tag:blogger.com,1999:blog-46937501185211685072024-03-14T00:54:26.557-07:00Blog da RodadaCriado por apaixonados por futebol e por jornalismo, este blog é um espaço para a discussão séria sobre o futebol, sem jargões ou preocupação com o que técnicos sem humor vão acharblogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.comBlogger400125tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-9003313583266699162013-01-10T04:34:00.000-08:002013-01-10T04:34:42.584-08:00Partidarização da imprensaNão se iludam. Isso acontece em todos os segmentos do jornalismo. Há discussões eternas sobre isso e talvez seja mesmo impossível imaginar sistemas perfeitos, precisos e teóricos em que isso não exista. Fato é que jornalistas deveriam levar os fatos, sem filtros, para seus públicos. Mas não o fazem, deixando-se influenciar pela sua visão de mundo, sua cultura, seus gostos e suas predileções.<br />
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Esqueça rótulos batidos como "de esquerda" ou de "direita". Isso não existe mais. Existem sim predileções. A contundência e a militância na cobrança de explicações de casos de corrupção do passado hoje cedem espaço a interpretações titubeantes e difusas. "Fizemos o que todo mundo fez", o "Supremo extrapolou suas funções" e assim por diante.<br />
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Em um governo, a questão é de má fé e incompetência. Para outro, que nada fez, a questão é a falta de chuvas.<br />
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Talvez, porém, em nenhum outro lugar e nenhuma outra situação isso fica tão latente quanto no jornalismo dito esportivo _dito porque jornalismo é jornalismo e deveria seguir as mesmas regras, padrões e cuidados com quaisquer assuntos.<br />
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Por um lado é necessário cuidado para evitar prejulgamentos. Não é, por exemplo, pelo fato de um jornalista ser flamenguista que uma reportagem contundente contra o Vasco deva ser, a priori, desqualificada. O que valem são os fatos, a consistência da apuração.<br />
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Por outro lado, de uma maneira sutil, há cada vez mais campanhas odiosas e posicionamentos incompatíveis com a isenção jornalistica pululando nas redes sociais.<br />
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Jornalistas que vestem a bandeira de seus times, manipulam informações, adotam o escárnio por bandeira e a desinformação por padrão.<br />
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O site da Época Negócios publicou que o contrato entre a Penalty e o São Paulo FC não é o que foi divulgado. Enquanto o clube do Morumbi diz que ganha R$ 36 milhões ao ano, o jornalista da Época Negócios afirma que "houve uma manobra contábil": seriam cerca de R$ 12 milhões a R$ 13 milhões de dinheiro efetivo. O restante seria material de jogo, contabilizado desta forma. Portanto, o contrato não seria tudo aquilo.<br />
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O clube desmente. Ponto negativo para o clube: desmente, mas não abre os números. Portanto é uma questão de acreditar em um lado ou outro.<br />
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Ponto negativo para o jornalista: também não diz quais são suas fontes. Viu o contrato? Publique uma cópia dele. Não deve ter visto. Sua reportagem não cita direitos de imagem, o patrocínio ao futebol de salão.<br />
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Que torcedor aproveite a confusão para criar marola, é compreensivel. Estúpido, mas compreensivel. Que jornalistas usem a informação para cobrar transparência do São Paulo é no mínimo um corporativismo chato. Para mim, é má fé mesmo.<br />
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1. Por que não se cobra o mesmo rigor ou a mesma apuração dos demais contratos?<br />
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2. Por que se adotou esta prática de olhar sempre para um clube em comparação com outro?<br />
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3. Por que a imprensa não fala nada sobre o fato de um clube altamente endividado, inclusive com o INSS, ser alvo de benefícios fiscais para a construção de um estádio?<br />
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4. Por que o BNDES não liberou, depois de um ano, o financiamento para este estádio?<br />
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5. Quem, quando e como vai pagar por este estádio? Quanto será efetivamente pago?<br />
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São só algumas perguntas que não mobilizam jornalistas, cada vez mais engajados em torcida e menos em informar.<br />
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blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-53636138618162467142013-01-08T03:07:00.002-08:002013-01-08T03:07:52.856-08:00Os caminhos do São Paulo em 2013O São Paulo encara 2013 como um jogo de pôquer. E já vai para um all-in na primeira mão. Não deveria.
Se nenhuma história é exatamente igual à outra e se os caminhos do sucesso são diferentes para cada um, é verdade também que o sucesso do seu maior rival começou a ser construído em cima de vexames e insucessos. O rebaixamento corinthiano de 2007 cedeu espaço a um ano de reconstrução e tranquilidade. Adversários mais frágeis e vitórias fáceis retomaram a comunhão perdida entre torcedores e jogadores. Fortaleceram a base para a construção de um time campeão de torneios secundários em 2008.
A eliminação precoce ante ao Tolima _comemorada pelos rivais, mas não estudada a fundo (o time estava mal preparado, era começo de temporada)_ permitiu a dedicação maior ao Campeonato Brasileiro, uma arrancada com nove vitórias em dez jogos, que criou a gordura necessária para o título do ano seguinte, 2011. A Libertadores foi o próximo passo.
Aqui há uma série de ponderações e senões, claro. Se o Diego Souza não tivesse perdido aquela bola, se Romarinho não tivesse achado um gol em La Bombonera, se aquela bola do Chelsea não tivesse sido chutada em cima do Cassio. Nada vem ao caso. Isso faz parte.
O São Paulo deposita suas fichas na classificação para a Libertadores. Se ela acontecer, será o rumo natural das coisas. Se não acontecer, nem bem o ano começa e a crise já estará instalada no Morumbi e, provavelmente, sem saída por pelo menos 12 meses.
blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-80514548359444360252012-12-26T10:53:00.000-08:002012-12-26T10:53:48.797-08:00Por trás da notíciaSim, este blog teve um problema miserável com atualização no ano de 2012 e seus seis leitores ficaram órfãos na maior parte do tempo. Ainda assim, 2013 promete um período de maior assiduidade.
Dificil escrever sobre futebol nestes tempos. Menos pelo (merecido) título do Corinthians, que vai ser lembrado sempre como um marco _não tanto quanto seus fanáticos torcedores querem fazer acreditar que será, mas um marco. Muito mais pelos bastidores cada vez mais complicados da paixão do brasileiro.
Mais desalentador é verificar que a imprensa em geral abdica de fazer as perguntas certas, de mostrar como as coisas acontecem e de dar respostas em geral. Queria poder ter tempo (e inteligência) para ir atrás delas. A maior e mais incômoda é justamente explicar como se deu esta aliança governo-time de futebol-iniciativa privada, que está dando um estádio de R$ 1 bilhão de presente a fundo perdido. E que ninguém explica como esta conta vai fechar.
Ainda assim, seja para dar palpites desnecessários, expor incômodos razoáveis ou simplesmente para falar de bola rolando, este espaço voltará a ser religiosamente ocupado.
blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-47689267905310617812012-10-02T06:49:00.000-07:002012-10-02T06:49:01.177-07:00Destinos cruzados<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-MyUfRMBXS0Q/UGrtoSNDl9I/AAAAAAAAACw/TQ-9vhdUVQg/s1600/Santos2" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="279" width="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-MyUfRMBXS0Q/UGrtoSNDl9I/AAAAAAAAACw/TQ-9vhdUVQg/s400/Santos2" /></a></div>
Olhe para a imagem acima. Nela estarão Paulo Henrique Ganso, Elano, Borges. Ibson não está no retrato, mas estava no elenco. No banco, o treinador de R$ 700 mil, Muricy "Eu merecia este título" Ramalho. Nos bastidores, um presidente que era tido e havido como sinônimo de modernidade e paradigma das mudanças no futebol brasileiro _por vários, inclusive por este que vos escreve.
O que mudou tanto em tão pouco tempo?
Uma série de fatores ajuda a explicar o acontecido:
<b>1. Síndrome de "Soberano" - </b>o mesmo mal que assolou o São Paulo pegou o Santos na curva. O clube achou que, não importa muito o que fizesse, iria sempre manejar as coisas de tal forma que acabaria campeão. Não deu importância às pessoas, minimizou o planejamento, subestimou os adversários (todos os fatos serão obviamente negados, mas foi o que ocorreu).
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2. Neymardependência -</b> Com o atacante, o time é um, com 70% de aproveitamento. Sem ele, é outro, com cerca de 30%. O atacante que se vê cada vez mais sozinho, isolado, apanhando cada vez mais dos adversários e com importância mais e mais vital. Até quando vai aguentar?
