segunda-feira, 27 de junho de 2011

FALSA LIDERANÇA

Leio pelo sempre bem informado Ricardo Perrone que Juvenal Juvêncio teria incumbido a nova diretoria do São Paulo de blindar Paulo César Carpegiani. Um cuidado que o próprio presidente ilegítimo do São Paulo não tivera após o jogo com o Avaí.

Carpegiani não é o culpado único por todos os males que assola o São Paulo. Seria injusto. Vale lembrar que Muricy Ramalho foi responsabilizado pelo declínio tricolor (por este que vos escreve, inclusive), embora não fosse perceptível que era o contrário: Muricy ajudou a alongar artificialmente um momento de glória que começou em 2005 e seguiu por 2006 e 2007.

Também resta recordar que Ricardo Gomes deixou o Morumbi sendo acusado, pelas costas, de nem sequer ter postura de profissional de futebol. O técnico é hoje campeão da Copa do Brasil. O São Paulo não chegou às semifinais.

Mas Carpegiani tem sua parcela de culpa que não pode ser minimizada. Demora a mexer na equipe, é indeciso, muitas vezes incoerente.

Mesmo o melhor técnico do mundo, porém, não conseguiria extrair muito deste time, com os ineficientes Dagoberto e Fernandinho na frente e um monte de garotos atrás.

A diretoria dispensa medalhões, por querer fazer um time de garotos, mas mantém Rivaldo. Se assim o faz é por achar que este é um jogador que tem algo a oferecer _mas se cala diante da sua não-utilização.

São muitos os problemas do São Paulo.

E as soluções parecem muito distantes do Morumbi.

RODADA #6

A VITÓRIA - Sem sombra de dúvida, a inapelável goleada do Corinthians sobre o São Paulo. O Corinthians tem o melhor índice de aproveitamento de pontos, não perdeu no campeonato e enfrentou uma largada para lá de complicada. Com sua defesa bem postada, com o ótimo Ralf no meio, com Danilo jogando o fino da bola, com Liedson solto no ataque e prestes a ter os reforços de Renan (gol), Alex (meia) e, mais adiante, Adriano (ataque), o Corinthians se credencia como melhor time neste início de torneio.


A SURPRESA POSITIVA - Não exatamente uma surpresa, mas o bom desempenho do Internacional contra o Figueirense (time acertado) o coloca de volta na trilha dos que irão disputar para valer o Brasileiro.

A SURPRESA NEGATIVA - A queda do São Paulo, da forma como aconteceu, e o desempenho do Atlético-PR, que não consegue mais causar sustos nem dentro de casa.

O CRAQUE - Danilo foi o nome da rodada.

terça-feira, 21 de junho de 2011

ÀS URNAS, ELEITORES

Este é um daqueles momentos definidores de um País. Do País que o Brasil quer ser. Há uma série de mecanismos em curso, inclusive o de deliberadamente confundir a opinião pública, para aprovar a sangria de recursos públicos em nome de um "bem maior": a realização da Copa do Mundo.

Os deputados federais já aprovaram e os senadores ainda apreciarão a polêmica medida que permite ao governo federal ocultar as despesas públicas em obras para o Mundial.

Os vereadores de São Paulo estão para votar (e devem aprovar) uma renúncia fiscal de R$ 420 milhões para construir um estádio privado _meu, seu, nosso dinheiro, em uma cidade corroída pela sujeira e por falta de creche, hospital, escola e transporte de qualidade. O prefeito de Sâo Paulo, que se dá nota dez, fecha os olhos para tudo isso.

O governador tucano de São Paulo anuncia que as condições financeiras para a construção do estádio privado estão próximas de serem destravadas.

O Ministério Pùblico cruza os braços sobre as diversas denúncias de corrupção e de arrepio à lei, algumas transmitidas em cadeia nacional de televisão (a Rede Record, por exemplo, mostrou que o ex e o atual mandatários de um grande clube de Sâo Paulo combinaram seus depoimentos à Polícia Federal).

O governo federal se cala sobre as denúncias de corrupção envolvendo o comitê organizador da Copa, como se nada tivesse com isso.

E a população brasileira assiste calada e impassível a esta farra. Incapaz de sequer se perguntar: a quais interesses atendem estes movimentos?

Aos cidadãos de bem, restam as urnas.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

RODADA #5

A VITÓRIA - O massacre do Palmeiras merece destaque. O adversário parecia fraco? Pois foi semifinalista da Copa do Brasil outro dia mesmo. Com um futebol compacto e objetivo, a equipe ocupa a vice-liderança do Brasileirão. Verdade seja dita: com exceção dos 6 a 0 em Curitiba, o Palmeiras tem sido a equipe mais estável deste ano.

A SURPRESA POSITIVA - O atual campeão brasileiro levou um baile de futebol no Rio de Janeiro. Quem ler o resultado do jogo como a de um gol achado pelo Bahia no final da partida provavelmente não terá a dimensão do que foi efetivamente. Com jogadores experientes e o bom Rene Simões no banco, o Bahia pode até ousar por algo a mais no Brasileiro.


A SURPRESA NEGATIVA - Poderia ser o Cruzeiro, poderia ser o Fluminense (grandes decepções), poderia ser o futebol errático do Flamengo, mas negativo mesmo é o campeonato estar na quinta rodada apenas e o asterisco já fazer parte das projeções dos torcedores.

