terça-feira, 19 de abril de 2011

A vítima Rivaldo

Rivaldo diz que não é marqueteiro. Mas é sim. Porque todos são. Todos somos. E o marketing de Rivaldo é dizer que não é marqueteiro. Não teve festa de despedida na seleção? É porque não sabe se vender, porque não é do Rio, porque isso e porque aquilo.
Talvez se lembre que poucos jogadores tiveram despedida da seleção. Talvez possamos contar no dedo. De cabeça, fica fácil lembrar a do Zico, a do Romário e a de Parreira. Rivelino teve? Tostão deve? Não devem ter tidos e foram geniais e decisivos para títulos mundiais.
Hoje, Rivaldo deu entrevista e diz que está jogando pouco porque foi indicado por Rogério Ceni e não por Carpegiani.
O tipo de declaração que deve ser entendida como a de alguém que quer ou bem impor seu lugar na base da marra ou bem quer cavar sua saída do clube. Qualquer que seja a opção, não parece boa para o clube.
Talvez Rivaldo devesse ver que estar na reserva tem a ver com o fato de ele não conseguir correr, de suas pernas não acompanharem seu raciocinio e de que tem feito partidas medíocres por um São Paulo que, se não é brilhante, achou um jeito de jogar baseado em muita velocidade, muita correria.
A esta altura do campeonato, o melhor marketing para Rivaldo talvez fosse o de preservar o gigante que ele foi no futebol.
E que não é mais.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Dissecando Felipão

Luiz Felipe Scolari é um mestre. Leitor tático como poucos, motivador como quase ninguém no futebol e um dos que mais usam a inteligência emocional a seu favor. O Brasil dificilmente teria conquistado o título de 2002 não fosse pela presença dele no banco _a aposta em Ronaldo, o espaço dado a Rivaldo, a colocação de Edmilson na zaga, a ascensão dos volantes (Kleberson e Gilberto Silva) ao longo da competição.
O trabalho de Felipão à frente do Palmeiras é fantástico. Perdeu apenas duas partidas na temporada. Um jogo parelho com o Corinthians e a partida contra a Ponte Preta, em que o time alviverde parecia ter pouco apetite pela vitória.
O caminho na Copa do Brasil tem sido sem sustos, com uma ajuda amiga da tabela. O primeiro grande duelo será contra o Coritiba.
Ciente de que deve usar sempre o regulamento em seu próprio benefício, Felipão não vociferou contra as suas aparentes contradições. Afinal, para ele importava muito que o Palmeiras jogasse mais para pegar conjunto e adquirir confiança. Principalmente contra times fracos, mas numa aura de competitividade. Agora, enfrenta o Mirassol, depois pode se vingar do Corinthians (que é, dos quatro grandes, o mais imprevisível neste momento) e pode decidir o título.
Felipão não aceita que desmereçam um campeonato que ele pode vencer. A medida que o Palmeiras foi avançando, as cornetas foram diminuindo. Hoje não se fala mais nos R$ 700 mil que ele ganha, nem na ausência de bons nomes no elenco, nem em nada.
E não será Felipão que vai minimizar este bom momento. Nem aceita que os outros o façam.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

É craque?

Parece ser. Mas o fato é que Paulo Henrique Ganso tem, em sua folha de serviços prestados, um semestre de bom futebol (em 2010), quando ainda era uma novidade. No final de 2009, quando entrou no time do Santos, alternava boas e más exibições, perdeu dois pênaltis no Maracanã, chegou a esquentar o banco. Na volta, em 2011, depois de uma contusão séria, arrebentou em um jogo contra o Botafogo e depois desapareceu. Dizem que é falta de ritmo. Pode ser. Futebol ele parece ter. Mas a verdade é que ainda não mostrou uma consistência, nem uma maturidade que permita referir-se ao gênio que acredita ser.

Ações de Ronaldo

É importante saber qual é o cargo, salário e o papel de Ronaldo dentro do Corinthians. Bem como saber se ele tem a licença necessária para transacionar jogadores. Pelo barulho que está fazendo e pelos métodos que parece estar adotando, o ex-atacante deve, em breve, deixar de ser a velha unanimidade nacional.

Lixo de regulamento

Os primeiros colocados do Paulista terão que decidir sua sorte em apenas um jogo. Um jogo. Empate vai para pênaltis. Não importa se a distância do primeiro para o oitavo lugar for de 1 ou de 100 pontos. Tudo fica igual. A única diferença é o mando de campo _o que digamos não é diferença alguma em se tratando de Campeonato Paulista.
E tem gente que ainda leva este campeonato a sério.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Façam o que eu faço...