<b>3. Perda de jogadores -</b> O Santos abriu mão de um Elano, de um Ibson, de um Paulo Henrique Ganso. Perdeu Edu Dracena. Até do Pará. E não tinha peças à altura para substitui-los. Perdeu quando deixou sair, demorou para se movimentar.
<b>4. Comando técnico - </b>Muricy pega os times na alta e os revende na baixa. Tem sido assim há tempos e a verdade é que ainda é valorizado no mercado. Ele destruiu o sistema de jogo do Santos, não consegue ir além da página dois, centraliza tudo em Neymar e vocifera contra jornalistas.
blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-86663894945855703982012-08-14T13:26:00.001-07:002012-08-14T13:26:30.120-07:00Em boca fechada não entra moscaO São Paulo Futebol Clube (sétimo colocado no Campeonato Brasileiro, desde dezembro de 2008 sem levantar uma taça, fora da Copa do Mundo e alijado da disputa da Libertadores desde 2010) continua agindo e acreditando no seu próprio apelido: Soberano.
Prova disso são as mais recentes declarações do seu diretor João Paulo Jesus Lopes, pedindo a cabeça de Mano Menezes à frente da seleção brasileira e disfarçadamente acusando o diretor de seleções da CBF, Andres Sanchez, de tentar prejudicar o clube na negociação envolvendo o atleta Lucas.
A argumentação do São Paulo é que Andres dificultou a assinatura do contrato de transferência de Lucas para o PSG durante o período olímpico. Mais: que teria deixado Lucas propositalmente na reserva.
A nenhuma das afirmações é apresentada prova. São versões testemunhais. Não se conhece a visão dos pretensos acusados. Talvez nem eles queiram gastar tempo com isso.
Que Andres ainda deve muita explicação pública, é fato. Edição da revista Época mostrando a trama que resultou na construção do estádio Itaquerão ainda deixa amargas perguntas sem respostas para a sociedade.
Porém, se barrou uma negociata nos corredores do hotel da seleção, Andres merece elogios, não críticas. Essas devem ser endereçadas a quem queria utilizar a seleção brasileira como trampolim para seus próprios negócios.
A cifra absurda de R$ 108 milhões obtida pelo São Paulo só foi possível graças às constantes convocações de Lucas para o selecionado _incluindo a sub-23 e a principal. Não consta nenhuma jornada genial do meia (?)/atacante (?) tricolor, todavia. A cúpula tricolor deveria agradecer à vitrine gratuita, que vai preencher o espaço de publicidade que está vago desde janeiro deste ano na camisa do outroa maior clube brasileiro.
De mais a mais, para cobrar probidade e conduta ética é preciso dar o exemplo. Aos mandatários que rasgaram o estatuto do clube por duas vezes, aumentando o mandato de dois para três anos e consagrando uma reeleição indevida, não cabe adágio melhor do que esse: em boca fechada, não entra mosca.
blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-87202033731949273732012-07-30T05:38:00.000-07:002012-07-30T05:38:48.423-07:00No centro do problema<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-qDsat4gPXwE/UBZ-TN7d7nI/AAAAAAAAACc/tRtZOdxwH5I/s1600/Chegada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="225" width="400" src="http://2.bp.blogspot.com/-qDsat4gPXwE/UBZ-TN7d7nI/AAAAAAAAACc/tRtZOdxwH5I/s400/Chegada.jpg" /></a></div>
O são-paulino acorda neste 30 de julho se perguntando: será que agora vai? Não, no campo não vai. Não adianta se enganar, querer mais ou imaginar que será possível algo muito diferente. O time é este daí, oscila bastante, com muito jogador bem mediano. Vai ganhar de uns times mais fracos (como o Flamengo), pode até se superar contra uns mais fortes (como foi o jogo contra o Cruzeiro), vai alternar boas partidas _independente do resultado_ com péssimas apresentações (da qual a mais gritante dela foi a piaba contra o Atlético-GO).
Soproo de esperança, se existe, é o fato de a torcida começar a se manifestar contra a contaminação do ambiente político. Talvez seja tarde demais, mas, com certeza, é o melhor (talvez o único) caminho para a redenção.
Fase boa e fase ruim todo time grande atravessa. Alguns mais outros menos. Na média, o torcedor do São Paulo é um privilegiado. Nos últimos dez anos, ganhou um SuperPaulistão, chegou a duas semifinais de Libertadores, a outras duas finais, ganhou uma, ganhou um Mundial, mandou ver num Paulisteca e enfileirou três Brasileirões. Tem time ai que no mesmo período colocou uma Copa do Brasil debaixo do braço e está comemorando até hoje.
O maior legado que um clube pode deixar, porém, é o respeito as regras. Não por acaso a situação do São Paulo é desconfortável. O Clube não combina com a usuparção de poder a que está sendo submetido. "A economia vai bem, mas o povo vai mal" era uma das frases usadas na ditadura. É preciso primeiro arrumar a casa, eleger um novo presidente que cumpra apenas dois termos de mandato. Depois, vamos discutir o time e o futebol.
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De qualquer forma, no campo, evoluções visiveis: o 3-5-2 dá mais liberdade aos laterais que não sabem marcar, fortalecem o miolo da zaga e criam alguma proteção naquele meio de campo que só cerca, mas não rouba a bola de ninguém. Rogerio traz uma confiança em campo que o time não tinha. E Luis Fabiano sabe fazer gol.
É o bastante? Não. O São Paulo está um degrau abaixo de pelo menos Fluminense, Inter, Vasco, Corinthians e, surpreendemente, o Atlético-MG (ponto para o Cuca). Com o fim da Olimpíada, deve ficar um pouco abaixo do Santos também. Tende a disputar posição com Grêmio, Cruzeiro, Botafogo e este pelotão intermediário.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-13868414435308321972012-07-17T12:14:00.000-07:002012-07-17T12:14:45.546-07:00Boa sorte, Lucas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-2DRzYIL0ZTs/UAW3o3eLf-I/AAAAAAAAACM/sIJjElNmVXk/s1600/LUCAS-%257E1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="300" width="225" src="http://2.bp.blogspot.com/-2DRzYIL0ZTs/UAW3o3eLf-I/AAAAAAAAACM/sIJjElNmVXk/s320/LUCAS-%257E1.JPG" /></a></div>
O São Paulo acaba de recusar uma proposta de cerca de R$ 96 milhões pelo meio-atacante Lucas. A decisão foi de Juvenal Juvêncio. É uma saída equivocada, mais uma. Juvenal mais uma vez se apoia em um estatuto modificado ao arrepio do bom senso, se ancora em um mandato contestado na Justiça e nas arquibancadas e toma uma decisão sem ouvir ninguém, como se a razão pertencesse a ele e somente a ele.
Lucas não vale R$ 96 milhões. Não ainda. Mas, se tem alguém disposto a pagar, o São Paulo tem que correr e aceitar. Isso representa quase 3 anos de cota da Globo. Quase 4 vezes a última cota de patrocínio master obtido pelo São Paulo _uma cifra que não irá se repetir, tendo em vista que o clube não consegue colocar outra publicidade em sua camisa.
Representa 96 rendas médias de uma final de Libertadores _que o São Paulo não disputa desde 2006.
E por que Lucas não vale tudo isso? Porque ele simplesmente não é ainda o craque pelo qual fizeram esta oferta. "Ah, mas pode vir a ser". Claro que pode. Acho improvável. Com esta idade, Neymar já havia feito muito mais _ganhado mais títulos, inclusive.
Pode também não ser. Lucas pode se tornar o novo Denílson _cara de craque, pinta de craque, mas na hora agá...
Alguns se lembrarão de Kaká, de como o São Paulo bobeou. Besteira. Kaká jogou o tempo que tinha que jogar no São Paulo. Saiu porque a torcida pegava no pé e porque não tinha um time bom para ajudá-lo _pelo menos não do meio para trás.
Lucas vai acabar saindo também, mais dia menos dia. O que ele pode fazer para valer mais? Ganhar uma Copa sozinho? Alguém ai acha que ele consegue ou vai conseguir um dia?
Este dinheiro poderia e deveria ser utilizado para reforçar um time cheio de carências. Se Lucas ficar, o time continuará sendo meia boca. Com um agravante: pesa agora sobre os ombros do menino todo o peso de ser a salvação da lavoura, um craque de R$ 100 milhões no qual reside toda a esperança de títulos.
