei Pelé. Com astúcia, seduzia jogadores em fim de contrato. Ao invés de pagar multas altas aos clubes, pagava salários bons aos atletas. Com a tática, montou um bom time que, por sorte, competência e circunstância, foi campeão mundial em 2005.

Eleito presidente, Juvenal melhorou este time e pavimentou o caminho para um inédito tricampeonato brasileiro. Revitalizou o Morumbi, tornando-o melhor e mais lucrativo. Investiu nas categorias de base.

Cometeu dois grandes erros: mudar o estatuto do clube para alongar o mandato de dois para três anos; e ter se tornado obsessivo com o intuito de colocar o Morumbi na Copa.

Nos últimos dois anos, JJ colecionou derrotas em campo e fora dele.

Não obstante, tenta se manter no poder atrelado a detalhes jurídicos, a uma oposição fraca e a uma situação acomodada. Sabe-se lá quais são os interesses que atendem, com certeza não são o do real torcedor do São Paulo.

O clube que já foi associado a modernidade e a gestão, que serviu de paradigma e contraexemplo ao que se praticava em outras bandas se vê agora do lado oposto. Na contramão. Envolto em mudanças de regra e em interpretações largas do bom senso, do sentido ético das coisas.

Juvenal, que tanto se outorgou a veste de paladino da moralidade e dos bons costumes, agora pode dar as mãos aos algozes que tanto criticou.
Está proibido de endereçar críticas a outros clubes e à CBF.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Curto e grosso - Rodada 2 do Paulista

Campeonato Estadual só serve para uma coisa: colocar time em crise. É o que pode acontecer com o Palmeiras hoje, por exemplo.

Que ninguém diga que o Corinthians "preocupa" após o empate com o Bragantino (1 a 1). Segundo jogo, segunda semana de treino.

Também que ninguém venha dizer que o São Paulo está bem pelo mesmo motivo. Não está. Só aparece para este time baba.

Mas louvemos o Santos, que voltou a jogar fácil.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Default

O Campeonato Carioca começa hoje tendo os dois últimos campeões brasileiros, a maior torcida do país, jogadores como Fred e Conca, atrações como Ronaldinho Gaúcho, e, o melhor, uma fórmula bacana: turno e returno, várias finais. Poucos times.
A draga do futebol pegou a Dutra e desceu ao Sul.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Curto e grosso - Rodada 1 do Paulista

A melhor coisa da rodada é o texto de Antonio Prata sobre a Linense.
A segunda é o gol de Roberto Carlos contra a Portuguesa. Uma trivela para ninguém botar defeito, um goleiro desatento.
A terceira é o fato de haver um jogo de futebol para assistir.
Todo o resto ou não é importante ou não dá para medir (como cobrar mais esforço ou padrão tático de quem há duas semanas estava se entupindo de peru?).
Agora, tratar como novidade o fato de o Corinthians ter um bom time (hello, alguém se lembra que eles disputaram o título até o final?), que o Santos tem uma molecada boa de bola, que o Palmeiras está uma lástima e que o São Paulo não tem meio-de-campo é agredir a inteligência alheia.
Jogo bom mesmo será na semana que vem, quando o Corinthians vai atropelar o Tolima. Até lá, só esta mesmice.

Legal e imoral

Marcello Lima revela em seu blog que após intensa consulta jurídica chegou-se à conclusão de que não seria ilegal Juvenal Juvêncio concorrer a um novo mandato _e que isso será anunciado nesta semana. Ilegal então não é. E antiético?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Lágrima de crocodilo

E tem portal de internet sensibilizado com o jogador Somália, que, emocionado, chegou a chorar ao pedir perdão por ter mentido sobre um sequestro relâmpago só para escapar da bronca de um atraso no treino.

Rememorando: o sujeito chegou as 04h da matina, acordou tarde, perdeu a hora, desceu ao estacionamento, voltou para o seu apartamento (contando dinheiro na carteira), desceu de novo, desta vez sem relógio, pegou seu carro e rumou para a delegacia para dar queixa de sequestro. Naquela tarde deu entrevista dizendo que pensou muito na sua filha e no medo que tivera.