O CRAQUE - Não fosse por ele, o São Paulo não estaria onde está. Por onde se olhe, Rogério Ceni é o craque da rodada.

terça-feira, 14 de junho de 2011

RODADA #4

A VITÓRIA - Pelo futebol (ou pela aparente afirmação do futebol), a do São Paulo sobre o Grêmio. Pelo resultado, a do Botafogo sobre o Coritiba. Pela facilidade, a do Corinthians sobre o Fluminense.

A SURPRESA POSITIVA - O bom futebol desempenhado pelo Botafogo. Embora o Coritiba, aparentemente, esteja ainda sofrendo reflexos da derrota na final da Copa do Brasil, era (talvez seja) a grande surpresa do futebol brasileiro no primeiro semestre _e não foi páreo para o time fluminense.

A SURPRESA NEGATIVA - O Cruzeiro não conseguir ganhar dos reservas do Santos (aliás, o time mineiro não ganha de ninguém) pode ser considerada uma zebra. Mas no conjunto, por enquanto, decepção atende pelo nome de Atlético-PR _conseguiu fazer um gol e um ponto.

O CRAQUE - Wellington do São Paulo vem dando (não significa que continuará, todavia) consistência a um meio-de-campo que até poucos dias atrás era muito fraco de pegada.
Jogou uma enormidade.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

JUSTO OU INJUSTO?

Não dá para dizer, nem sequer insinuar, que a conquista da Copa do Brasil pelo Vasco tenha sido injusta. Seria demais. Um time que destroça o Náutico em Recife, passeia por cima do Avaí (o mesmo time que criou uma baita crise no Morumbi) e que marca duas vezes no Couto Pereira não pode ter sua conquista diminuída. Ainda mais se este time começou o ano de maneira tão contida quanto o Vasco.

Mas não dá também para fechar os olhos ao fato de que as finais foram muito próximas. O Vasco fez três gols, o Coritiba fez três.

A diferença é a quantidade de gols anotados fora de casa.

Isso influencia demais na dinâmica do jogo. A regra é essa e o Vasco jogou com o regulamento debaixo do braço. Mas essa lei deveria ser revista, para aumentar o dinamismo das partidas e a justiça dos resultados.

RODADA #3

A VITÓRIA - Incontestavelmente, a do São Paulo, que fechou a rodada na quarta-feira. Jogando fora de casa, contra um bom time, suportando uma pressão danada, conseguiu consolidar três pontos e um começo de campeonato impecável. A torcida não deve se iludir: o time tem muitas deficiências e poucas peças de reposição. Com a ida de jogadores para as seleções (sub-20 e principal), o time irá sofrer bastante. Até por isso, esse acúmulo de pontos se mostrará providencial.

A SURPRESA POSITIVA - O bom futebol e os dois gols do santista Borges. Embora a prioridade do Santos seja a Libertadores (competição na qual está com quatro dedos na taça), a equipe dá demonstração de que tem elenco para disputar o título.

A SURPRESA NEGATIVA - O mau futebol do Flamengo e do Corinthians. Apesar de estarem somando pontos, fizeram um jogo de poucas alternativas, onde o que valeu mesmo foi a despedida a Petkovic.

O CRAQUE DA RODADA - Não foi craque, mas mostrou a que veio: Borges.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

SE FOSSE UM PAÍS SÉRIO...

O acordo seria desfeito e os dados investigados.
O que o UOL publica hoje é estarrecedor.
Conversas de diretores do Corinthians atestam que:
1. Houve uma mistura entre público e privado;
2. O governo federal trabalhou para favorecer uma entidade privada;
3. A construtora que fará o estádio do Corinthians condicionou a obra para uma entidade privada com a garantia de obras públicas (onde "faria a diferença" de caixa);
4. Uma parte dos gastos seria absorvida diretamente por uma empresa controlada pelo governo (e financiada pelo cidadão brasileira), mas com ações em Bolsa (e, que portanto, deve se pautar em maximizar os ganhos para seus acionistas).
Se verdadeira, a informação é um escândalo.
Mas sabe o que vai acontecer? Nada.
Para quem quiser revirar o estômago, veja aqui.

AGORA QUEM DÁ BOLA É O SANTOS

O Santos é o novo campeão da Libertadores da América.
Você ouvirá discursos cautelosos dos jogadores, ânimo contido dos dirigentes, preocupação do torcedor e pregação de respeito e louvor ao adversário.
Mas o Santos já é campeão e é necessário que se diga isso.
Porque o Santos merece.
Equipe que mais investiu em duas frentes: na formação de novos talentos e na contratação de jogadores experientes.
Equipe que segurou Neymar, não o deixando sair mesmo para o Chelsea. Equipe que trouxe Elano. Clube que resgatou Leo, que não hesitou em testar Keirrison (não deu certo, mas poderia ter dado).
Muricy será campeão da Libertadores e estará a provar a vários críticos (este inclusive) que, por mais turrão que seja, também aprende e evolui. Se consagrará de fato como o maior técnico do cenário nacional.
A festa será bonita. Contra o Peñarol, adversário infinitamente mais fraco que o Vélez, classificado por sorte e pelo regulamento ridículo.
Para o Peñarol, estar na final já é um grande feito, a provar também que o futebol uruguaio não viveu um soluço na Copa-2010, mas voltou a ser grande.
Adversário mais fraco, equipe embalada, Neymar jogando um bolão, partida decisiva disputada em São Paulo.
Não tem como.
O Santos é tricampeão da Libertadores.