Mais um gol contra da atual administração tricolor.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-10808990490991193222012-05-24T05:04:00.000-07:002012-05-24T05:04:52.676-07:00A chance mais concretaEm 2000, o Corinthians tinha tudo para ser campeão da Libertadores. Vinha de um bicampeonato nacional. Tinha uma defesa correta e um meio-de-campo espetacular: Vampeta, Rincon, Ricardinho, Marcelinho e Edilson. Na frente, o verdadeiro senhor Libertadores _Luizão.
O que aconteceu? O time tremeu? Nada disso. O Corinthians jogou o jogo e, por circunstâncias que só se explicam dentro de campo, acabou eliminado pelo Palmeiras, em uma partida improvável (podia empatar, saiu na frente, acabou perdendo). Foi também uma das mais doídas na história do clube.
Doze anos depois, a equipe se encontra novamente em uma semifinal de Libertadores _diga-se de passagem, sua melhor performance até então. Tomou apenas dois gols na competição. Não perdeu de ninguém. Vai ganhar?
A resposta para isso é: pode. Tem grandes chances. Sua defesa é sólida, consistente e não se apavora. Sua dupla de volantes é, disparada, a melhor do Brasil. Sua única falta de intensidade está, neste momento, no ataque.
Há de se imaginar que a partir de agora serão dois jogos durissimos. Ou pega o Santos ou pega o vencedor de Libertad e Universidad do Chile. Para o Corinthians, o melhor dos mundos seria pegar os paraguaios, que não têm time e peso para fazer frente ao momento do clube brasileiro.
Ninguém pode prever o final desta história. Mas as noites do Pacaembu, o duelo épico contra o Vasco, o gol perdido do Diego Souza, a substituição providencial de Julio Cesar (os corinthianos ainda haverão de agradecer à Ponte Preta), os momentos de Danilo e o futebol de Paulinho podem estar escrevendo a principal página da história futebolistica do clube.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-66279700752555641982012-05-15T08:31:00.001-07:002012-05-15T08:31:41.960-07:00Como ler as notícias<b><b>Corinthians vai jogar com universo limpo contra o Vasco.
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O time alardeou que tinha conseguido patrocínio de R$ 50 milhões, mas fechar mesmo até agora não fechou. Apesar de ser campeão brasileiro e porque o mercado está andando de lado, não conseguiu nenhum patrocinador e vai ter que ir com o uniforme limpo. Isso significa menos dinheiro, mas não dá para desvalorizar a equipe, então vamos dizer que a gente vai usar um uniforme limpo, que isso vai virar item para colecionador, etc.
<b>Leão reintegra Paulo Miranda e "fecha" com o grupo<i></i></b>
Leão foi atropelado pela diretoria. Daí o zagueiro da Ponte deu um gol de graça para o São Paulo, o time se classificou e o técnico vai querer mostrar que ele é quem manda. A diretoria vai aceitar, mas, se o São Paulo perder, e com falha de Paulo Miranda (o que não seria exatamente uma surpresa), periga cairem os dois.
<b>Fifa alerta que estádios não ficarão prontos para a Copa
<i></i></b>
E o governo federal vai dizer que fica sim e que tudo estará funcionando. E as empreiteiras vão dizer que, para entregar na hora, vai ter que pagar hora-extra, sabe como é. Ou seja, daqui a pouco a nova manchete será: Custos da Copa sobem xx%.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-86645113698376115442012-05-14T05:35:00.000-07:002012-05-14T05:35:42.644-07:00Levanta, sacode a poeira...Fato: título estadual é muito bom para quem ganha, dá para tirar um sarro do rival, capitaliza o status do clube. Mas vamos todos concordar que futebol bom mesmo, medição de força para valer, começa agora.
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Isso posto, parabéns a todos os campeões estaduais, coisa e tal, melhor ser do que não ser. Título bom, porém, é Brasileiro, é Libertadores, é Copa do Brasil, é Mundial. Passos adiante.
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Da rodada do final de semana, alguns fatos chamam a atenção: o Santos segue passeando sobre os adversários. Fracos? Não dá para dizer isso. Ganhou do Inter na primeira fase da Libertadores, por exemplo. Mas em jogo mais complicado, o time oscilou. Levou uma virada do Palmeiras, sofreu para ganhar dos reservas do Corinthians, perdeu do São Paulo _venceu na hora decisiva, fato, mas foi acuado em boa parte do jogo. Menosprezo ao Guarani? De forma nenhuma. O Bugre jogou bola, tem um time bacana. É mais uma provocação: todo mundo está louco para ver Neymar e cia em jogos pesados. Vélez, agora, vai mostrar a força do Santos.
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Ainda no Santos, o Blog do Birner publicou que o presidente do clube pediu a dispensa de Neymar e Ganso da seleção. Ouviu de volta de Andrés Sanchez uma reprimenda por usar o Morumbi nas finais do Paulista. E os atletas não foram dispensados. Andrés trabalha para a CBF ou contra o Morumbi? Daí a gente lê que Marin escolheu o Morumbi para abrigar um amistoso da seleção contra o Chile e se pergunta: ruim para os clubes, bom para a CBF, que paga o salário de Andrés? Sei não. Parece que esse vai mesmo cair.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-77496483637014798332012-05-11T05:06:00.001-07:002012-05-11T05:06:07.417-07:00O exemplo do SantosTorcedor sempre foi um cego apaixonado e ponto final. Isso é o que o move. Acredita que aquela camisa, aquele simbolo que já foi grande um dia, poderá mover montanhas e que o sucesso está de novo à espreita, a cada esquina. Acha que todo campeonato é um recomeço, uma nova oportunidade. Que sua torcida, suas cores, sua história é a mais distinta.
Se o futebol não permitisse este tipo de interpretação, não teria a menor graça. Só esse esporte permite que haja discussões como "é melhor jogar bonito ou ganhar", "o título foi justo ou não". Vai ver se tem alguém preocupado em saber se o campeão da NBA joga bonito ou se foi merecido. Se o título dos Giants na NFL foi digno ou injusto.
O problema é quando as coisas saem do controle. Daí, desculpa, vira patético. Com as redes sociais, isso só pulula.
É mais ou menos assim: o time está na frente, é lider, está bem na fita, sujeito corre a propagar: "somos líderes, não vemos mais ninguém". Está tripudiando do adversário, certo? Legal, faz parte. Daí o time perde. O que colocam? "Ganhar ou perder não importa, isso é um sentimento, somos uma nação, vocês nunca vão entender isso...". Como assim? Os rivais nunca vão entender o que é perder? Sinto dizer, mas todo mundo entende, infelizmente. No fundo, futebol se trata mais de perder do que ganhar. Cada campeonato tem apenas um vencedor e dezenas de perdedores.
"Só o time Y tem uma torcida como esta". Mentira. Todo grande time tem uma torcida maravilhosa. Quem nunca se arrepiou com o Maracanã entoando uma canção de amor ao rubro-negro. Quem não curtiu o maravilhoso painel humano do Fluminense na final da Libertadores. Quem não se lembra como, em minoria, com um time mequetrefe, a torcida do Palmeiras calou a do rival na semifinal da Libertadores de 2000? Quem nunca viu um Morumbi lotado na final de uma Libertadores e não se emocionou?
Olha só, isso é puro mito. Esta torcida maravilhosa é a mesma que apedreja carro de jogador, que se mata selvagemente nas ruas da cidade, que fica pedindo "raça" e faz corinho de "queremos jogador" quando o time vai mal. Não é melhor do que nenhuma outra. Ponto final.
Depois vem alguém querer dizer que o próprio time é invejado. "Ah, só falam do meu time, quando ganha ou quando perde". A mesma pessoa que vive postando provocações aos outros. Pera lá, você está falando de quem mesmo?
Por isso, vale a pena destacar o exemplo do Santos e dos santistas. Fato: o Santos é o melhor e mais vitorioso time do Brasil. De 2010 para cá, ganhou 2,9 Paulistas (serão 3 no próximo domingo, mas ainda falta 0,1 do título), 1 Copa do Brasil, 1 Libertadores e deu show. Triturou todos os rivais em pelo menos uma (ou em mais de uma) ocasião.
