quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Era uma vez um time...

Que foi membro do G4 do Brasileiro no ano passado. Classificou-se para a Libertadores deste ano. Por isso, foi alijado da Copa do Brasil (as competições não podem ser disputadas de maneira simultânea). Tentou, mas não conseguiu ser campeão. Com um bom elenco, porém, vai disputar o Brasileiro, para ganhar. Pode ser que não ganhe, mas terá justificado o ano para seus torcedores e seus patrocinadores se conseguir voltar à Libertadores do ano que vem. Pois este mesmo time percebe agora que ficou muito difícil isso acontecer.
Já outro time, que foi mal no Brasileiro do ano passado, está mal no Brasileiro deste ano, poderá estar no principal torneio continental das Américas. Aliás, o caminho é até mais fácil, sob certos aspectos.
A mudança premia a quem? A quem se mantém na ponta ou a quem sempre se manteve mais para baixo?
A Libertadores do ano que vem ganharia mais com qual time participando?

A regra? Ora a regra

Era uma vez um campeonato caça-níquel que não valia de nada, a não ser preencher a grade de televisão nas quartas e dar um premiozinho mequetrefe aos seus campeões. Esta competição só tinha interesse para os grupos intermediários.
Mas eis que os patrocinadores resolveram, numa canetada só, assumir que este campeonato, a Sul-Americana, vale alguma coisa: um passaporte para a Libertadores.
Tudo bem. Até podia ser assim. Mas a canetada foi dada no final do ano, no meio da temporada. Casuísmo. Regra rasgada.
A CBF aceitou a desvalorização do seu campeonato. Não deveria. Os clubes brasileiros também não.
Um absurdo só comparável à decisão esdrúxula de refazer os jogos do Campeonato Brasileiro que poderiam ter sido tocados pela máfia do apito.
O Botafogo amanheceu na Libertadores e vai adormecer fora dele, sem nenhum jogo ter acontecido. Casuísmo maior não há.
Felizes só os clubes que ainda disputam a esvaziada Sul-Americana, como Palmeiras, Avaí e Atlético-MG.
O que gera outra distorção: todos estão na ponta de baixo da tabela.
Não será surpresa se algum membro do atual G4 ficar de fora da Libertadores. E algum rebaixado entrar.
Lógica? Para quê mesmo?

A Vila ferve

A demissão do técnico Dorival Junior é um daqueles acontecimentos jornalísticos únicos. Treinador demitido é a coisa mais normal do mundo. Não alguém que estivesse fazendo um bom trabalho, com resultados (nos últimos dois anos, o técnico foi campeão brasileiro da Série B com o Vasco e do Paulista e da Copa do Brasil com o Santos). A quem acha que esses torneios são paralelos ou menores, pode-se argumentar que foram estes exatos títulos que pavimentaram o caminho de Mano Menezes para a seleção.
Dorival foi o responsável pela formação deste time do Santos. Um ano atrás, Ganso era uma promessa que perdia dois pênaltis no Maracanã. Neymar era o filé de borboleta que alternava titularidade e reserva. Hoje, têm a badalação que têm.
Mas dizer que isso seria uma injustiça talvez seja simplificar demais.
A leitura de diversos blogs (Ricardo Perrone/UOL, Victor Birner/Lance, Juca Kfouri/UOL, G1) e jornais permite colocar algumas questões de difícil resposta:
1. Dorival foi firme ou intransigente?
2. O técnico estava preservando o clube e seu patrimônio, ao dar uma diretriz para Neymar, ou depreciando os dois?
3. Mais vale um jogador indisciplinado e bom em campo do que potencializar o risco de perder dois ou três pontos?
4. Qual é o recado que a diretoria passa aos jogadores e qual é o perfil do treinador que se pretende ter no futuro?
5. Dorival foi conivente com Neymar quando o problema era com os outros e só doeu quando sentiu o problema na pele?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Por trás das cortinas

1. Mano Menezes defende, no Roda Viva, os salários milionários de técnicos de futebol. Salário é algo que não se discute. Mas quem ganha salário tem que entregar resultado. Atacante que não faz gol, perde o emprego. Goleiro frangueiro, zagueiro perneta têm que ir para o olho da rua. Técnico que não ganha jogo, perde o cargo. Técnico quer ganhar muito e se esconder atrás da máxima de que "sem continuidade não há resultado".

