quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Derrotas definidoras

Fosse um script de cinema, o placar de Palmeiras x São Caetano poderia ser chamado de mudança na trama, definição de roteiro. É impossível um time como o alviverde levar uma sacolejada dessas, em casa, e nada acontecer. O roteiro é o mesmo de sempre. Em off (ou seja, sem identificar a fonte), aparecerão pessoas "ligadas à diretoria do Palmeiras" dizendo que, se a equipe não ganhar do São Paulo no domingo, o técnico poderá cair. O mesmo técnico (que em entrevista recente ao G1 proclamou ser "muito bom" e que quem fala o contrário não entende nada de futebol) irá empurrar a culpa para a parceira do Palmeiras, ao dizer que falta material humano. A parceira irá dizer que entregou os jogadores necessários para fazer um time campeão, que não vendeu ninguém e que continua no mercado. A diretoria e a presidência vão começar a plantar notinhas falando na possibilidade de volta de antigos ídolos _tudo bobagem, a janela de transferências já fechou_, como Valdivia.
E a verdade é que o time do Palmeiras não é tão fraco assim, mas enfrenta uma crise de identidade tremenda. O declínio vivido no Brasileiro-09 não terminou ainda e nada indica que irá terminar tão cedo. Mas o futebol é pródigo em revitalizar equipes tidas como perdidas. Em 1998, o Palmeiras perdeu de maneira vexaminosa uma semifinal do Paulista para o São Paulo. No mesmo ano, conquistou a Copa do Brasil. A base daquele time foi campeão da Libertadores. A má fase para um time bom pode se pulverizar de uma hora para outra. O problema, porém, pode estar justamente na forma como a equipe é conduzida. Não só dentro, mas fora de campo. A verdade é que este modelo deficitário, de diferenças salarias tão gritantes, de declarações de violência explícita só fizeram crescer a temperatura dentro do clube. Virou um caldeirão, transbordou para o campo.

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