Tem o melhor jogador do Brasil, Neymar. Tem ótimos outros jogadores, como Elano e Ganso. Tem um baita treinador. Tem uma torcida legal. Está fazendo cem anos _e, olha só, vai conquistar título no centenário. Tem estádio, é um dos times mais vitoriosos do Brasil. Tem um baita curriculum no exterior _três Libertadores não é para qualquer um, aliás é para quase ninguém.
Foi o manto vestido por Pelé, o jogador mais fabuloso do planeta.
E sabe o que os santistas estão fazendo? Curtindo. Vibrando com os espetáculos proporcionados. O Santos é hoje o time que mais pode chegar à final da Libertadores. Não fizeram disso uma obsessão, não fazem disso uma guerra santa ou civil. Jogam bola. Ganham de 8 a 0 e acham legal _não saem vociferando ou querendo transformar tudo em uma batalha de puros contra impuros, morais contra imorais.
Se tem alguém que deveria estar sendo invejado ou odiado pelos rivais é o Santos. E na verdade está sendo aplaudido. Um exemplo para o futebol. No campo e fora dele.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-69589288654413773492012-05-03T06:06:00.000-07:002012-05-03T06:06:18.096-07:00Rugido fracoEm questão de dias ou talvez de horas, Emerson Leão não deverá ser mais treinador do São Paulo. Não, isso não é uma informação, mas também não se trata de palpite. É pura lógica.
Tiver um pingo de amor próprio, Leão pega o boné e vai-se embora. Tiver um pingo de lucidez, a diretoria tricolor se antecipa e demite o treinador.
Leão construiu a sua carreira baseado no rugido e no ataque. Sim, no ataque, na bola para frente. Quando teve time talentoso na mão _e ajudou muito a fazer isso_, se deu bem. Leão foi o grande responsável por acabar com o jejum de títulos do Santos _de 1984 a 2002, não ganhava nada. Entregou Robinho, Elano e Diego para o mundo, que não soube o que fazer com nenhum dos três. Abriu espaço para que outros treinadores não tivessem medo de colocar um bando de jogadores novos em campo (e não tivessem a mesma pressão de ter que conseguir um título). Abriu espaço para que pudessem existir Neymar e Ganso. Pouca coisa não é.
Leão tabulou um São Paulo com jeito de campeão em 2005. Dizem que Paulo Autuori deu o arremate necessário _trocou Diego Tardelli por Amoroso (vivas), protegeu mais a zaga, fixou melhor Josué e Mineiro. Sabe-se lá. O que se sabe é que aquele time lá tinha o dedo leonino.
Méritos, o treinador teve. Em sua volta ao São Paulo, colocou o time no ataque de novo. Mas desta vez com dois problemas: o ataque não é de nada e a defesa é uma porcaria. Resultado: o time não vai para frente nos jogos decisivos.
Com isso, um zagueiro medíocre como Paulo Miranda fica no mano a mano com a maioria dos atacantes. Falha. Suas falhas causam gols contra o São Paulo.
A diretoria contratou Paulo Miranda. Portanto, o técnico o utiliza. Se Paulo Miranda é uma porcaria, a diretoria tinha que não tê-lo contratado. Se o fez (e foi uma novela) e não deu certo, deveria demiti-lo. Negociá-lo. Se não o faz, ele está apto a ser usado. E se está, o treinador deve poder escalá-lo.
Se acha que o treinador erra ao cometer tal ato, deve demitir o treinador.
E o técnico tem que ser soberano. Caso contrário, vai virar um novo Sergio Baresi, um joguetinho nas mãos da diretoria. Diretoria essa, por sua vez, que acumula fracassos sucessivos.
O rugido de Leão virou um miado. O melhor que ele faz é ir embora. E no fim das contas vai ser melhor para o São Paulo também.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-68995393552595025292012-03-14T05:12:00.000-07:002012-03-14T05:12:49.128-07:00Breves (o mundo da bola comentado em poucos segundos)Teixeira caiu e uma parte do mundo acredita que é o início de um processo de mudança lenta e gradual. Zé das Medalhas vai ficar em seu lugar. Juca Kfouri aposta que será por breve período de tempo. Juca ficou falando que Teixeira iria cair por 23 anos. Uma hora acontece. Aparentemente, a maior possibilidade é de composição. O governo prefere uma marionete que não crie problemas, estando já na véspera da Copa das Confederações. A Globo não quer arrumar confusão. As federações (que já não queriam a queda de Teixeira) não têm interesse nenhum em mudar. Ou seja, é uma coisa meio Iraque: cai o Saddam, o caos continua o mesmo.
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Como é precipitado ficar falando em quem ganha e quem perde com isso tudo. O São Paulo vai ganhar? Nada. Vai, no máximo, parar de perder de goleada, como vinha acontecendo. Andres "ainda vamos ter vergonha de explicar o Itaquerão" Sanchez vai perder? Disse ele ao Estadão que vai decidir em 40 dias se segue no comando das seleções. Colocou o guizo no pescoço do presidente da CBF. Se ficar, vai dizer que é debaixo de suas condições. Se sair, terá que explicar que condições eram essas. Marin pode dar um sinal de força e coragem e demitir sumariamente o diretor de seleções, que não pode ficar chantageando o presidente da CBF. Mas não vai fazer. Então, de que forma Andrés perde?
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Manchete da Folha de hoje diz que o Palmeiras vai a Alagoas tentar evitar vexame histórico, etc e tal. Os jornalistas têm visto os jogos do Palmeiras? Por que esta abordagem? Por que não usam o mesmo enunciado para falar do São Paulo _que, se perder de um time pequeno do Pará, em casa, vai, daí sim, ser protagonista de uma daqueles indigências do futebol.
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Adriano não deveria ser coberto com este destaque todo. É um jogador que não atua há 1 ano, mais ou menos. A cobertura de seus atos deveria ser mais ou menos a mesma que é dedicada ao Rivaldo na Angola ou ao Kleberson no Flamengo. Um jogador que já foi bom e não é mais. Com uma diferença: esses outros dois foram campeões mundiais. Adriano não.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-21534858878817817652012-02-28T04:36:00.001-08:002012-02-28T04:36:40.564-08:00ConversinhaO diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez (salário estimado de R$ 70 mil mensais), teria que dar explicações públicas sobre seu comportamento _no mínimo inapropriado. Rememorando: o São Paulo fez uma consulta informal à CBF pela liberação do meia-atacante Lucas para disputar o clássico contra o Palmeiras no domingo. O jogador já estava servindo a seleção. Ouviu que não seria possível. Jogo jogado, seguiu adiante.
Na sequência, a CBF liberou o zagueiro Dedé para disputar uma partida pelo Vasco no mesmo final de semana. O técnico Leão reclamou publicamente e ouviu como resposta que o São Paulo não havia feito um pedido "formal" _destacando que a palavra empenhada pela CBF não vale nada, tudo tem que ser formalizado e documentado.
Leão foi adiante. Disse que alguém da CBF havia sugerido que Lucas forçasse o terceiro cartão amarelo no jogo anterior ao do Palmeiras (Bragantino). Assim, não haveria polêmica. Estaria automaticamente excluído da rodada. Andres ameaçou processar o treinador do São Paulo, disse que ele teria que provar o que falou e isso e aquilo.
Pois bem. Ontem, voltou atrás. Disse que não chamou Leão de mentiroso. Ora, bolas. Se não chamou, significa que alguém da CBF efetivamente sugeriu um comportamento antiesportivo ao jogador do São Paulo, prejudicando o clube que paga seus salários rigorosamente em dia.
Quem fez isso? Quem fez tem que ser demitido, como o próprio Andres disse que faria.
A CBF é uma entidade envolta em diversas polêmicas, suspeita de negócios escusos, com um presidente escuso. Agora, tem um diretor que ficou notório pela sua passagem como presidente do Corinthians em que a transparência não foi seu forte _e a verborragia ficou conhecida.
Andres leva para a CBF a sanha de tentar aniquilar o São Paulo. Isso é problema dele. Mas ele tem a obrigação de explicar agora o que ontem tentava desmentir.
Caso contrário, tinha que ser colocado no olho da rua.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-87856247223267941292012-01-23T04:01:00.000-08:002012-01-23T04:01:02.673-08:00ValendoQuem analisasse apenas as primeiras rodadas dos Estaduais do ano passado talvez tirasse conclusões peremptórias e equivocadas. Por isso mesmo quase ninguém analisou a sério as primeiras rodadas, a rigor.
