quinta-feira, 6 de maio de 2010

Porque perdeu, perdeu por quê?

Nenhuma análise hoje terá profundidade o suficiente para traduzir o que foi o jogo de ontem, um dos melhores da temporada. Um duelo de gigantes, para ficar em apenas um chavão. O Corinthians foi muito melhor no primeiro tempo, sentiu demais o gol no começo do segundo, cansou ao decorrer da partida (fruto da entrega nos 45 minutos iniciais), viu em Bruno um gigantesco obstáculo e enfrentou o dilema comum a todos os times nesta fase apertada da Libertadores: se mandar para a frente e correr o risco de levar um segundo gol e o jogo acabar ou tentar cadenciar a bola e se expor pouco, mesmo sob o risco de não conseguir ser tão agudo em busca do resultado?

Se Ronaldo nem de longe mostrou mobilidade, por outro deixou nítido que é dono de uma grande técnica e senso de oportunidade. Pelo peso e pela idade, é difícil imaginar que haverá outra chance de disputa de Libertadores do camisa nove. Ele, porém, é mestre em se reinventar.

O Flamengo mostrou ser um time com bons valores, com um técnico inexperiente e que flertou com a desclassificação o tempo todo. De virtualmente desclassificado a equipe que tira da competição o até então melhor time, o Flamengo é isso: oscilante e que ninguém sabe onde pode chegar. Pode surpreender, como fez em 2009, e levar o título? Claro. Mas é improvável.

O Corinthians se planejou como nunca para ganhar a Libertadores. Andres Sanchez comprou jogador, endividou o clube, se aproximou da CBF, brigou com outras agremiações. Inflou tanto o preço, que agora vê uma conta gigantesca e amarga para pagar.

E o Corinthians lutou e protagonizou, talvez, uma de suas despedidas mais dignas da Libertadores. Para o torcedor, porém, hoje será o dia de amargar as mesmas e velhas piadas de sempre. A mais nova na praça é o ano do "sem ter nada".

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