quinta-feira, 3 de maio de 2012

Rugido fraco

Em questão de dias ou talvez de horas, Emerson Leão não deverá ser mais treinador do São Paulo. Não, isso não é uma informação, mas também não se trata de palpite. É pura lógica. Tiver um pingo de amor próprio, Leão pega o boné e vai-se embora. Tiver um pingo de lucidez, a diretoria tricolor se antecipa e demite o treinador. Leão construiu a sua carreira baseado no rugido e no ataque. Sim, no ataque, na bola para frente. Quando teve time talentoso na mão _e ajudou muito a fazer isso_, se deu bem. Leão foi o grande responsável por acabar com o jejum de títulos do Santos _de 1984 a 2002, não ganhava nada. Entregou Robinho, Elano e Diego para o mundo, que não soube o que fazer com nenhum dos três. Abriu espaço para que outros treinadores não tivessem medo de colocar um bando de jogadores novos em campo (e não tivessem a mesma pressão de ter que conseguir um título). Abriu espaço para que pudessem existir Neymar e Ganso. Pouca coisa não é. Leão tabulou um São Paulo com jeito de campeão em 2005. Dizem que Paulo Autuori deu o arremate necessário _trocou Diego Tardelli por Amoroso (vivas), protegeu mais a zaga, fixou melhor Josué e Mineiro. Sabe-se lá. O que se sabe é que aquele time lá tinha o dedo leonino. Méritos, o treinador teve. Em sua volta ao São Paulo, colocou o time no ataque de novo. Mas desta vez com dois problemas: o ataque não é de nada e a defesa é uma porcaria. Resultado: o time não vai para frente nos jogos decisivos. Com isso, um zagueiro medíocre como Paulo Miranda fica no mano a mano com a maioria dos atacantes. Falha. Suas falhas causam gols contra o São Paulo. A diretoria contratou Paulo Miranda. Portanto, o técnico o utiliza. Se Paulo Miranda é uma porcaria, a diretoria tinha que não tê-lo contratado. Se o fez (e foi uma novela) e não deu certo, deveria demiti-lo. Negociá-lo. Se não o faz, ele está apto a ser usado. E se está, o treinador deve poder escalá-lo. Se acha que o treinador erra ao cometer tal ato, deve demitir o treinador. E o técnico tem que ser soberano. Caso contrário, vai virar um novo Sergio Baresi, um joguetinho nas mãos da diretoria. Diretoria essa, por sua vez, que acumula fracassos sucessivos. O rugido de Leão virou um miado. O melhor que ele faz é ir embora. E no fim das contas vai ser melhor para o São Paulo também.

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