O mesmo vale para este início de 2012. A perna ainda está travada, os reforços ainda não começaram a jogar, os adversários são quase todos desconhecidos (quem é melhor: o Mirassol ou o Botafogo de Ribeirão Preto?), os técnicos ainda não tiveram tempo de preparar adequadamente suas equipes.
Então simplesmente deve-se ignorar este início do ano? De maneira alguma. Ele deve ser visto como um ensaio, como um preparativo. Com exceção do Santos, que ainda não foi a campo com seus titulares (e que levou um choque de realidade após o jogo com o Barcelona), os demais grandes de São Paulo já podem ter seus motivos de preocupação e de satisfação.
O Corinthians mantém a base do ano passado, aquele espírito de não desistir nunca e a capacidade de achar saídas em situações dificeis. Mas está ficando manjado. Elton é um bom reforço para a frente, mas a equipe segue dependente de Alex no meio.
O Palmeiras está nitidamente melhor. Tem lateral-esquerdo e Valdivia parece que acordou. Vai ser suficiente? Talvez para não ter que fazer contas contra o rebaixamento, mas ainda distante de ser uma equipe ultracompetitiva, isso parece certo.
E o São Paulo? Talvez a grande incógnita do futebol neste ano seja o SP. Parece ter se reforçado bem. Mas nos outros anos também parecia. É preciso ver se na prática dá liga.
Parece estar com mais vontade. Mas foi só um jogo. E na hora h?
A primeira rodada é indicio de que todos ainda têm muito o que acertar. O mais importante, neste instante, é saber quais parafusos apertar.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-48905835116214733572012-01-08T02:17:00.000-08:002012-01-08T02:17:02.733-08:00Tudo de novo, nada de novoE começa tudo de novo. Mas não há novidades naquilo que recomeça.
O Corinthians não explica como vai pagar o seu (o meu, o nosso) estádio (o dinheiro do BNDES ainda não saiu, ninguém falou seriamente sobre o naming right). Também não explicou porque uma parcela ínfima do dinheiro de comercialização dos seus jogadores fica com o clube _destacando que o entra e sai de atletas faz muito bem a empresários e agenciadores, mas não exatamente à saúde pública do clube em si. Não veio a público explicar as razões de ter ganhado uma caixinha de intermediação da Rede Globo de Televisão, segundo o que foi divulgado na blogosfera. E, mesmo com uma dívida monstruosa crescendo a cada ano, faz uma oferta "fora da realidade brasileira" para o meia Montillo (sic, palavras do próprio clube). Talvez feche. Talvez repita os episódios Ganso, Seedorf, Kaká, Tevez e tantos outros que também receberam suas propostas milionárias, mas não vieram.
O Palmeiras já começa o ano com uma crise desnecessária. Pululam nas redes sociais manifestações contra os atos homofóbicos de uma das maiores "torcidas organizadas" do clube. Mas, que ninguém se iluda, também jorram textos de apoio aos dirigentes que não contratam jogadores suspeitos de homossexualidade _embora, no meio desta torcida, existam milhares de homossexuais e no plantel de cada clube, muito provavelmente (basta estudar um pouco de teoria das probabilidades e estatísticas) também.
A aposentadoria do maior ídolo do Palmeiras foi anunciada por um dirigente. São Marcos sumiu. Não falou, não foi visto. Ronaldo passou dois anos no Corinthians. Fez uma dúzia de gols. Atrapalhou o time na reta final do Brasileiro-2010 e esteve em campo no vexame contra o Tolima. Quando se aposentou, deu entrevista coletiva, chorou em frente às câmeras. Atendeu religiosamente cada emissora de televisão. Era (ainda é, por um tempo será) o maior artilheiro da Copa, uma figura nacional. Ok. Marcos também é.
Marcos é campeão do mundo. Querido por todas as torcidas. Passou 19 anos no Palmeiras. Ganhou tudo. Brasileiro, Paulista, Copa do Brasil, Libertadores. Quase tudo. Perdeu o Mundial no Japão. Virou símbolo de um clube. E não apareceu. Não fez o patrocinador aparecer. Num momento em que o clube mais precisa disso.
Os dois maiores tiros do Palmeiras até agora: Diego Tardelli e Carlos Alberto. O primeiro não deu. Sorte do torcedor. O segundo caminha em passos rápidos para a Academia. A esta altura, ninguém mais acredita que dará certo. Talvez o Valdivia esteja feliz. O foco não ficará mais só nele.
O São Paulo tenta, tenta. Mas não consegue. Morre por sua própria arrogância. Prometeu um "presente de Natal" para a torcida. Dois ou três reforços de nome. Deixou ventilar seu interesse em nomes como Nilmar e Montillo. Foi menosprezado publicamente pelo argentino. Não conseguiu até agora trazer ninguém que tire da torcida a sensação de troca de seis por meia dúzia. Ah, mas trouxeram o Cortês, dirá o incauto. Assim como trouxe o Wagner Diniz, o Pimentel, o Juan... os grandes laterais de uma temporada só no Rio de Janeiro e que nunca se adaptam a São Paulo.
Todas as principais deficiências apontadas nos últimos dois anos continuam lá. Falta um lateral direito, falta um segundo atacante, falta um bom zagueiro, falta, principalmente, um camisa dez. E, pelo jeito, vai continuar faltando.
E o Santos...
Ainda está de férias. Mas nas férias percebe-se que a fórmula está desgastada. Ganso e clube não falam mais a mesma língua. Não se especula como o clube fará para consertar seus principais defeitos. Pelo menos o torcedor foi poupado de uma coisa. Depois da piaba que tomou, Muricy não apareceu em nenhum programa de televisão lavando louça e assistindo um jogo qualquer, dizendo que o seu "trabalho não para nunca". Deve estar em casa assistindo ao Barcelona e tentando aprender o que fazer quando se tem um time talentoso nas mãos.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-8000264726667138512011-12-19T03:04:00.001-08:002011-12-19T03:06:00.241-08:00Aqui é trabalho!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-VnmzSUxVKag/Tu8alGFtECI/AAAAAAAAACA/0ugVr0JeKjQ/s1600/Muricy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="156" width="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-VnmzSUxVKag/Tu8alGFtECI/AAAAAAAAACA/0ugVr0JeKjQ/s320/Muricy.jpg" /></a></div>
Muricy Ramalho é a contradição em pessoa.
Não se pode diminuir os méritos de quem foi quatro vezes campeão brasileiro em um intervalo de cinco anos. Mesmo que tenha tido bons times a sua disposição, é inegável que a construção de defesas sólidas ajuda muito a ser competitivo em torneios de pontos corridos.
Mas Muricy não é Telê Santana. Não é nem o Muricy que gostaria de ser.
Ao longo do dia de ontem, os vaticínios foram muitos. Que o Barcelona é um time de outro planeta e que ninguém no mundo conseguiria detê-lo. Talvez sim, talvez não. O Santos nem tentou.
Muricy passou seis meses dizendo que o mais importante seria jogar. Disputar a partida. Partir para cima. E ver no que dava. Poderia dar numa zebra. Ou poderia dar numa derrota. Na hora H, não fez nada disso. Montou seu tradicional ferrolho, escondeu a escalação dos jogadores, mostrou pouca disposição para o ataque (uma característica que lhe é peculiar), confundiu mais do que explicou.
Expôs publicamente o Santos. De "equipe sensação" do futebol brasileiro a símbolo de um abismo no futebol praticado em apenas uma manhã de domingo.
O Santos de Dorival teria feito melhor. Teria ido para cima. Talvez perdesse dos mesmos 4 a 0 (que, diga-se também, poderiam ter sido 7 ou 8 com extrema facilidade). Mas seus torcedores estariam a lamentar chances perdidas ou momentos parelhos.
Mas o mais importante, para a torcida como um todo, é refletir as declarações do treinador.
Dias atrás, Muricy (para se elogiar, não pensem o contrário) dizia que técnico para ser bom, bom mesmo tinha que vir ao Brasil. Se ganhasse no Brasil era bom. Do contrário, não podia colocar sua mão no fogo.
Mais ou menos assim: Pep Guardiola ganhou Campeonato Espanhol, ganhou Copa dos Campeões, montou uma equipe fantástica. Mas não venceu nenhum Brasileirão. Então bom não é.
Ontem, Muricy dizia o seguinte: "se algum treinador tentar fazer no Brasil o que o Barcelona faz, é morto". O velho discurso covarde. Muricy transfere para nós (torcedores, imprensa), uma culpa que é só dele.
