sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Retrocesso

O dia 20 de janeiro de 2011 está escrito nas páginas tristes do São Paulo Futebol Clube. Nesta noite, a história contará que Juvenal Juvêncio reuniou conselheiros do clube para convencê-los de que tem argumentos jurídicos para candidatar-se pela terceira vez seguida à presidência do clube. Recebeu aplausos, cumprimentos e um caminho livre de quem deveria zelar pelo padrão ético e patrimônio do São Paulo.

Folclórico, político, Juvenal ressurgiu no São Paulo no início dos anos 2000 como diretor de futebol. Brilhantemente, foi o primeiro a perceber as lacunas da Lei Pelé. Com astúcia, seduzia jogadores em fim de contrato. Ao invés de pagar multas altas aos clubes, pagava salários bons aos atletas. Com a tática, montou um bom time que, por sorte, competência e circunstância, foi campeão mundial em 2005.

Eleito presidente, Juvenal melhorou este time e pavimentou o caminho para um inédito tricampeonato brasileiro. Revitalizou o Morumbi, tornando-o melhor e mais lucrativo. Investiu nas categorias de base.

Cometeu dois grandes erros: mudar o estatuto do clube para alongar o mandato de dois para três anos; e ter se tornado obsessivo com o intuito de colocar o Morumbi na Copa.

Nos últimos dois anos, JJ colecionou derrotas em campo e fora dele.

Não obstante, tenta se manter no poder atrelado a detalhes jurídicos, a uma oposição fraca e a uma situação acomodada. Sabe-se lá quais são os interesses que atendem, com certeza não são o do real torcedor do São Paulo.

O clube que já foi associado a modernidade e a gestão, que serviu de paradigma e contraexemplo ao que se praticava em outras bandas se vê agora do lado oposto. Na contramão. Envolto em mudanças de regra e em interpretações largas do bom senso, do sentido ético das coisas.

Juvenal, que tanto se outorgou a veste de paladino da moralidade e dos bons costumes, agora pode dar as mãos aos algozes que tanto criticou.
Está proibido de endereçar críticas a outros clubes e à CBF.

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