domingo, 5 de dezembro de 2010

Olhar para frente

1. O futuro de Palmeiras e São Paulo é turbulento. Ambos passam por movimentados processos políticos, cujo final não está claro. Ambos lidam com reformas difíceis em seus estádios, na vã esperança de conseguirem uma sobrinha da Copa de 2014. Ambos têm dificuldades de receita, que não tendem a diminuir com uma temporada sem grandes atrações. Ambos têm times que precisam de peças de reposição, mas não contam com boas perspectivas. Mais provável perderem o que têm, sem conseguirem colocar nomes melhores no lugar. Uma dose de sorte (safra talentosa de garotos, um time operário que se encaixe bem) pode ocorrer, mas o mais provável, até o momento, é terem outra temporada no meio do caminho.

2. Tentar entender os caminhos do Corinthians é fazer uma reflexão sobre o ano de 2010. Para parte da torcida, há a frustração de nenhum título conquistado, diferentemente de 2009. Para outra parte, porém, o clube conseguiu se reafirmar como protagonista, gigante do futebol nacional, provando que a queda de 2007 foi um problema passageiro. Na Libertadores, foi o melhor da primeira fase e caiu mais por circunstâncias do campeonato (jogo pesado no Maracanã, gol fortuito no Pacaembu). No Brasileiro, a perda de pontos para times medianos custou o torneio. Mas disputou cabeça a cabeça o torneio inteiro. Para 2011, provavelmente não terá o cérebro Elias no meio. Roberto Carlos estará um ano mais velho (bom, todos estarão, mas o sentido desta frase é que para ele pode pesar mais). Ronaldo dificilmente fará uma temporada melhor (e esta não foi grandes coisas). William vai parar. Ralf e Jucilei também parecem ter propostas. Quais serão as peças de reposição? Como será o trabalho de Tite desde a pré-temporada? Há um grande ponto de interrogação pairando sobre o alvinegro.

3. A apresentação de Elano, a possibilidade da chegada de um grande zagueiro, a possibilidade de levar Ricardo Oliveira, a volta de Ganso, a chegada de Adilson Batista. As perspectivas são tão, mas tão boas para o Santos que numa dessas dá tudo errado. Mas não é essa a lógica.

4. O Fluminense campeão brasileiro precisará se reciclar. O time foi campeão, mas seu segundo turno foi muito ruim. Desgastado. Isso não desmerece o título que conquistou em campo, mas alerta para as perspectivas futuras. Agora, se mantiver Conca, percorre-se um bom caminho para seguir entre os protagonistas.

5. De mansinho, de mansinho, o Cruzeiro vai se preparando para uma nova safra, que pode ser de muitas conquistas. Oscilou durante boa parte do campeonato, até deslanchar na segunda fase do Brasileiro. Apesar da choradeira, faltou um algo mais a conquista do Brasileiro. Não esquecendo que Cuca é hoje o melhor montador de times do futebol brasileiro, as perspectivas são boas para o time mineiro.

6. O Inter disputa o seu segundo título mundial e pensar no futuro é um tanto oblíquo quando o que importa está a poucos dias de ser alcançado. Com o elenco que tem e como provou ter valor em 2010, o Inter terá no ano que vem apenas que se remontar, lidar melhor com as peças de reposição. Se seguir com a política deste ano (contratações efetivas, apoio da torcida, decisões corretas na hora certa), periga o Inter montar uma hegemonia sul-americana.

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