Durante anos, tudo o que a torcida são-paulina pedia era: vai para frente, joga bonito. E Muricy não fazia. Jogou atrás.
Quando chegou ao Santos, reforçou a defesa, construiu seu ferrolho. Ganhou a Libertadores no sufoco e saiu vociferando contra os críticos.
Em um time que tem Neymar, Ganso e Borges, Muricy não joga no ataque porque não quer, porque não sabe, porque tem medo.
Se viesse ao Brasil, Guardiola jogaria no ataque sim. E provavelmente seria campeão se tivesse este time do Santos à disposição. E eu tenho a impressão de que Muricy destruiria este Barcelona se estivesse no seu banco de reservas.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-22046867043565811252011-12-07T03:42:00.000-08:002011-12-07T04:44:24.966-08:00O dia em que o Doutor Sócrates comemorou um título do São PauloEm 2000, eu comemorei um título do São Paulo junto com Doutor Sócrates, o Magrão, o eterno ídolo corinthiano. É sério. Naquele ano, o Tricolor empatou a decisão com o Santos, em 2 a 2, e ganhou o Campeonato Paulista. Após eu ter participado da cobertura do jogo final no Morumbi, a Folha me despachou para cobrir a festa da conquista num bar do Itaim, em São Paulo. Fui com o Ricardo Perrone (hoje no UOL), velho companheiro. <br />Nós conhecíamos o Magrão desde quando trabalhávamos na sucursal de Ribeirão Preto e o víamos com freqüência nos bares da cidade. Já tínhamos tido várias oportunidades (que não desperdiçamos) de reverenciar o mito da democracia e da seleção de 1982. Mas encontrá-lo na festa do São Paulo era bem esquisito. Enquanto ainda aguardávamos a liberação da diretoria do São Paulo na entrada do Bar Des Arts, ouvimos a voz eloquente do Doutor escapando do salão principal, e o Perrone falou “Não, não é possível”.<br />Mas era, juro que era, cena inesquecível: o Doutor de copo na mão e faixa comemorativa do São Paulo amarrada na cabeça! Não acreditei. Eu tinha praticamente pedido para cobrir a festa, primeiro por ser são-paulino e depois para tentar dar um abraço no Raí, ídolo do Tricolor que havia retornado da França e, como de costume, levantado mais caneco. O mais legal é que o Sócrates, sujeito de coração largo, tinha tido ideia igual. Ele estava lá por causa do irmão caçula, queria brindar a conquista dele.<br />Nos aproximamos da mesa sem cerimônia, e o Magrão gritou “Ô Gordão, você por aqui?”, era assim que ele chamava o Perrone, naquela época acima dos 100 quilos. “Fala, Magrão”, respondemos. “O que vocês estão fazendo aqui em São Paulo?”, quis saber ele. “Viemos pra a sede da Folha”, o Perrone respondeu. E aí o Magrão mandou: “Então vocês entraram numa Frias, hehehe”.<br />Ao longo daquela noite, nos revezamos entre fazer nosso trabalho e ficar de olho no Magrão. Concluídas as apurações, enviados os textos para a redação, nos sentamos na mesa dele. E aí foi só diversão. Sócrates disparou frases memoráveis: “Não quero uísque. Festa do São Paulo é assim, só uísque. Se fosse vitória do Timão, era espetinho de carne e chope na casa do Biro-Biro. Aqui não tem cerveja?”. Um garçom saiu correndo e voltou com um balde lotado de Heineken long neck: “Achei isso pro senhor, sou corinthiano!”, disse o homem ao entregar as brejas ao Doutor.<br />Raí passou pela mesa diversas vezes. Em todas, abraçou e foi abraçado pelo irmão. Beijou e foi beijado pelo irmão. Sócrates fazia piadas com ele. Dizia que o caçula da Dona Guiomar era a melhor coisa que a família tinha produzido em termos estéticos e futebolísticos. Nem o Raí acreditava. Quando tocaram o hino do São Paulo, os dois se abraçaram e cantaram juntos. O irmão mais velho dava um belo exemplo de amor e carinho. <br />Pô, mas era o hino do São Paulo!, poderá dizer um corinthiano mais fanático. Sócrates estava muito acima dessa rivalidade recentemente extrapolada pelos imbecis. Até o garçom corinthiano se emocionou.<br />No final da noite, um rapaz se aproximou da mesa, onde ouvíamos a milésima história do Doutor. “Meu tio jogou com você”, disse ele ao Sócrates. “Meu tio era o Picolé”, continuou. O Magrão mirou o rapaz, abriu um sorriso e mandou: “Então você deve ser o sundae de chocolate. Senta aqui, cara”.<br /><br /> <br /><em>Alberto Bombig, são-paulino, fã do Sócrates e jornalista. </em>blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-50737160201928358522011-10-21T07:26:00.000-07:002011-10-21T07:50:22.365-07:00Vale a festa<a href="http://3.bp.blogspot.com/-veEaNyvj_kE/TqGBhZBShwI/AAAAAAAAABc/FO7LjLu1I3I/s1600/ITAQUEQUERAO.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 202px;" src="http://3.bp.blogspot.com/-veEaNyvj_kE/TqGBhZBShwI/AAAAAAAAABc/FO7LjLu1I3I/s320/ITAQUEQUERAO.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5665952216860755714" /></a><br /><br />É surrado, é chavão, mas é o melhor que se pode dizer: uma imagem vale mais do que mil palavras.<br />A imagem foi é de autoria de Rahel Patrasso/Frame/Folhapress.<br />Foi clicada no momento em que o Itaquerão foi anunciado como sede da abertura do Mundial.<br />Itaquerão é uma obra de construção de um estádio para 45 mil pessoas, com um puxadinho para fazerem caber mais ou menos 60 mil. As obras começaram em fevereiro deste ano. Quem está construindo é a Odebrechet. O presidente do Conselho do Corinthians diz que ainda não há contrato assinado, mas que já foram gastos uns R$ 50 milhões até o momento. O custo total vai passar de R$ 1 bilhão, nas palavras do próprio presidente corinthiano, Andres Sanchez. Sanchez disse, em depoimento gravado pela revista Època, que um dia que contarem direito esta história (até agora ninguém contou), pode ficar desconfortável para o ex-presidente Lula.<br />O ex-presidente é corinthiano e pelo que a matéria da Època descreveu fala ao celular constantemente com Sanchez. Deve ser verdade. Lula participou da cerimônia que deu início à construção do estádio, na zona leste da cidade.<br />Boa parte do estádio vai ser financiado com dinheiro público, por meio do BNDES (banco de fomento). Isso significa que, com o imposto que o governo arrecada, o banco empresta para obras consideradas prioritárias e que tragam desenvolvimento ao país. Os prazos são mais amplos e os juros são bem menores do que os de mercado. Se quem tomou não pagar, a conta vai para a Viúva.<br />O BNDES ainda não emprestou porque não há garantias de que o empréstimo será pago. Uns dizem que é a empreiteira que vai pagar, outros que será o Corinthians. O Corinthians tem R$ 200 milhões em dívidas, mas é inegável que hoje é a marca que mais vende no Brasil. Tem uma torcida grande, cobra ingressos caros (é campeão de arrecadação no futebol brasileiro da Série A) e conseguiu um senhor contrato de direitos de transmissão com a Rede Globo, além de cotas grandes de patrocínio.<br />Corinthians e Flamengo são os clubes mais bem pagos pela televisão, muitos degraus acima dos demais. O presidente do Corinthians já chamou os dirigentes da Globo de gangsteres. O dirigente é aliado de primeira hora de Ricardo Teixeira, presidente da CBF. A CBF é quem comanda o calendário do futebol brasileiro. O presidente da CBF tinha boas relações com a Globo. A proposta da Record para os clubes de futebol era reconhecidamente melhor, mas a CBF e o Corinthians ajudaram a implodir e a fechar com a Globo. Os clubes ganharam menos, mas ficaram na emissora líder. Dizem que foi tudo calculado: a exposição na Globo vale mais para os patrocinadores. Uma conta compensaria a outra. Além do quê, mais gente vê o jogo. Fica mais fácil de conseguir torcedor.<br />Só o dinheiro do BNDES não paga o estádio do Corinthians no preço que ele está sendo divulgado. Estádios na Europa, cuja mão de obra é mais cara, foram construídos por menos da metade deste valor. Outras arenas do Mundial vão custar bem menos. Mas este é o preço do estádio Itaquerão.<br />Como ninguém quer assinar o cheque, os governos do Estado e a Prefeitura fizeram uma série de concessões. Quem investir no estádio não precisa pagar imposto. A própria obra terá uma estrutura diferenciada de cobrança de taxas e tributos. É uma boa troca, a princípio. Serão mais ou menos R$ 420 milhões em concessões.