2. E Neymar foi punido. Ou o Santos foi. Agora ele volta contra o Corinthians. Se fizer gol, arrebentar no jogo, vão dizer que foi por causa da punição?

3. A notícia mais estonteante do dia está meio sufocada no Painel FC da Folha. Diz que o arquiteto responsável pelas obras do Corinthians nem leu o caderno de encargos da Fifa. Ué, não era este o estádio que tinha salvado a Copa em SP?

4. Richarlyson diz que a presença de Juvenal Juvêncio no treino, semana passada, mexeu com a equipe. O dirigente estar no CT sem ser para apresentar jogador, diz o atleta, era sinal de que alguma coisa estava errada. Por temor, os atletas sabiam que tinham que ganhar do Palmeiras. Isso mostra o quanto Juvenal parece estar ausente do dia a dia do clube e como jogador pode ser mal acostumado. Se o presidente não aparecesse, os atletas do clube mais vezes campeão do Brasil, que recebem seu rico salário em dia não iriam se dedicar tanto?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Caindo na real

O São Paulo afastou o risco do rebaixamento. Já é grande coisa.
Deveria parar de pensar na Libertadores. A análise da tabela permite projetar que com alguma sorte o time ficará no mesmo oitavo lugar ao final do campeonato.

Uma ótima brincadeira

É usar o simulador de resultados do G1. Para quem tem tempo livre, claro.
Palpite? Corinthians e Cruzeiro chegam a dezembro com 72 pontos, mas o time paulista ganha na disputa por número de vitórias.

Uma ótima brincadeira

Para desocupados é brincar no simulador de resultados do G1 (www.g1.com.br). Os meus chutes deram Corinthians e Cruzeiro empatados na liderança com 72 pontos, com o time paulista sendo campeão pelo número de vitórias.

Prata da casa

E todos ressaltam a atuação do garoto Lucas, ex-Marcelinho, no clássico contra o Palmeiras. Bom ele é, na mesma proporção que errático. Colocar o peso do redesenho do São Paulo em seus ombros é dar um tiro desnecessário.

O São Paulo sempre foi bom em mesclar jovens com experientes. Mentira dizer que o time de 1985 era feito só de garotos. Ao lado de Muller e Silas estavam o experiente Falcão o já campeão brasileiro e titular da seleção Careca e o ex-garoto da Vila Pita.

Em 2002, a mais recente geração de sucesso do Morumbi mesclou os emergentes Kaká, Julio Baptista com os experientes Ricardinho e Rogério. A dupla de ataque tinha o mais novo Luis Fabiano e o mais rodado Reinaldo.

Pauta

E o iG destaca que o Juventude foi rebaixado para a série D do campeonato Brasileiro.

Em 2007, ele disputava a Série A. Em 2008, a B. Em 2010, a C. Em 2011, estará na D. Difícil lembrar de um clube que tenha tido caso de fracasso tão acentuado em tão pouco tempo.

Uma ótima história a ser contada pelos jornais.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Os males aparecem

Quando Muricy chegou ao Palmeiras, em 2009, parecia fadado a ser campeão brasileiro. O time estava folgado na liderança e o elenco parecia sólido.
Um pouco por problemas do técnico e muito pela falta de peças de reposição (e pela má fase de algumas de suas principais estrelas), o Palmeiras caiu tanto que a conquista do título virou pó. Nem à Libertadores chegou.
A história começa a se repetir. Com um agravante. Elenco, o Fluminense tem.

A queda dos cariocas

O Botafogo faz uma campanha empolgante, mas nitidamente lhe falta fôlego. Ah, e banco.
Já o Fluminense fez apenas sete pontos em seis jogos. Por esse rendimento, nem a Libertadores chega _prognóstico pessimista demais para o elenco que tem.
O Cruzeiro engrenou e dá luz alta.
E o Inter decide hoje se quer continuar brigando pelo título.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Explicações, por favor

O terreno de Itaquera, afinal, pode ou não receber um novo estádio?
Terá ou não dinheiro público?
Será ou não palco de jogos da Copa?
Vai ou não sair do papel?
Qual é o entrave concreto para a reforma da arena do Palmeiras?
O Morumbi será ou não renovado?

