segunda-feira, 30 de julho de 2012

No centro do problema

O são-paulino acorda neste 30 de julho se perguntando: será que agora vai? Não, no campo não vai. Não adianta se enganar, querer mais ou imaginar que será possível algo muito diferente. O time é este daí, oscila bastante, com muito jogador bem mediano. Vai ganhar de uns times mais fracos (como o Flamengo), pode até se superar contra uns mais fortes (como foi o jogo contra o Cruzeiro), vai alternar boas partidas _independente do resultado_ com péssimas apresentações (da qual a mais gritante dela foi a piaba contra o Atlético-GO). Soproo de esperança, se existe, é o fato de a torcida começar a se manifestar contra a contaminação do ambiente político. Talvez seja tarde demais, mas, com certeza, é o melhor (talvez o único) caminho para a redenção. Fase boa e fase ruim todo time grande atravessa. Alguns mais outros menos. Na média, o torcedor do São Paulo é um privilegiado. Nos últimos dez anos, ganhou um SuperPaulistão, chegou a duas semifinais de Libertadores, a outras duas finais, ganhou uma, ganhou um Mundial, mandou ver num Paulisteca e enfileirou três Brasileirões. Tem time ai que no mesmo período colocou uma Copa do Brasil debaixo do braço e está comemorando até hoje. O maior legado que um clube pode deixar, porém, é o respeito as regras. Não por acaso a situação do São Paulo é desconfortável. O Clube não combina com a usuparção de poder a que está sendo submetido. "A economia vai bem, mas o povo vai mal" era uma das frases usadas na ditadura. É preciso primeiro arrumar a casa, eleger um novo presidente que cumpra apenas dois termos de mandato. Depois, vamos discutir o time e o futebol. **** De qualquer forma, no campo, evoluções visiveis: o 3-5-2 dá mais liberdade aos laterais que não sabem marcar, fortalecem o miolo da zaga e criam alguma proteção naquele meio de campo que só cerca, mas não rouba a bola de ninguém. Rogerio traz uma confiança em campo que o time não tinha. E Luis Fabiano sabe fazer gol. É o bastante? Não. O São Paulo está um degrau abaixo de pelo menos Fluminense, Inter, Vasco, Corinthians e, surpreendemente, o Atlético-MG (ponto para o Cuca). Com o fim da Olimpíada, deve ficar um pouco abaixo do Santos também. Tende a disputar posição com Grêmio, Cruzeiro, Botafogo e este pelotão intermediário.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Boa sorte, Lucas

O São Paulo acaba de recusar uma proposta de cerca de R$ 96 milhões pelo meio-atacante Lucas. A decisão foi de Juvenal Juvêncio. É uma saída equivocada, mais uma. Juvenal mais uma vez se apoia em um estatuto modificado ao arrepio do bom senso, se ancora em um mandato contestado na Justiça e nas arquibancadas e toma uma decisão sem ouvir ninguém, como se a razão pertencesse a ele e somente a ele. Lucas não vale R$ 96 milhões. Não ainda. Mas, se tem alguém disposto a pagar, o São Paulo tem que correr e aceitar. Isso representa quase 3 anos de cota da Globo. Quase 4 vezes a última cota de patrocínio master obtido pelo São Paulo _uma cifra que não irá se repetir, tendo em vista que o clube não consegue colocar outra publicidade em sua camisa. Representa 96 rendas médias de uma final de Libertadores _que o São Paulo não disputa desde 2006. E por que Lucas não vale tudo isso? Porque ele simplesmente não é ainda o craque pelo qual fizeram esta oferta. "Ah, mas pode vir a ser". Claro que pode. Acho improvável. Com esta idade, Neymar já havia feito muito mais _ganhado mais títulos, inclusive. Pode também não ser. Lucas pode se tornar o novo Denílson _cara de craque, pinta de craque, mas na hora agá... Alguns se lembrarão de Kaká, de como o São Paulo bobeou. Besteira. Kaká jogou o tempo que tinha que jogar no São Paulo. Saiu porque a torcida pegava no pé e porque não tinha um time bom para ajudá-lo _pelo menos não do meio para trás. Lucas vai acabar saindo também, mais dia menos dia. O que ele pode fazer para valer mais? Ganhar uma Copa sozinho? Alguém ai acha que ele consegue ou vai conseguir um dia? Este dinheiro poderia e deveria ser utilizado para reforçar um time cheio de carências. Se Lucas ficar, o time continuará sendo meia boca. Com um agravante: pesa agora sobre os ombros do menino todo o peso de ser a salvação da lavoura, um craque de R$ 100 milhões no qual reside toda a esperança de títulos. Mais um gol contra da atual administração tricolor.