<br />Isso significa que os governos abrem mão de receita para que os empresários possam investir numa obra. O estádio terá um dono privado, que vai ganhar dinheiro o resto da vida com isso. <br />Não foi deixado claro quem já aderiu e está colocando dinheiro no estádio, nem bem quais serão as contrapartidas do governo.<br />Sabe-se que haverá uma série de obras no entorno. Isso é muito bom. A região nunca foi, historicamente, bem atendida pelos governo. Dizem, sem comprovação, que a Odebrecht vai fazer estas obras. Se isso for verdade, a fiscalização dos valores das obras deveria ser muito rígida. Sem insinuações. Para o bem da própria construtora. Não basta ser honesta, tem que parecer honesta.<br />Mas quem fiscaliza obras no munícipio é o TCM (Tribunal de contas), cujos membros são colocados lá pelo prefeito, Gilberto Kassab. O prefeito está em níveis muito baixo de popularidade, segundo institutos de pesquisa. A avaliação da população é que ele não faz bem o que deveria.<br />Talvez tenha contribuído para isso o fato de que ele esteja se dedicando muito à criação de um novo partido, onde ele mesmo vai mandar. Esta sigla se chama PSD. Ela nasce para ser um partido que não é de centro, nem de direita, nem de esquerda. Ou seja, abraça tudo e a todos. <br />Ele é considerado um gênio político. Com este partido, atraiu um monte de gente que estava na oposição, mas louco para ser governo. E gente que se achava maltratada e que hoje em dia queria poder ter a chance de dialogar, pedir espaço, pedir verba ou sei lá o quê.<br />Kassab apoiou Serra, de quem era apadrinhado, para presidente em 2010. Mas agora diz que pode apoiar Dilma em 2014. <br />Kassab dizia que não haveria dinheiro público para a construção de estádios em São Paulo. Esta promessa ele não manteve.<br />Ele também fez outras promessas que não foram cumpridas. Por isso talvez sua popularidade esteja baixa. Mesmo assim, ele entende que conseguirá fazer seu próprio sucessor no ano que vem. Para isso, precisa de um bom legado, aparecer bem nas fotos e precisa de financiamento. Construtoras foram grandes financiadoras de suas campanhas passadas.<br />Kassab não está sozinho, porém. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também dizia que não haveria dinheiro público na construção do estádio do Mundial. Alckmin aparentemente mudou de ideia. Em 2008, Alckmin achava que Kassab era um mau prefeito. Tanto que se candidatou à Prefeitura, mesmo não sendo esta a ideia do seu partido, o PSDB. Aparentemente, Alckmin mudou de ideia e de opinião.<br />Andres Sanchez, Alckmin e Kassab comemoram a vitória do Itaquerão como estádio para sediar o Mundial, em um descampado onde hoje não existe nada e daqui a três anos, R$ 1 bilhão e muitas perguntas sem respostas haverá um bonito e particular complexo esportivo.<br />E as pessoas poderiam se indignar, cobrar explicações ou achar que isso não é exatamente legal. Mas ninguém está muito interessado. O que vale é a festa.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-91956909988871320492011-09-26T05:27:00.000-07:002011-09-26T05:30:39.737-07:00Triplo empateNão são pequenas as chances de o Campeonato Brasileiro de 2012 terminar, pela primeira vez na história, com dois (ou mais) times empatados em número de pontos na parte de cima da tabela, fazendo com que o campeão seja decidido por critérios de desempate (vitórias, saldo de gols e tudo o mais).<br />A perspectiva é que o campeão faça algo em torno de 72-73 pontos. <br />Os confrontos mais decisivos desta reta final do campeonato serão Vasco x Corinthians, Vasco x São Paulo e os clássicos estaduais, além de Botafogo x Santos.<br />Como manda estes dois confrontos em casa, há um leve favoritismo para a equipe cruz-maltina para este sprint final do Brasileirão.<br />Dois cariocas e dois paulistas devem formar o batalhão que seguirá para a Libertadores.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-82111327815852178822011-09-12T14:34:00.000-07:002011-09-12T15:00:17.005-07:00O meu 11 de SetembroPela manhã, tudo o que eu conseguia pensar é que não queria estar na pele dos meus colegas de Política. Afinal, aquela terça-feira prometia uma série de questionamentos difíceis acerca da morte do então prefeito de Campinas, ocorrida na noite anterior.<br />Eu tinha meus próprios problemas para lidar. Trabalhava como editor-assistente de Dinheiro (hoje Mercado) na Folha em um ano especialmente complicado: racionamento de energia elétrica e crise na Argentina consumiram várias horas de trabalho, longos finais de semana e grandes esforços ao longo de todo aquele 2001.<br />Às 08 horas, como acontecia todos os dias, entramos para a reunião da pauta, conduzida pela competente Cleusa Turra. Ali, discutíamos os furos tomados no dia, fazíamos uma avaliação de cada caderno e discutíamos as prioridades editoriais da Folha de S.Paulo para o dia seguinte.<br />Os representantes de cada caderno (Ilustrada, Esporte, Cotidiano e assim por diante) iam proferindo suas pautas, seus investimentos para o dia, mas todos sabíamos que a atenção naquela manhã ficaria direcionada mesmo para a pauta político-policialesca.<br />O mundo era diferente. Naquela manhã, nenhum dos presentes portava um smartphone, nem mesmo um laptop. Por isso, coube à Gabriela Wolthers, representante da Sucursal do Rio, que estava participando da reunião por telefone (enquanto acessava computador e tinha uma tela de televisão a sua frente), avisar: um avião bateu no World Trade Center.<br />Não sei quanto aos outros, mas a imagem que veio à minha mente foi a de um monomotor qualquer que se perdeu por Manhattan e se chocou contra as estruturas de aço gigantescas. Acho que mais gente pensou assim, pois a reunião continuou. Cleusa apenas pediu que o representante do Mundo saísse, fosse para a redação para avisar ao correspondente e ver do que se tratava.<br />Cinco minutos depois, Gabriela insistiu. Talvez fosse melhor encerrar a reunião, porque a coisa parecia séria.<br />Corri para uma tela de TV mais próxima. Tinha interesses óbvios. Um mês antes, havia estado bem ali. Fora uma viagem em meio a um MBA, com vários colegas. Aproveitamos a estada em Nova York (uma das pernas de uma viagem que cortou o país) para visitar um antigo colega da Folha, Mauricio Esposito, que trabalhava no então Wall Street Journal. Almoçamos ali no World Trade Center numa tarde quente de agosto.<br />Havia sido correspondente da Folha em Nova York entre 1998 e 1999. Todas aquelas paisagens ainda eram muito frescas e vividas em minha memória.<br />A primeira imagem que vi na televisão foi a de um avião batendo na torre. "Ué, conseguiram filmar o acidente?". Pela legenda da CNN, porém, percebi que se tratava de um segundo choque: America under attack.<br />Isso mudou definitivamente o estado de espírito. Não me pergunte como, mas em questão de minutos a redação, que costumava ficar vazia nas primeiras horas da manhã, estava cheia, lotada. <br />Algumas pessoas foram chamadas, outras simplesmente apareceram. Sabíamos que o dia seria histórico, talvez infernal, mas algo incrível acontecia na Folha nestas horas: ela se agigantava ainda mais.<br />O mestre Mauro Zafalon chamou a atenção: a torre caíra. Com a pretensão de quem tinha 25 anos de idade, quis dar uma lição a ele: impossível, aquilo não cai, imagina...<br />Àquela altura, deveria já ter aprendido a ficar calado. Caíra sim. <br />Uma reunião com vários profissionais foi convocada de urgência. Entramos de novo na sala em que até poucos minutos antes estávamos discutindo um mundo que já não existia mais.<br />Até hoje me lembro da coragem da então editora-executiva Eleonora de Lucena. As 10h e pouco da manhã ela já tinha na cabeça não só a perspectiva histórica daquele dia (a nossa capa estará pendurada nesta sala, dizia, apontando para uma sequência de Primeiras Páginas históricas da Folha que ornamentavam o local), como vaticinou: não existem cadernos, não existe divisão _a Folha do dia 12 de setembro seria praticamente uma só, sobre o ocorrido.