Assim falou Muricy quando saiu do Fluminense:
"Esse é o grande problema das pessoas. Falam, dão como certo, depois não acontece e fica por isso mesmo. Não tem nada a ver. Ninguém me procurou e, mesmo que tivesse procurado, eu não ia conversar. Vou descansar durante um mês. Não ia ser correto eu largar um contrato muito bom que eu tinha com o Fluminense. Falar que saí por causa de um motivo e amanhã estar em outro clube. Pode acontecer com outros treinadores. Comigo não é assim. Por isso as pessoas têm que pensar bem antes de falar a meu respeito. Não recebei nenhuma proposta e não vou conversar com ninguém. Não é legal. O Santos está no meio de uma competição, com um treinador novo que sabe trabalhar".

Mais nada a dizer, boa noite.

domingo, 3 de abril de 2011

São Paulo é uma enganação

O São Paulo é uma enganação, uma jogada de marketing. Seu torcedor acreditou realmente neste time, lotou o Morumbi para receber o Luis Fabiano e não percebeu que o time parece frágil demais. Parece porque não dá para ter certeza nenhuma deste São Paulo que muda a toda hora.
Quando parecia que Casemiro e Carlinhos Paraíba eram o remédio necessário na contenção, o técnico muda tudo. Rodolpho ora é zagueiro, ora falso lateral, ora líbero. Alex Silva joga um dia na direita, outro na esquerda. Lucas é meio-campo ou falso ponta?
Depois da patética partida na quinta-feira (em que o time se encheu de falsos meias e nenhum atacante), mais uma pobre exibição neste domingo.
O São Paulo é um time de altos e baixos. O problema é que em mata-mata, não há espaço para isso. A não ser que tenha um alto muito alto na quarta, o time do Morumbi corre sério risco de ser eliminado (para variar) da Copa do Brasil.
E do Paulista.
O técnico vai mudar seu jeito de pensar? Muito improvável.
Nos corredores do Morumbi restam três alternativas: reza braba é uma; o presidente se impor e exigir um esqueleto tático é outra; mudar o treinador seria a terceira e improbabilissima. Torcedor, separe o terço.

Santos e a semana que define tudo

Tá, não vamos ser peremptórios assim. Mas como escapar da sensação de que esta semana irá definir quem o Santos quer e pode ser pelo resto do ano. Destruído pela derrota em casa frente ao Palmeiras, com os apupos da torcida no ouvido do Neymar, o Santos precisa se reencontrar. Tem disparado o melhor elenco no papel: Jonatas, Charles, Arouca, Neymar, Ganso, Elano... Mas esta turma não consegue jogar junto. Contusão, expulsão, má fase. São tantas coisas e no fundo o problema talvez seja um só: o time acreditou que poderia ser maior do que é. A resposta está, talvez, em se voltar ao básico.
O Santos pode contratar Muricy, o homem que não rompia contratos e agora rompe. Muricy é aquilo lá. Se virar o jogo, vai falar que foi ele. Se não virar, vai dizer que é complicado, pegou o trabalho pela metade. O que ele poderia agregar? Melhorar a defesa? É um começo. Mas vai colocar um monte de volante e torcer para que a diferença técnica de Elano, Neymar e Ganso seja suficiente? Neste ano não tem sido.
Independente de qualquer coisa, de qualquer esquema, tudo isso fica meio para segundo plano se o time não ganhar do Colo Colo na quarta. Deve ganhar. Vai ganhar. Mas SE acontecer, será um desastre.
Então no fundo é uma semana decisiva mesmo.

Palmeiras líder deve chegar com força

O Palmeiras é um time "chato". Dificilmente toma gols. Dificilmente perde. Com raras exceções (o clássico contra o Corinthians foi uma), quase nunca termina uma partida em que tenha tido chances sem anotar um gol. É uma equipe desprovida de grandes craques, mas com jogadores que parecem estar fazendo o máximo. Parece ter alguma coisa na água, pois corre mais, dá mais carrinho e quer mais a bola do que qualquer adversário.
O Palmeiras é líder do campeonato porque joga muito bem fora de casa e, como não tem casa mesmo, parece ter incorporado a verdade de que precisa jogar bem em qualquer lugar. E jogar bem não é praticar um futebol vistoso, pois no Brasil hoje ninguém o pratica, mas lutar pela bola e criar condições de vitória.
O Palmeiras é, como previsto desde o início do ano, um outro time graças ao trabalho do Felipão. Não é líder por acaso, mas não se deixa inebriar. É favorito ao título do Campeonato Paulista.