quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Postura

Olhando com a distância que o curto tempo permite, há um abismo nas posturas de Ronaldo e Juvenal Juvêncio. Os dois escolheram dias e horários semelhantes para falar: segunda-feira, perto da hora do almoço.

Ronaldo, vitorioso, milionário, sentiu que não conseguiria mais corresponder às expectativas dentro de campo. Entre virar um fantasma do presente ou um herói do passado escolheu a segunda opção. Os mesmos críticos que lhe apontavam o dedo desaprovador o cobriram de elogios. Seus feitos foram reconhecidos, seu legado exaltado. O Corinthians alivou sua folha de pagamento e, diz-se por aí, não terá impacto concreto na sua receita.

Ronaldo falou, se emocionou e distribuiu este sentimento a todos os demais. Não se absteve de criticar as recentes atitudes violentas da torcida, mas reafirmou seus compromissos com o futebol. A questão do hipotireoidismo é meio uma bobagem. Afinal, não só por isso ele estava fora de forma. Nem novidade era, ele já havia falado. Faltou um posicionamento mais claro sobre as diversas críticas costuradas á organização do futebol (calendário, empresários), mas talvez o momento não fosse para isso. Ronaldo desculpou-se pelos seus erros, listou os momentos amargos da carreira e deixou claro que a ausência de uma Libertadores era um marco indelével.

De outra sorte, Juvenal Juvêncio deu um show de arrogância. Primeiro, ao aceitar a famigerada Taça de Bolinhas. Ele havia sido signatário do documento que atestava o Flamengo como campeão brasileiro de 1987 (que foi). Agora, rasga o documento e a moral do São Paulo com uma atitude mesquinha.

Depois diz que pode se candidatar à reeleição porque o São Paulo precisa de gente competente. Que a oposição está reduzida a nada.

Ele tem razão nas duas premissas. Mas ao chamar seus assessores diretos de incompetentes, Juvenal mostra se achar acima de tudo e de todos. Ao justificar a virada de mesa com base em uma oposição enfraquecida (até as custas de politicagem), o mandatário adota os mesmos expedientes de ditadores de quinta categoria.

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