<br />O jornal foi dividido em editorias. Uma para cuidar dos brasileiros em NY, uma para os relatos do local, uma para os feridos e mortos, uma para artigos e entrevistas, uma para colocar a questão em perspectivas políticas, outra para os efeitos econômicos.<br />Fiquei responsável por fazer todos os infográficos daquela edição. Poderia chamar quem quisesse. Formei um dream team: Fabiola Salani, José Alan Dias, Cristiano Pombo.<br />Decidimos, com a experiência que tínhamos e auxiliado pelos editores de Arte, quais seriam as prioridades. Uma página central com o minuto a minuto dos atentados, a queda das torres, os resgates. Infográficos sobre os demais atentados pelos EUA. Artes que mostravam a repercussão no mundo financeiro (ouro subindo, cotação do petróleo indo a loucura, Bolsas derretendo). Como eram os aviões, quais eram as rotas. Um volume de trabalho insano. O pior é que o dia era marcado por boatos e informações desencontradas. Um avião que caira em Orlando, um ataque a missil contra a Casa Branca...<br />Além das artes, palpitei em tudo. A Redação estava surpreendemente em ordem, em meio ao caos. Cada um sabia o que tinha que fazer. Renata Lo Prete escolhia as melhores palavras para o que chamamos de lidão: o resumo histórico, o texto que sintetizaria o que foi aquele dia (e tente descrever o 11 de Setembro em apenas alguns centímetros).<br />Lucia Boldrini, Vinicius Torres Freire, Neivaldo José Geraldo comandavam um time talentoso, que ajudava a explicar não só o impacto para a economia americana, mas como isso poderia afetar a então cambaleante produção brasileira.<br />Ana Estela ajudava a fazer a Primeira Página, palpitava nas fotos, incentivava a todos. José Henrique Mariante tentava colar aquele mundo de gente, de informação, unir as peças diversas.<br />Hoje, dez anos depois, ainda existem informações e interpretações desencontradas sobre aquele dia. Cada um se lembra do que fez, aonde estava e como foi afetado pelo ignóbil atentando. Eu me lembro que trabalhei 17 horas seguidas, mas tive a maior aula de jornalismo de toda minha carreira. Sou grato aos que me ensinaram.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-4151429987113116292011-09-12T04:36:00.000-07:002011-09-12T04:41:03.925-07:00Reta finalSe há uma palavra que define bem quem tende a ser o campeão brasileiro de 2011 é a constância. Termo que as vezes é mal entendido, pois constância não significa apenas regularidade boa (ganhar sempre), mas sim repetir os acertos no momento certo e saber errar no momento errado.<br />No bolo de cima, o Corinthians aparece ainda à frente, apesar de todas as suas próprias tentativas de se sabotar. Mas seguido por times que não têm poder de decisão, nem de chegada. A última rodada mostrou resultados absolutamente normais: o Coritiba ganhar do Botafogo (apesar do placar elástico), o Vasco empatar com o perigoso (jogando em casa) Figueirense, o Grêmio bater o São Paulo no Olímpico (acabando com este mito de que pode-se perder pontos no Morumbi pois se recupera fora, o que é uma sandice) e o Fluminense ascendente sobrepassar o Corinthians.<br />Olhando para a frente, com exceção dos próximos dez dias, a tabela sinaliza vida mais confortável ao Corinthians que aos seus adversários.<br />Fazendo uma projeção sem nenhum critério científico mas pensando no que já ocorreu neste campeonato, há de se imaginar que o campeão brasileiro será definido por aquele que conseguir somar entre 69 e 71 pontos. Pela quantidade de jogos em casa, pela tabela espinhosa dos adversários, o alvinegro paulista é ainda o maior favorito ao título. Basta manter esta constância do campeonato _ganhar uma e até perder vez ou outra.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-10285377283195621502011-07-01T12:39:00.000-07:002011-07-01T12:40:50.548-07:00RODADA #7A VITÓRIA - E o Internacional, quem diria, ganhou mais uma, com autoridade. Jogando um futebol veloz, fora de casa, aniquilou o Atlético-MG e voltou a se posicionar como uma força do campeonato.<br /><br /><br />A SURPRESA POSITIVA - Outra história de recuperação, com os 3 a 0 do Cruzeiro sobre o Vasco.<br /><br />A SURPRESA NEGATIVA - Não é mais surpresa, talvez ainda seja prematuro, mas o Atlético-PR faz das piores campanhas recentes de todo o Brasileiro.<br /><br />O CRAQUE - Montillo comeu a bola pelo Cruzeiro.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-62221411394202011812011-07-01T12:34:00.000-07:002011-07-01T12:38:40.722-07:00Faz-me rirDa Folha.com:<br />"Luis Paulo Rosenberg não perdeu a oportunidade de cutucar o rival São Paulo. De acordo com o dirigente, o Corinthians vai construir o estádio com dinheiro próprio. <br /><br />"Na Vila Sônia, o Governo deu dinheiro para a construção coisa que o Corinthians não precisa, não quer. Nos estamos ajudando a cidade, transformando nosso estádio em algo que torna possível a abertura da Copa do Mundo em São Paulo", disse o dirigente referindo-se ao estádio do Morumbi."<br /><br />Cabe ao sr. Rosenberg as seguintes perguntas:<br /><br />1. A cidade está abrindo mão de R$ 420 milhões de receitas em impostos que serão monetizadas para que o Corinthians construa seu estádio. Este dinheiro, dizem as autoridades, irá voltar para os cofres públicos por meio de turistas que comprarão mais por aqui na Copa do Mundo. Se fosse em outro estádio, também não comprariam? Não renderia mais à cidade MANTER estes R$ 420 milhões em caixa e ainda lucrar com os impostos derivados das compras feitas em 2014?<br /><br />2. Para o Corinthians, este dinheiro entra na categoria "recursos próprios"?<br /><br />3. Quem vai pagar para retirar os dutos da Petrobras? O Corinthians, com recursos próprios?<br /><br />4. O Corinthians, com recursos próprios, precisa do BNDES para quê? Por que todo mundo se indigna quando o banco empresta para o Pão de Açúcar (empregador, pagador de impostos), mas ninguém se indigna quando empresta para um clube de futebol (que deve uma fortuna ao INSS)?<br /><br />5. Se o Corinthians vai construir tudo com recursos próprios, por que não assinou ainda o contrato?<br /><br />O Corinthians, ao arrepio da moralidade, vai conseguir o que quer. Só não pode é continuar tergiversando com a verdade.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4693750118521168507.post-67837367515241174312011-06-27T05:43:00.000-07:002011-06-27T05:49:18.074-07:00FALSA LIDERANÇALeio pelo sempre bem informado Ricardo Perrone que Juvenal Juvêncio teria incumbido a nova diretoria do São Paulo de blindar Paulo César Carpegiani. Um cuidado que o próprio presidente ilegítimo do São Paulo não tivera após o jogo com o Avaí.<br /><br />Carpegiani não é o culpado único por todos os males que assola o São Paulo. Seria injusto. Vale lembrar que Muricy Ramalho foi responsabilizado pelo declínio tricolor (por este que vos escreve, inclusive), embora não fosse perceptível que era o contrário: Muricy ajudou a alongar artificialmente um momento de glória que começou em 2005 e seguiu por 2006 e 2007.<br /><br />Também resta recordar que Ricardo Gomes deixou o Morumbi sendo acusado, pelas costas, de nem sequer ter postura de profissional de futebol. O técnico é hoje campeão da Copa do Brasil. O São Paulo não chegou às semifinais.<br /><br />Mas Carpegiani tem sua parcela de culpa que não pode ser minimizada. Demora a mexer na equipe, é indeciso, muitas vezes incoerente.<br /><br />Mesmo o melhor técnico do mundo, porém, não conseguiria extrair muito deste time, com os ineficientes Dagoberto e Fernandinho na frente e um monte de garotos atrás.<br /><br />A diretoria dispensa medalhões, por querer fazer um time de garotos, mas mantém Rivaldo. Se assim o faz é por achar que este é um jogador que tem algo a oferecer _mas se cala diante da sua não-utilização.<br /><br />São muitos os problemas do São Paulo. <br /><br />E as soluções parecem muito distantes do Morumbi.blogdarodadahttp://www.blogger.com/profile/06407699255367597831noreply@blogger.com0