Fez a polícia perder seu tempo investigando uma bobagem. Como se a polícia não tivesse mais o que fazer.

Pego na contramão (as câmeras internas filmaram tudo, um espetáculo deprimente de um atleta para lá de mediano), Somália foi multado e agora, chorando, "pede perdão".

Perdoar é um ato nobre. Mas alguém acredita que, tivesse dado certo, Somália estaria chorando? Arrependido nada. Está querendo contornar uma situação que, além de rídicula, é uma incorrência em um crime.

Com a tragédia que acontece no Rio, se comover com as lágrimas de Somália é uma bobagem sem tamanho.

Prioridade

Dinheiro gasto em prevenção a enchentes no Rio = R$ 1 milhão.
Salário do Ronaldinho = R$ 1,2 milhão.
Obras no Maracanã = R$ 1 bilhão.

Vivemos num mundo em que a vida de 348 pessoas não vale nada. Nada.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Fenômenos estranhos

Estranho. O Flamengo não é aquele time que teria deixado de pagar um clube grego pelo empréstimo do Diogo? Não é um dos maiores devedores de INSS do governo? Não é o clube que não tem grana para construir um CT? E contrata o Ronaldinho Gaúcho pagando R$ 1,2 milhão?
Estranho. Para pagar o Ronaldinho, seria necessário vender o quê, umas 150 mil, 200 mil camisas por mês? O contrato dele é de três anos. Seriam 7,2 milhões de camisas vendidas neste período. Faz sentido?
Estranho. O Sevilla não aceitou uma proposta do Milan. Aceitaria uma do Corinthians, pelo Luis Fabiano?
Estranho. Ganso está em recuperação, salários em dia e bem no meio da janela de transferência começa a falar mal do Santos. Será que a chegada do Elano ganhando mais do que ele tem alguma coisa a ver?
Estranho. O Palmeiras diz que ia contratar Ronaldinho. Não deu. Então não contrata ninguém.
Estranho. O técnico Paulo Cesar Carpegiani diz que, já que Miranda pode ir embora, melhor talvez não escalá-lo em alguns momentos. Então não é melhor dispensá-lo já? Partindo desse pressuposto, todos os jogadores não vão um dia sair dos seus clubes?
Estranho. Descobriram agora que o teto do Maracanã não presta e será preciso mais R$ 1 bilhão para reformá-lo.
Estranho. Thiago Neves vai para o Fla.
Estranho. Emerson contundido de novo?
Estranho, muito estranho.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

São Paulo na lama

Anos atrás, o lodo invadiu o São Paulo Futebol Clube em uma das inúmeras enchentes de começo de ano de São Paulo.
Neste ano, até o momento, este tipo de problema ainda não aconteceu. Mas os nobres salões do Morumbi podem afundar em uma lama tão fétida quanto a do passado.
Até o momento, não se sabe se o São Paulo seguirá sua tradição de democracia ou se irá chafurdar na imoralidade.

Cobertura ruim

E é incrível como ninguém consegue cobrir decentemente a evolução dos preparativos para o Mundial de 2014. Como se acompanhar evolução dos estádios fosse o único quesito. Calma lá. Ainda dá tempo de fazer alguma coisa em aeroportos? Qual o déficit real de quartos de hoteis? Quais são as tratativas estaduais, dos novos governos, para receber o evento? Quem centraliza as informações e com que grau de acuidade? Está havendo lambança ou seriedade no trato do dinheiro público?

Entressafra

Os times não se reforçam, não treinam com bola, os campeonatos no início do ano são meio mixurucas. Então, sobram apenas falsas polêmicas, velhos dilemas e uma ou outra novela para acompanhar. Chatice mesmo é tentar adivinhar o destino de Ronaldinho Gaúcho. Engraçado que os repórteres e analistas escrevem que não se pode confiar em Assis, irmão do meia, mas na coletiva de hoje (6 de janeiro), estavam todos com muita cerimônia e reverência a ele. Talvez na falsa esperança de que ele dê o "furo" do destino do meia.
Que vai fazer um bom torneio, claro, porque aqui no Brasil falta técnica.
Mas que provavelmente vai chamar muito mais a atenção por outros aspectos, fora do esquadro do campo.