Rodada

O Corinthians foi o grande derrotado da rodada. Apesar da ascensão do Grêmio, o time paulista jogava em casa, apoiado por sua torcida e tinha que fazer a lição de casa. O fato de ter um jogo a menos não significa que fará mais três pontos, mas sim que poderá fazer. A parada no Rio na quarta será para lá de indigesta.
O grande vitorioso da rodada foi o Cruzeiro, com mais uma vitória. Futebol é momento e o atual é do clube celeste.
Quem também subiu foi o Botafogo, mas desse se esperava os três pontos. A parada do time mineiro era muito mais indigesta.
Quem parece estar querendo escrever um novo e triste capítulo na história do rebaixamento é o Flamengo.
E quem parece estar seguindo sua sina de lutar e não sair do lugar são o Palmeiras e o São Paulo.

De revirar o estômago

A foto do chefe da Fifa beijando o chefe da CBF.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Projeção matemática

Pelo simulador do site do G1, dá para imaginar que neste campeonato maluco serão necessários 71 pontos para ser campeão e 64 para chegar à Libertadores.
Pela sequência de jogos, os favoritos ao título são, nesta ordem, Corinthians e Fluminense.

Elevador direto ao céu

Até dez dias atrás, Baresi era o professor Pardal, que fazia DVDs e colagens ignoradas pelos jogadores. O interino era o treinador incompreensível, que tentou ganhar o elenco no grito (no melhor estilo Toninho "quem manda aqui sou eu" Cecílio) e, por isso, foi rejeitado.
Agora, ele é estrategista, os jogadores pedem sua efetivação, a torcida canta "o campeão voltou".
Pé no freio.
O São Paulo é um time inconstante. Nesta temporada já alternou momentos bons e outros nem tanto. Não é novidade a boa fase, mas também não será quando engrenar novas partidas sem vitórias. Nem é o time que gostaria de disputar o título, mas também passa longe de uma equipe prestes a ser rebaixada.
E Baresi é um técnico em formação, que erra na escalação da equipe, que substitui mal, mas que conta com uma dose grande de sorte e uma estrutura razoável, que faz o time andar sozinho.

Roupa suja se lava em casa

Teria Fred razão em explicitar as supostas mazelas do departamento médico do Fluminense? E se o médico do Fluminense expusesse também as mazelas dos jogadores?
Pode Kleber reclamar de maneira tão contundente dos seus colegas de Palmeiras? O fato de ser este jogador truculento o credencia a fazer isso? Não consta que seus colegas de Cruzeiro e Palmeiras tenham tido o mesmo comportamento nas inúmeras vezes em que o atacante foi infantilmente expulso, prejudicando suas equipes.
Pode o zagueiro do Santos Edu Dracena dizer que o individualismo prevalece sobre o coletivo, se isso acontecia durante todo o primeiro semestre e todo mundo achava bonito?

Deixem o melão rolar

Os homens da Fifa discutem fórmulas mirabolantes, como acabar com a prorrogação e voltar com o famigerado gol de ouro. Sobre o uso do spray para marcar a distância da barreira ou a utilização de tecnologia para ajudar os árbitros, nenhuma palavra.
Também não se debruçam sobre uma aberração: o gol "fora de casa". Em tempos de arbitragens tão ruins, premiar quem faz um tento fora dos seus domínios é ser conivente com a injustiça.
Imagine o seguinte. O time A joga fora de casa. Pressiona, atira quatro bolas na trave, domina a partida, mas não marca. Na semana seguinte, joga em casa. Mantém a pressão, é melhor. Faz um gol. No último minuto, um pênalti duvidoso ou um gol em impedimento dão o empate à equipe B. Ela se classifica. Não houve vencedores nos dois jogos, a equipe A foi nitidamente superior. Mas sai eliminada. Isso não é promoção do jogo, é distorção. Distorção que forja campeões.
Este esquema, infelizmente, foi adotado pelos grandes campeonatos em regime de mata-mata. Deveria ser imediatamente abolido.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Você viu a seleção ai?

Nem eu nem ninguém.
Não teria valido mais a pena um jogo comemorativo contra o centenário Corinthians, em um Pacaembu festivo? Quem sabe com Ronaldo meio tempo em cada?
realmente valeu a pena jogar com um bando de garotos do time B do Barcelona?
Como lembrou a equipe de esportes da rádio Transamérica, ontem, falta de adversário é que não foi. O Uruguai (quarto colocado na Copa) estava aqui do lado, dando uma sopa danada...

Alta temperatura

Santos e Botafogo têm tudo para ser um daqueles jogões. Os dois precisam da vitória para seguir sonhando.
Mesma situação encontrada por Internacional e Cruzeiro, dois times ascendentes no Campeonato.
Ninguém em sã consciência, porém, deixará de querer acompanhar o líder Corinthians, com Ronaldo, desafiando o Atlético-PR na Arena da Baixada (o nome do estádio é uma homenagem aos que acreditam que naming rights no Brasil poderia viabilizar uma obra de R$ 350 milhões). Atlético que ganhou quatro dos seus últimos cinco jogos.
Ao mesmo tempo em que o São Paulo tenta provar que está embalado e confiante e o Flamengo, melhor defesa, tenta evitar a aproximação do andar de baixo.
O Palmeiras também começa a se aproximar da zona do descenso e deve enfrentar a ira do Vitória, que quer se vingar da recente eliminação da Sul-Americana.
Sem contar o Flu, que só deseja fazer as pazes com a vitória.
O Grêmio querendo fugir do rebaixamento, o Atlético-MG pelo mesmo caminho.
É só a primeira rodada do segundo turno e todos os jogos parecem imperdíveis.

Saber perder

O presidente do Atlético-MG, segundo informações divulgadas pela imprensa, teria dado sinal verde à torcida para sentar a mão no jogador que for pego em baladas. Se o presidente não está satisfeito com os empregados, mais do que ninguém ele pode rescindir o contrato, dispensar, fazer o que julga necessário. Se acha que os atletas são válidos, tem que preservar não só a integridade física dos seus atletas, mas o patrimônio do clube, evitando que ele se desvalorize. Como mandatário do clube, precisa ainda cobrar explicações do seu departamento médico, do seu preparador físico, do seu treinador, dos seus diretores. Dele mesmo. Se ele for pego na balada, a torcida poderá fazer o quê?

A Fifa vem ai, olê, olê, olá

A dona Fifa vem aí. E começam a pipocar os "medos" dos elefantes brancos, de descumprimento de prazos, de falta de garantias. Teatrinho puro. Depois do que a dona Fifa e a dona CBF fizeram em São Paulo, tudo é possível, tudo é permitido.
E vão lá, restringindo as regras contábeis, afrouxando o endividamento, esticando a corda do BNDES. O descontrole já é grande.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pílulas

1. Editorial da Folha de hoje põe o dedo na ferida. Ok, o estádio de Itaquera será construído "sem dinheiro público" e "salvou a Copa", segundo os manda-chuvas. Sem dinheiro público uma pinoia. O financiamento será do BNDES (vá lá, tem que pagar de volta, tem o impacto social, movimenta a economia), mas o que não está explicado é o por quê da isenção fiscal de mais de R$ 60 milhões aos construtores. Isenção significa que enquanto você e eu pagamos os nossos impostos, eles não precisarão recolher este montante ao fisco. Vantagem competitiva. O seu, o meu, o nosso em jogo.

2. O Morumbi foi vetado pela Fifa, que reclamou haver projetos demais. O Fielzão foi aprovado pela CBF, sem ver o projeto.

3. Cosme Rimoli, em seu blog no R7, diz que Juvenal Juvêncio sabe que suas atitudes, ao comprar briga com todo mundo, afastaram o Morumbi da Copa.

4. No campo, o Fluminense vacila no pior momento. A semana foi toda de fatos positivos ao Corinthians (centenário, estádio), a tabela favorece o time paulista nesta rodada (jogo "em casa" contra o lanterna). O Corinthians deve se agigantar neste momento.

5. A discussão sobre se Neymar é desrespeitoso ou não é uma bobagem. E daí que ele disse que é milionário? Quem em sã consciência acha que zagueiro chama atacante de senhor é vice-versa.

6. Só uma imensa falta de estima mantém Baresi no comando do São Paulo. O treinador de fato se chama Rogério. A equipe de Morumbi sofre com o pior que há de estratégia e organização. Lembra muito o que aconteceu na passagem de Juvenal pelo clube no final dos anos 80 e que culminou com a ida do clube ao módulo verde do Paulistão.